sábado, 27 de março de 2010

A reputação da FBrN está acima dos princípios de justiça!









No caso recente envolvendo o Vaticano e padres acusados de pedofilia, o que causou maior repercussão foi o acobertamento dos fatos.
Agora Papa Bento XVI “enviou aos fiéis irlandeses uma carta episcopal em que pede desculpas por tudo de errado que aconteceu naquele país, um bastião do catolicismo na Europa, ao lado da Polônia e da pequena Malta.”
Continua Hélio Schwartsman, nesse artigo da Folha de São Paulo, dizendo:
Temos duas camadas de problemas para analisar: os abusos propriamente ditos e os esforços da alta hierarquia da igreja para acobertá-los
Sem dúvida isso é muito grave. Continua o artigo: “Aqui, ao que parece, bispos eram mais leais à instituição da igreja do que a seus próprios fiéis. Talvez seja isso que a Santa Sé espera deles, mas não é certamente o que recomenda a virtude republicana.”
Sem dúvida esse tipo de atitude é um absurdo mesmo. Um amigo analisando o caso disse:
O fato parece claro: os padres colocam a entidade coletiva Igreja acima de princípios. Típica postura tribal. Desta forma, mesmo com todas as evidências, os padres vão preferir fazer eternamente uma "investigação interna" em vez de denunciar o colega à polícia, mesmo que as vítimas continuem sofrendo com a pedofilia. A reputação da Igreja está acima dos princípios de justiça!
Veja só, podemos pensar que isso seja exclusividade do Vaticano. Ledo engano, para a FBrN a reputação (imagem) está acima dos princípios de justiça também. Provas? Veja a ata da última Assembleia Geral Ordinária de 07 de março de 2010 lá na Colina do Sol. Mais abaixo cópia do trecho para facilitar.

Assim os comentários valem para a FBrN. A simetria e analogia são plenas, podemos reescrever:
“O fato parece claro: os membros colocam a entidade coletiva FBrN acima de princípios. Típica postura tribal. Desta forma, mesmo com todas as evidências, os membros vão preferir fazer eternamente uma "investigação interna" em vez de denunciar o colega, mesmo que as vítimas continuem sofrendo: A reputação da FBrN está acima dos princípios de justiça!
O que resta ao pobre naturista/nudistas/peladista fazer, já que o “Jornal Olho Nu” não pode divulgar a reclamação? Chorar? Esperar o processo “vaticanico” da FBrN?

Bem, quem quiser pode escrever e colocar a “boca no trombone” na lista de discussão Peladistas Unidos:
Pelo menos a comunidade, a despeito dos desejos inconfessos de censura, ficará sabendo.

Ah sim, não se esqueça dos grandes jornais, PROCON, sites de defesa do consumidor, Twitter, Facebook, Orkut ...isso sempre ajuda.
Não resta mais dúvidas que o objetivo estatutário da FBrN seja defender as organizações e não o naturista, a pessoa. Mil mirabolantes e fantasiosas desculpas, explicações, alegações surgirão negando isso, mas o fato permanece. Clamarão pela proteção da imagem, processarão e expulsarão quem se opuser a essa sandice. E nós naturistas ainda não acordamos para isso. Ainda não acordamos para o fato que nos os frequentadores é que pagamos as contas, que viabilizamos os negócios, temos o “poder de compra”. Qualquer grupo de pessoas pode se unir para alugar um sítio ou conseguir um belo desconto num clube ou hotel naturista. Não é necessário burocracia, registro em cartório, eleições, contratar um contador e assim por diante. Tudo isso para apenas relaxar e ficar pelado. Mas que trabalheira danada essa. O naturista fica enfurnado num escritório o tempo todo trabalhando, preenchendo fichas, enviando relatórios, assinando documentos, participando de reuniões, pagando contas, etc., e aí quando chega o fim de semana ou suas almejadas férias se depara com uma baita burocracia! Não há Cristo que aguente tamanha cruz.

E o pior de tudo, pagar um selinho para dizer que você presta e sem nenhuma reciprocidade, nenhuma garantia de que essa organização irá defendê-lo. Acha que estou exagerando? Lembra da pessoa que reclamou no Jornal Olho Nu pelo tratamento recebido da Colina dos Ventos? Não defenderam o naturista, mas sim a Colina dos Ventos censurando sim o “Jornal Olho Nu” e mandando retirar a carta do naturista e só deixar a carta da Colina dos Ventos. Ainda não tivemos uma explicação minimamente corrente e razoável tanto da Colina dos Ventos quanto da FBrN sobre o caso. A nota de esclarecimento só FBrN comprova o total desconhecimento do seja os princípios de liberdade de imprensa, liberdade de expressão e de consciência. Já tratamos disso nesse blog nos textos "A Politica Nua","Patriotismo,jornalismo, e ética","Sindrome do Barão Munchausen na FBrN", "Ne nuntium necare", "Poe explica", "Samba do Crioulo Doido" , "Comentários sobre a Nota de Esclarecimento da FBrN" e tantos outros.
Não para por aí, a preocupação é prioritariamente com as instituições; nunca a FBrN orientou os naturistas sobre a questão de fotos de menores. Existe um ajuste de conduta assinado pela Colina do Sol com o ministério público sobre essa questão e cadê a orientação da FBrN sobre essa questão? O máximo de preocupação dessa instituição é que todos os membros informem as datas dos eventos para que não haja sobreposição numa dada região, afinal negócios são negócios.

Sem falar do fatídico caso de omissão diante de um fato envolvendo um ex-presidente da FBrN, um naturista, onde a omissão foi plena, completa e total. Se não participaram naquele caso imagina em outro. Alguém acha que vão ajudar em algo? Vão te ajudar?

O que importa é a imagem da FBrN e essa está acima de qualquer princípio moral, ético ou legal, e claro, irão confundi-lo dizendo que foi votado democraticamente, só que esquecem convenientemente o que significa isso numa sociedade republicana como a nossa.

Se a Igreja, que tem lá os seus séculos de tradição, está reconhecendo suas falhas e acordando para o fato de que tentar encobrir fatos não é o melhor caminho - porque isso só revolta e afasta seus fiéis, por que é que a FBRN que começou a engatinhar há pouco, mantém essa postura arrogante a despeito de todas as  recomendações de especialistas em marketing, relações públicas, etc., seguindo na contra mão da razão? 


"O que encobre as suas transgressões, nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia" (Provérbios 28:13).

"Quem dissimula suas faltas, não há de prosperar; quem as confessa e as detesta, obtém misericórdia".(Provérbios 28:13)(versão católica)


Se a Igreja lembra das escrituras e não encobre seus pecados, deixa a nu isso, percebe que sua atitude está contra as escrituras, seja por atos ou omissões, reconhece e corrige, só traz mais confiança ao seus fieis.


Já uma organização como a FBrN que deveria deixa tudo descoberto, tudo a nu, pelado, faz exatamente o oposto. Encobre, oculta, esconde e foge como o diabo da cruz dos seu princípios. E ainda tenta enganar os naturistas que isso é proteger a imagem do naturismo, que somos poucos e não podemos deixar que isso chegue ao grande público e outras balelas do tipo.

O que importa é a justiça, não a imagem. Uma organização justa sempre tem uma boa imagem, apesar das ocorrências negativas. Quem se pauta pela imagem é uma organização de fachada, uma casa de papelão.




ATA DE REUNIÃO
ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA
07 de março de 2010
m) Jornal Olho Nu – O Sr. Pedro Ribeiro, representante do Jornal Olho Nu abriu este tema, expondo as razões pela quais ele havia publicado a carta de um hóspede de uma pousada naturista, a Colina dos Ventos, associada à FBrN. Expôs também os motivos pelo qual ele não respondeu à convocação do Conselho de Ética, por entender que o email que o fez não está identificado como Conselho de Ética, e sim como Brasil Naturista. Informou ainda que publicou a Nota de Esclarecimento da FBrN, mesmo estando maior que o espaço de direito de resposta e que não concordava com alguns termos da mesma. O Conselheiro de Ética, Marcelo Pacheco esclareceu que mesmo o email, identificando o remetente como Brasil Naturista, ao final da convocação era assinado como Conselho de Ética da FBrN. Após acaloradas discussões de ambas as partes, foi tomada a decisão, aprovada por toda a assembléia e acatadas pelos representantes das duas mídias naturistas filiadas à FBrN (Jornal Olho Nu e Revista/Portal Brasil Naturista) de não publicarem notas de reclamação, contra as afiliadas da FBrN, antes que a própria FBrN e a afiliada em questão entre em contato com o reclamante, para que seja resolvido o problema. Salientou-se que essa decisão não é um cerceamento ou uma censura prévia aos meios de comunicação, mas sim uma forma de resolver a situação de uma forma que não haja desgaste para a imagem do naturismo. A FBrN irá modificar o seu site, disponibilizando uma “ouvidoria”, ou seja, um canal direto para que os naturistas possam efetuar suas reclamações e sugestões. A presidência salientou que tanto a diretoria quanto os conselhos estão sendo acionados continuamente na solução dos problemas da FBrN, e que, em função de que todos os membros não têm dedicação exclusiva, bem como as dimensões continentais do país, o tempo de resposta pode ser um pouco maior que o habitual. Foi sugerido que se discuta o tema Comunicação Interna e Externa, tanto pelo FBrN quanto pelas suas filiadas, no próximo Encontro de Dirigentes Naturistas.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Uma víbora no seio

"A questão moral deixamos para a igreja decidir", diz Marcelo Cavalheiro, presidente da Ambrava, na Folha de São Paulo esta terça-feira, comentando sobre a possibilidade da Praia Brava ser liberada para naturismo.

Cavalheiro é sábio em entregar o moral para a Igreja, e de considerar o naturismo como uma opção para turbinar o turismo na praia.

Porém, seria um erro presumir que em aceitando o naturismo, seria necessário ou útil convidar a Federação Brasileira de Naturismo.

FBrN: uma víbora no seio

Convidar a FBrN para sua praia ou empreendimento, é como abraçar uma víbora ao seu seio.

Cavalheiro não parece nenhuma Cleópatra, para fazer isso por querer. Aqui, então, assumimos o papel do Instituto Butantan.

Clarificaremos primeiro a "Código de Ética" da FBrN, batizada pela mesma metodologia do "Ministério de Paz" de Orwell em "1984". De ética nada tem. Certos pontos não passam de etiqueta, como "coloca uma toalha embaixo da bunda pelada". Mais nociva é a cláusula que proíbe “danificar a imagem” de naturismo. Não proíbe qualquer crime, só proíbe que isso chegasse a ser conhecido.

Exponha o corpo, mas encubra os fatos! É a lema da FBrN.

Já escrevemos sobre a ética da FBrN, na prática. É leitura aconselhável para qualquer um que está considerando qualquer negócio com o FBrN, para conhecer a distância entre o que prega e o que pratica.

A mordida da víbora

A mordida mais comum da víbora é a mordida de sempre: a mordida financeira. Ano retrasado, vi o livro de atas da FBrN. O primeiro ato, antes de qualquer coisa sobre os objetivos ou medidas para alcançar-los, foi determinar quanto cobraria para alguma associação local se afiliar à FBrN.

Cobrar primeiro, e deixar o que vai fazer em troca do dinheiro para depois.

Não é preciso se afiliar ao FBrN para praticar naturismo - basta tirar a calça. Para conseguir publicidade, o fato de ser naturismo em si já garante interesse da imprensa. A FBrN não oferece nenhuma sabedoria especial sobre relações com a imprensa, realmente, o fato que eles continuam a receber programas como Pânico no TV depois de já terem sido queimados, sugere que eles não somente não sabem de nada, mas que são incapazes de aprender.

A FBrN ano passado reconheceu um "dívida" de mais de cem mil reais para com seu presidente retrasado, Elias Pereira. O sucessor de Elias, Dr. André Herdy, me assegura que esta dívida é fabricação. Por exemplo, numa reunião da Federação Internacional de Naturismo em Espanha, onde Dr. André e vários dirigentes europeus ficaram na opção mais barata, Elias escolheu o hotel mais caro. E cinco anos depois, está mandando a conta.

Se a Ambrava acha que pagar contas em hotéis cinco estrelas na Europa é o uso mais sensata dos seus recursos, pode muito bem contribuir para a FBrN.

Controle do comportamento do publico

A FBrN pode alegar que tem experiência em como controlar o pública em ambientes naturistas. Mas as regras excêntricas da FBrN, sem similar em qualquer outra federação naturista do mundo, demonstram bem o ditado que "o que existe somente no Brasil, se não é jabuticaba, é bobagem".

Um dos destaques do regulamento é a proibição de homens solteiros. Foi a maneira encontrado para barrar homossexuais, artifício claramente inconstitucional, e na praia de Massarandupió resultou numa multa que quebrou a associação naturista de Bahia. Massarandupió hoje continua naturista, sem afiliação com a FBrN, e feliz. É um exemplo que Praia Brava poderia seguir.

Nos últimos dois anos, primeiro tentando conseguir a ajuda da FBrN no caso Colina do Sol, e mais recentemente somente interessado em que a FBrN não continuasse oprimindo os inocentes e festejando os criminosos, visitei várias praias naturistas no Brasil. Tambaba, Praia do Pinho, Galheta, todas tem sua "zona de sacanagem". E do que ouvi, a situação não é diferente em nenhuma outra.

Seria inevitável para Praia Brava, que sua natureza exuberante ficaria enfeitada com adornos de látex natural? Impossível dizer. Mas a experiência, e não as promessas, demonstra que se haveria uma maneira de evitar isso, a FBrN não a conhece.

Paraíso intocado - mas por favor, sem o serpente


Muitos dos membros da Ambrava, como crianças ou adolescentes, experimentam a felicidade de encontrar uma praia ou cachoeira que parece intocada desde o Descobrimento, e tirado a roupa para correr livre que nem os brasileiros originais.

É uma felicidade que faz parte da condição humana. A Ambrava quer preservar parte do litoral paulista para que os brasileiros do futuro possam sentir a mesma coisa que eles sentiram, a beleza natural deste mundo e desta terra.

A exuberância da mata atlântica já foi sacrificado no passado para a plantação de café, e condomínios fechados não são uma safra mais bonita ou mais nobre. É bom que Praia Brava continue como sempre estava, é louvável que Ambrava comprou esta briga, é encorajador que encontrou apoio na prefeitura de São Sebastião.

O naturismo pode oferecer muito para Praia Brava. É uma maneira de chamar atenção para a beleza do lugar, e de trazer turistas de fora e aumentar a prosperidade da comunidade local, sem trazer um publico para quem o lazer consiste em ver quanto que pode consumir, e especialmente esbanjar seu consumo.

Mas isso é o que o naturismo oferece. O que a FBrN oferece é gastos e perigos, um vampiro ou uma víbora, que de valor nada oferece.

É possível que Marcelo Cavalheiro e seus companheiros na luta chegaram uma bela manha na Praia Brava, ouviram as ondas bater na praia branca, abaixo das montanhas coberta da floresta tropical, e disserem, "Isso parece o Éden! Mais falta o serpente."

Se for para suprir esta falta que procuraram a FBrN, foi uma escolha acertada.



http://peladista.blogspot.com/2009/04/brasil-naturista-e-indicio-de-abuso.html

sábado, 20 de março de 2010

DA NUDEZ DO CORPO À NUDEZ DA MENTE

DA NUDEZ DO CORPO À NUDEZ DA MENTE

Para a fome temos o pão, para a sede a água, para a imoralidade, a Nudez.
(Luz Del Fuego – A Verdade Nua – 1950)

Nos anos de 80, quando tínhamos uma inflação bastante acentuada, as pessoas tinham alguma fórmula econômica para evitar a desvalorização de seu dinheiro, parecia que todas eram economistas. Atualmente, virou moda falar em defesa do meio-ambiente e da natureza, todas agora são biólogas? Mas existe algo em comum nestas observações: As pessoas. Sim, o ser humano.

A Economista Maria da Conceição Tavares, na época, dizia que por trás dos números econômicos, existiam as pessoas que sofriam os impactos de qualquer tipo de intervenção na economia. Do mesmo modo, qualquer agressão à natureza também refletirá na vida de todos nós. Simples de entender. Os recursos naturais (econômicos) e a natureza (meio-ambiente) influenciam nosso estilo de vida. Só que, esquecemos que somos parte desta natureza. Agora, temos que consertar o estrago que fizemos. E não será nada fácil!

Reintegrar o homem à natureza é uma tarefa árdua dos naturistas, isto porque a nudez é sempre vista pelos menos avisados como imoral. Esta não tem nada de moral nem imoral, é natural. Não existe nada de indecente nela, nascemos nus, portanto, o modo mais natural do corpo humano é a sua nudez com dignidade, tal como a dos índios. É a mais bela e perfeita das criações divinas, é a vestimenta da alma. A natureza é perfeita, os julgamentos que se faz quanto à beleza, moda e corpos “sarados” é uma doença porque trata a velhice e as deficiências físicas como desprezíveis. É preciso viver com mais sabedoria e naturalidade, a natureza não pede julgamentos, simplesmente ela é e ponto. Não há mais nada depois disso.

A massificação do intelecto dos jovens aborta o pensamento crítico e os tornam estéreis, meros repetidores de dados. O que fizeram com nossas crianças? (De Gênio e Louco Todo Mundo Tem Um Pouco – Augusto Cury). Perde-se a noção do que é natural, substituindo pelos valores sociais. O resultado disso é o distanciamento da nossa natureza, da natureza nua, tal como ela é. Criamos pessoas presas, esperam julgamentos dos outros e preconceituosas.

Uma sociedade preconceituosa não tolera pessoas diferentes, de mentes livres, da nudez natural. Para os naturistas, a nudez humana é um direito universal e fundamental, é a libertação do corpo que dá a condição necessária para saúde mental. As crianças educadas num ambiente naturista conseguem mais facilmente ter aceitação de si mesmas quando adultas, porque aprenderam a respeitar as suas diferenças. Quanto à mulher, ela não se coloca como algo a ser perseguida, como um objeto de desejo. No entanto, ainda pensam que ir para algum lugar desses é para ver pessoas nuas. Não é para ver nada, é para sentir.

“As infinitas maravilhas do Universo são a nós reveladas na medida exata em que nos tornamos capazes de percebê-las. A agudez da nossa visão não depende do quanto podemos ver, mas do quanto sentimos.” (Helen Keller)


Por outro lado, ver pessoas nuas também faz bem, mostra que todos nós somos imperfeitos, nos tornamos menos obsessivos e a imoralidade cai por terra. É necessário aquietar a mente e aprender a olhar. É desnudar a mente tirando dela os falsos valores, e no seu lugar se evidencia os valores mais humanos e naturais. As máscaras caem, a curiosidade diminui e a mente se liberta.

A falta de interesse em conhecer a filosofia naturista e não se lançar ao desconhecido, afirmando categoricamente que não são “chegados” a este modo de vida, mostra ainda que não foi entendido que o naturismo não é um fim e sim um meio de se libertar. Liberdade essa que não é somente quanto ao corpo, mas também mental. Tudo bem, “Feliz aquele que ensina o que sabe e aprende o que ensina” (Cora Carolina). Vamos tentando...Eta missão difícil!

Não é por falta de informações, têm bastante disponível na internet, alguns livros, artigos e trabalhos acadêmicos. Vejo que a questão central é de se revelar, se abrir, se mostrar tal como somos. Queremos manter nossos segredos, e as nossas relações entre amigos, conhecidos, ou mesmo na família, acabam muitas das vezes sendo superficiais; Falamos de esportes, política e economia, mas raramente sobre os nossos conflitos. Enterramos no fundo das nossas mentes qualquer coisa que possa nos expor e trazer desentendimentos. Sentir o corpo livre, sentir a perfeição mesmo diante de tantas imperfeições, só mesmo desnudando nossas mentes.

Ainda pretendo fazer um arranjo na letra da música atribuída aos personagens Bartolomeu e Barnabé do livro de Augusto Cury:

Você acorda, levanta, reclama e faz tudo igual
Luta para ser aceito, notado e sair no jornal
Corre atrás do vento como uma máquina imortal
Morre sem curtir a vida e jura ser uma pessoa normal

Olha para mim e me diz com ironia social
Eis aí um maluco, um sujeito anormal
Sim, mas não vivo como você em liberdade condicional
Sou o que sou, uma mente livre, um louco genial

Evandro Telles
19/03/10

sexta-feira, 19 de março de 2010

A nudez tratada por Glauco


Glauco Vilas Boas foi responsável por boas risadas dos leitores da Folha de São Paulo dos anos 80 até hoje. Na minha adolescência o cartunista fez parte do euforismo que se seguiu ao questionamento do Brasil pós ditadura em uma sociedade sedenta por liberdade de expressão. Foi neuroticamente assassinado por um sujeito que se achava Jesus Cristo na madrugada daquela sexta-feira fatídica, dia 12/03, pouco depois da meia-noite, na fazenda onde morava em Osasco na Grande São Paulo. Os tiros fatais atingiram também o seu filho, Raoni, de 25 anos. O assassino, uma espécie de “Zé do Apocalipse” às avessas, numa alusão ao personagem de história em quadrinhos criado por Glauco, encontra-se preso.
O cartunista ajudou a redefinir o humor brasileiro no período que se seguiu a chamada abertura política, época em que as liberdades eram postas à prova desafiando a censura que já se encontrava agonizante. Glauco, com sua criação mais conhecida, o Geraldão, personagem que no início andava pela casa com uma cueca de elástico capenga, aos poucos foi se mostrado completamente nu com a genitália exposta, como ficou a partir daí conhecido. Nudez tratada por seu criador como cura, já que o Geraldão se sentia muito bem nesse estado, tentando se livrar das neuras cotidianas.
Sucessor do humor politicamente engajado de Henfil e outros, Glauco acendia a polêmica sobre as manifestações da vida contemporânea interpretadas por personagens que atestavam a neurose provocada pela sociedade de consumo. A principal criação de Glauco é um consumidor inconseqüentemente inveterado de 30 anos, solteiro que mora com a mãe possessiva, cheio de fantasias sexuais, bonecas infláveis e continua virgem até hoje. Geraldão é o estereótipo urbano que bebe, fuma muito, vive atacando a geladeira se alimentando mal, é hipocondríaco e toma todos os remédios e fórmulas que vê pela frente, infernizando a vida das pessoas.
O Casal Neuras, outro personagem criado em 1984, é protagonizado por uma esposa que não é mais submissa ao machismo e por um marido com pose de liberal, mas que morre de ciúmes dela. O Neurinha é um sujeito que fez a revolução sexual e hoje se depara agonizado com a postura liberal das mulheres. Já a Neurinha desafia a repressão machista e faz o que dá na cabeça em provocação. O personagem abre questão sobre uma sociedade não tão liberal como deseja aparentar... Os atores criados por Glauco podem ser facilmente identificados em nosso dia a dia.
Representando um marco, o personagem Geraldão foi a primeira vez que um protagonista de tiras cômicas brasileiras passou a ser representado sem roupa com tudo exposto e sem tarjas, maneira provocadora de testar a liberdade democrática que se instalara a pouco tempo no país. O caso é histórico e precisa ser lembrado em futuras obras que se proponham a explicar a trajetória das histórias em quadrinhos no Brasil.
As investigações sobre o suspeito do crime irão rechear ainda por muito tempo o noticiário policial como já vem ocorrendo, e é de se esperar também pautas sobre o entorno das mortes: drogas, comportamentos ensandecidos e rituais de alguns cultos religiosos.
Especialista em neuras que atacam o imaginário das pessoas, o cartunista e seu filho podem ter sido vítimas de uma espécie de personagem “glauconiano” ensandecido.

Laércio Júlio da Silva é diretor da Federação Brasileira de Naturismo (FBrN) e presidente da Associação Goiana de Naturismo, o Goiasnat




"Não ande na minha frente, eu posso não te seguir. Não ande atrás de mim, pode ser que eu não te guie. Caminhe junto a mim e seja meu amigo." Albert Camus

Rever e repensar

O blog NatParaná reveiculou ontem sob o título "Recordando .... para ler ou reler!!" uma matéria de Omar Godoy de setembro de 2008, logo depois da 31º Congresso Internacional de Naturismo em Tambaba.

"Rever e repensar" seriam os termos mais adequados, especialmente em que trata do caso Colina do Sol, em que quatro naturistas, incluindo Dr. André Herdy - responsável por ter trazido o Congresso ao Brasil - foram presos sob acusações falsas de pedofilia.

Respingar

Omar olhe o caso somente em termos do seu efeito no naturismo em Paraná:

Por mais que as denúncias tenham partido dos próprios moradores da Colina, o caso não deixou de respingar em todos os naturistas brasileiros. "Não dá para negar que essa história manchou um pouco a nossa imagem. Quando o assunto chegou na grande mídia, ficou aquela impressão de que naturismo é igual a pedofilia", reconhece Estevão.

Para Andréia, o episódio contribuiu para que o projeto da praia naturista paranaense não tivesse continuidade. "O preconceito aumentou", afirma.

Sobre a prisão do Dr. André, Omar não fala da presunção de inocência dos quatro, nem da situação deles, na época amargando sua décima mês de prisão, nem do papel imprescindível de Dr. André na conquista do Congresso para o Brasil. Não, sua preocupação é outra:

Na época, Herdy era presidente da Federação Brasileira de Naturismo, o que por pouco não ameaçou a realização do encontro internacional na Paraíba.

Aqui chegamos ao grande questão: as prisões injustas de Dr. André e dos outros três quase atrapalharam a festa!

Inocência já comprovada

É já amplamente sabido que as denúncias são falsas. As evidências foram todas examinadas, e o veredito dos laudos escapou do "sigilo de Justiça" em alto e bom som: não há nenhuma evidência de crime. Os exames de corpo de delito são negativos.

Desde o começo, as próprias "vitimas" negaram. A polícia colocou uma psiquiatra para retorcer suas palavras. Três adolescentes chegaram a maioridade e negaram ter sido vítimas. E CREMERS está processando a "psiquiatra", Dra. Heloisa Fischer Meyer, pois psiquiatra não é.

"As denúncias tenham partido dos próprios moradores da Colina"

Omar Godoy apontou com precisão o origem das denúncias: dos próprios moradores da Colina.

As denúncias, como sabemos, falsos, contra André Herdy, Fritz Louderback, Cleci Ieggli da Silva, e Barbara Anner.

Vamos lembrar de quem partiram, e porque. De Etacir Manske, atual presidente da Colina do Sol, que devia e deve dinheiro para Fritz Louderback, que parou de pagar na mesma semana que suas falsas denúncias colocaram seu credor na cadeia; de Bete e Raul - Arcelino Raul de Oliveira e Elisabethe Borges de Oliveira - igualmente devedores, e que igualmente aplicaram o calote; de João Ubiratan dos Santos, vulgo “Tuca”, já condenado por sequestro, cujos ameaças motivaram Dr. André a se mudar da Colina; e de Zumbi Steffans, que fez suas acusações três dias depois de que Douglas, filho de Fritz, fugiu para Praia do Pinho com a esposa de Zumbi. E de João Olavo Paz Rosés que, com a ausência de Fritz, “tomou conta” da Colina do Sol.

Onde vai respingar agora?

Já convivo mais de dois anos com este caso, com as questões de justiça e injustiça, com a perseguição oficial de quem sustenta a direto constitucional da presunção de inocência, com os grampos telefônicos, as falsas acusações partindo da corja da Colina, com a morte da Nedy Pinheiro Fedrigo, com as ameaças tão freqüentes que já considero habituais de um senador da Republica.

Já convivo e já escrevo desses assuntos importantes. Mas hoje a noite, vou focar na preocupação mesquinha de Omar Godoy. O caso Colina do Sol vai respingar no naturismo? Vai interferir com a festa?

O que é “naturismo?”

Vamos considerar “naturismo” em três níveis. Um é a Colina do Sol, outro o FbrN, e outro ainda é o naturismo em si, independente de clubes, organizações, federações, e qualquer outra pessoa jurídica, que não tiver corpo do qual poder tirar a roupa, para correr livre embaixo do sol.

Efeito na Colina do Sol

A Colina não precisa se preocupar com a lama, pois ninguém vai notar, por causa do sangue. O sangue de Dana Wayne Harbour, de 89 anos, assassinado na sua casa dentro da Colina, o hotel em que ele investiu a poupança da sua vida agora nas mãos de Celso Rossi, que não investiu um centavo dele (ainda que colocou centavos que já pertenciam a outros). O sangue de Nedy, morta do estresse provocado pela hostilidade implacável da corja da Colina. A tentativa de matar Barbara, inventando acusações para que uma senhora de 73 anos de saúde frágil seja mandada de volta para a cadeia, provavelmente para morrer, mais um obstáculo removido.

Isso sem falar no estelionato, que o morte de Wayne talvez foi tramada para esconder.

Não, a lama é o menor dos problemas da Colina do Sol.

Vai respingar no FbrN?

Não, Omar, a lama não vai respingar na FbrN. Não vai respingar porque a FbrN já deitou e rolou no lamaçal, fazendo tudo que era possível para abraçar os autores das falsas acusações, e encobrir seus crimes. E assim se encobriu com a lama.

A FBrN acolheu os acusadores do Dr. André, permitindo que votassem e fossem votados. Deu o endosso do FBrN ao ELAN (que, estou informado, tinha de "Latino-Americano" um chileno e dois argentinos). E se recusou se fazer qualquer coisa para ajudar Dr. André Herdy, até recusando um pedido de clarificar que a presença de crianças é normal no naturismo - importante pois um dirigente da Colina tinha afirmado em juíza que naturismo não é lugar para menor.

A FBrN se recusou de ajudar os inocentes, e não mediu esforços para defender os culpados. Sua ajuda foi solicitado, e poderia ter sido de grande utilidade num certo momento.

O momento já passou. A FBrN escolheu seu lado, e amarrou seu futuro aos autores das falsas denúncias, apesar das provas claras e irrefutáveis da verdade do caso. Vai aguentar, ou vai cair, junto com os caluniadores.

E o naturismo?

A lama se mistura com o sangue derramada pela corja da Colina, e envolve a FBrN de pés a cabeça, especialmente a cabeça. Vai respingar no naturismo?

Muitos brasileiros praticam naturismo, e quase todos dele nunca ouviram falar da FBrN. E muito gente boa, que conhecem e se envolveram na FBrN, se afastaram dela, e do naturismo organizado.

Porque se afastaram? A maneira em que a FBrN lidou com a prisão do seu presidente, atrapalhando seus estatutos na pressa de presumir sua culpa, é um forte motivo. A dominação do seu conselho de ética por interesses comerciais é outro. E a maneira em que se curvou a estes interesses, trazendo de volta de forma explícita a censura prévia, atacando a única voz independente e séria de naturismo brasileiro, o Jornal Olho Nu do excelente Pedro Ribeiro, é mais um.

O naturismo não precisa da FBrN. Realmente, fica cada mês mais claro que o naturismo brasileira estaria melhor sem a FBrN.

Cada afiliada da FBrN vai ter que enfrentar o questão de se vai abandonar o barco da FBrN, ou afundar junto. Pois que vai afundar, vai, colocado a pique pelos próprios timoneiros, que escolheram e mantiverem um curso para os recifes.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Mulher e Naturismo II

O texto é uma resposta ao comentário colocado em Mulher e Naturismo - comentário em aqui nesse blog - e reproduzido abaixo.

Blogger daniel gambin disse...

Ariana,
Todo naturista, homem ou mulher, gostaria de ver equilibrada a participação de ambos os sexos na vida naturista. Porem essa falta de participação da mulher parece ser mais um motivo de dor para todos. No meu comentário eu coloquei que "as mulheres são objeto sexual para os homens" no sentido de "objeto de desejo". Não cheguei a pensar no sentido de "objeto de propriedade" do que fala o psicólogo muito famoso, mas que não citou o nome. Essa outra hipótese não me parece muito acertada, pois fala de mulheres anuladas pela relação matrimônial. Isso não explica a falta de mulheres solteiras e livres no naturismo. Também não me consta que o casais naturistas sejam todos liberais e que não sejam ciumentos.
Eu penso que as dificuldades que o naturismo tem não é coisa dos homens ou das mulheres e sim das circunstâncias em que nos encontramos na sociedade.

Cordialmente,

Daniel

Caro Daniel Gambin


Nesse ponto concordo com você, as dificuldades que o naturismo tem não é coisa dos homens ou das mulheres e sim das circunstâncias em que nos encontramos na sociedade. Mas penso que como somos nós, homens e mulheres, que formamos a sociedade, temos ou pelo menos deveríamos ter a capacidade de contribuir de modo melhor para que essa "sociedade" evolua, e isso implica adotarmos hábitos e costumes mais modernos.


Nós mulheres conquistamos nosso espaço na sociedade, já podemos pensar por nós mesmas, votar, falar em público, escrever utilizando nosso próprio nome, apesar de ainda existirem mulheres que escrevem utilizando pseudônimos masculinos ou se escondendo atrás dos homens, maridos e amantes.


Com relação ao ponto de sermos objeto sexual para os homens, no sentido de objeto de desejo e não no sentido de objeto de propriedade; sinto discordar, pois o homem sempre quis e ainda quer "possuir"( do latim.... bla bla...ter posse) o que deseja, são coisas que para mim estão bem interligadas.


Não citei o nome do psicólogo famoso, Sr. Daniel, porque não pretendia citar bibliografia que subjaz meus pensamentos, afinal não estamos aqui defendendo nenhuma tese de doutorado. Eu queria discutir o conceito dentro de uma dada situação.


Mas, voltando ao ponto das mulheres e o nu.....
Aqui na Holanda, sinto as coisas um pouco diferentes, as mulheres são bem mais independentes, se o marido quer sair com os amigos, etc.... ele vai; e ela também sai com as amigas quando quer e sem dar muita satisfação, ela apenas comunica que tem um compromisso e vai, sem precisar fazer um jantarzinho gostoso pro marido na noite anterior, para amaciar a carne, como costumamos dizer por ai, caso não me entenda, sem precisar seduzir o marido para deixá-la sair com as amigas, ou fazer alguma coisa sem ele, que não seja, mercado, ir a missa, etc.; aqui realmente temos os mesmos direitos.

Quando vou a um lugar aqui onde é permitido tirar a roupa, encontro também mais homens que mulheres, mas a diferença que vejo está na postura machista que não encontro por aqui. Estive uma vez em uma pequena cidade (chamada Winterswijk), lá temos uma grande lagoa e uma parte dela é destinado ao peladismo, claro que cheguei no meu lindo biquíni e canga última moda; afinal também gosto de me exibir um pouco. Quando vi que era permitido ficar nua, fiquei. Me deitei e estava curtindo um maravilhoso sol quando vi chegar uma mãe com suas quatro crianças, simplesmente sem a presença do marido para escoltá-la ou sei lá o quê. Ela ficou super à vontade, triangulando pelos vários grupos que estavam lá, sem nenhuma cerimônia. Depois foram chegando mais mulheres sozinhas, ou em grupos.....claro que éramos a minoria, o motivo realmente podem ser vários, mas não estou mais me importando muito com isso, o fato é que muitas das mulheres solteiras e independentes não estão indo aos lugares de nudismo, por causa dessa cabeça machista que ainda grita na mentalidade humana, e as faz querer desfilar sua beleza em outros lugares, onde o homem não mostre seu crachá.


Muitos lugares de nudismo no Brasil só permite a entrada de casais, por que será? Para tentar um equilíbrio ou para não ter ninguém sozinho cobiçando o que está em par?

Tenho conversado bastante com as pessoas idosas daqui, pois quero colher-lhes as experientes impressões. Tivemos em todo lugar do mundo o movimento feminista e aqui me parece ter sido bem forte. Naquela época, os homens chegaram a não poder olhar para as mulheres na rua, elas botaram pra quebrar mesmo. Hoje vejo um certo equilíbrio entre as duas partes, as mulheres têm uma postura mais firme e consequentemente os homens, uma postura mais respeitosa para conosco, sem contar na educação e gentileza, sem ter por traz o desejo de sedução.


segunda-feira, 15 de março de 2010

Ter vergonha de seu próprio corpo é Lei obrigatória para todos?

Por Delmonte Vicencio

 
Engraçado, estava vendo algumas reportagens sobre abordagens pela polícia de pessoas que simplesmente estavam nuas em praias e foram abordadas, se alegando que teriam que ter vergonha de sua nudez e se vestirem. Os próprios repórteres se indignaram com a falta de vergonha dessas pessoas. Entendi que todo mundo deve ter vergonha da nudez senão vai preso e é condenado pela maioria das pessoas.
O que eu não entendo é onde estão nossos direitos humanos universais de pensar e agir, será que não existem aqueles que há muito já se desvincularam desse sistema cheio de malícias e maldades e também tem todo o direito de usufruir da natureza divina que foi dada para todos?
A massa te oprime e te obriga a pensar e agir como eles navegando no mundo do consumo e consumismo, e onde fica nosso livre arbítrio de pensar e viver? Fala-se com tanta naturalidade que tais pessoas não têm um pingo de vergonha na cara em ficar sem roupas na frente dos outros quando todos deveriam sim ter vergonha da atual situação brasileira de desigualdades e de muitos até miseráveis sem nenhuma qualidade de vida para sobreviver. Por  que temos que ter vergonha do que é tão natural e normal? Eu não tenho nenhuma vergonha de estar pelado na frente de quem quer que seja, mas sinto muita vergonha de ver que em meu país existem tantas pessoas que muitas vezes não têm nem o que comer. Deveríamos sim, cair matando em cima daqueles que usam e abusam do poder, daqueles que são os propulsores da grande miséria no Brasil. É disso que devemos nos envergonhar e fazer de tudo para mudar, não cair matando em cima de pessoas que simplesmente eliminaram de suas vidas esse sentimento de vergonha do natural, vergonha do que foi feito por Deus e como todos dizem à sua própria imagem.
Acordai brasileiras e brasileiros, já está mais que na hora de se ver o mundo de outra forma e não da forma como nos foi imposto desde que nascemos presos a dogmas religiosos criados pelo homem. Como todos ouvem e dão total crédito à voz do Papa, João Paulo II escreveu isto:
O decoro sexual, não pode, portanto, de nenhuma forma, ser associada ao uso de vestimenta, nem a sem-vergonhice com a ausência de roupa ou com a total ou parcial nudez” (2). Há circunstâncias nas quais a nudez não significa ausência de decoro... a nudez, como tal, não deve ser equiparada ao descaramento físico. A ausência de decoro está presente apenas quando a nudez desempenha um papel negativo no que diz respeito ao valor da pessoa, (3)quando o seu propósito é o de resultar em apetite sexual, na qual a pessoa é colocada na posição de objeto de prazer” (4) “O corpo humano não é, em si mesmo, vergonhoso, nem, pelas mesmas razões, estão as reações sensuais (5) e a sensualidade humana em geral. A ausência de vergonha (assim como a vergonha e o decoro) é uma função do íntimo de uma pessoa”.

Portanto volto ao título deste documento, Ter vergonha de seu corpo é obrigatório a todos?
Todos têm que pensar dessa maneira? E quem pensar diferente? Deve ser punido pelas leis vigentes? Vivemos ou não uma democracia?
Reflitam e vamos mudar nossas leis e conceitos, temos que progredir, olhar para o que é necessário fazer. Ter sim vergonha do que fazemos de errado.
autor: Delmonte Vicencio

domingo, 14 de março de 2010

Ainda sobre as mulheres: o mito Elvira Pagã

Por Laércio Júlio da Silva


14 de Março de 2010

Como março é considerado o mês das mulheres, é pertinente continuar no mesmo assunto. Já muito escrevi sobre a importância das mulheres no movimento naturista, sua contribuição para com o feminismo e a luta pelo resgate do seu próprio corpo. A principal delas, ideóloga e militante responsável pelo que existe na atualidade em termos de naturismo no Brasil, foi sem dúvida nenhuma Dora Vivacqua (Luz Del Fuego, 1917-1967). Mas existiu outra personalidade controvertida e escandalosa com imenso destaque nos anais do naturismo e do feminismo contemporâneo chamada Elvira Pagã. Criatura extraordinariamente inquieta, veio ao mundo para sacudir as entranhas de uma sociedade extremamente conservadora que considerava qualquer artista a “escória da humanidade...”
Nascida Elvira Olivieri Cozzolino (1920-2003) foi protagonista de um dos maiores escandalos da época. Inventora ou descobridora inusitada do biquíni brasileiro, no verão quente de 1949 em plena Avenida Rio Branco no Rio de Janeiro uma multidão delirante não tirava os olhos do carro alegórico em que ela se apresentava envolta em frutas tropicais. No destaque, como uma deusa do pecado, a Rainha do Carnaval na época, exibia um corpo maravilhoso num ousado traje de banho dourado. Depois que sua capa estilo toureiro fora arrancada pelos fãs ensandecidos, ela rasgara um maiô adaptando o modelo “duas peças” usado no teatro rebolado, lançando oficialmente o biquíni num Brasil repressor e moralista. A plebe gritava por todos os lados: “Olha a Elvira Pagã! Olha a Elvira Pagã!”. Vem dai o nome artístico.
Foi uma das primeiras artistas brasileiras a explorar o impacto do nudismo, disputando com Luz del Fuego o espaço nos noticiários escandalosos da época. Ativista cultural fez oito filmes, como O Bobo do Rei (1936), Cidade-Mulher (1936), Alô, Alô Carnaval (1936), Dominó Negro (1939), Laranja-da-China (1940), Carnaval no Fogo (1949), Aviso aos Navegantes (1950) e Écharpe de Seda (1950). Rainha do Carnaval durante muitos anos ao longo da década de 50, cantora e compositora lançou treze discos junto com sua irmã. Elvira Pagã foi uma figura emblemática e representante maior da fase do Teatro de Revista brasileiro. Escreveu alguns livros, entre eles “Revelações” e “Vida e Morte”, chegando inclusive a ocupar a cadeira de número 12 da Academia Paulista de Letras. Em 1949 ajudou a formar a “Companhia Juan Daniel”, e construiu seu próprio teatro, O Follies, cujo imóvel pertencia a Antônio Carreira. Estreou com a apresentação de espetáculos que incluíam o nudismo com a participação de Luz del Fuego.
A jornalista e professora de comunicação pela UFRGS, Doris Fagundes Haussen desenvolveu um artigo intitulado “A Revista do Rádio através de seus editoriais (década de 50)”. Nesse trabalho, ela relata um fato curioso que demonstrava uma tentativa da revista em evidenciar uma vida “famíliar” e “pasteurizada” para a vedete Elvira Pagã, adepta do nudismo que viria mais tarde a ser intitulado naturismo. Na seção da revista n° 222, “Minha casa é assim”, foram publicadas uma série de fotos da artista, vestida, mostrando a sala, o quarto e a cozinha, terminando no banheiro com a vedete enrolada em uma toalha, dentro da banheira, junto a uma bolsa de crocodilo, descrita como “para guarda de pertences de banho”. Foi a primeira mulher brasileira a fazer plástica nos seios numa época anterior a moda do silicone. Ficou conhecida por ter posado nua e distribuído a foto como cartão de Natal, sendo na época presa e acusada de “atentado ao pudor”.
A partir dos anos 70, nos moldes do conservadorismo imposto pela chamada “marcha da família”, visada e perseguida pela ditadura que se instalara no país, abandonou a rotina de evidências tornando-se reclusa. Terminou seus dias como pintora e adepta do esoterismo. Morreu aos 83 anos de idade depois de uma vida intensamente polêmica e produtiva.

Laércio Júlio da Silva é diretor da Federação Brasileira de Naturismo (FBrN) e presidente da Associação Goiana de Naturismo, o Goiasnat.


www.goiasnat.com.br



"Não ande na minha frente, eu posso não te seguir. Não ande atrás de mim, pode ser que eu não te guie. Caminhe junto a mim e seja meu amigo." Albert Camus

quinta-feira, 11 de março de 2010

Mulher e Naturismo

O texto é uma resposta ao comentário colocado em CADÊ AS MULHERES BRASILEIRAS NATURISTAS?? - comentário em aqui nesse blog - e reproduzido abaixo.

Daniel Gambin disse...
Prezada Ariana,
No Brasil, como em qualquer pais latino, as mulheres são objeto sexual para os homens. E não o contrario.
É uma pequena grande diferencia que faz a diferencia.
Não acha que pode ser uma razão valida para não ter tantas mulheres no naturismo?

Feliz dia da mulher e feliz peladismo na sua vida.


Caro Daniel, obrigada pela leitura do texto, obrigada pela interferência através de sua expressão de ponto de vista. Seu questionamento motivou a escrita deste texto que acho que tem a ver com esse bando de gente que fica pelada por esse mundão a fora.

Bem, eu compactuo com a seguinte linha de raciocínio trazida por um psicólogo muito famoso: “O homem trata a mulher como objeto porque a própria mulher se trata como tal.” Quando o casal se conhece, a mulher é linda, tem um brilho próprio, tem uma aura maravilhosa e por isso é super atraente e só por isso atraiu a pessoa que atraiu. Ela tem e ama seu trabalho, tem suas horas na academia, usa suas roupas curtas e sexys, dedica algumas horas a ir jogar conversa fora e dar risada com as amigas no boteco, enfim. Por trás daquele brilho tem uma manutenção. É verdadeira, livre para satisfazer desejos simples, é extremamente feliz, o que a torna atraente.

Pois bem, quando começa a namorar o homem, vai perdendo a força. Não consegue ter pulso firme nesse sentido. Acha que tem obrigação de só agradar o homem, fazendo tudo o que ele quiser. Vira mãe dele. E para de SE agradar. Se quer usar uma roupa curta ou sexy e o marido ciumento não gosta, ela não coloca. Se quer encontrar as amigas para bater papo, dar bastante risada e o marido inseguro não gosta ela não vai (ele até podia ir junto, mas acha que não vai ter atenção só pra ele, ou não vai se entrosar). Se ela quer suas horas na academia e o marido inseguro não gosta, pronto!, de novo, ela não vai. Então, percebe o quanto de pequenas coisas importantes ela vai abrindo mão? Você percebe que aos poucos ela vai deixando de fazer pequenas e simples coisas que a agradavam e que quando vê já se anulou? Que não faz mais nada do que gosta? Acho até que acaba se esquecendo do que é que gosta. Ela vira um objeto. Ela mesma passa a se tratar como um objeto. E aí passa também a ser um objeto, um objeto do homem que está a seu lado e este passa a manipulá-la também. Agora, ela só faz o que o homem quer e gosta. Quando chega nesse ponto, já apagou totalmente sua luz. Virou aquele “xuxu”, como diz o tal psicólogo famoso, ficou sem graça, sem brilho, sem luz própria, não tem vontades (acho que nem sabe mais o que é isso), não pensa por si própria, virou uma imbecil, uma "idiota" que vive completamente a vida do outro.
Assim, fica super fácil de ser manipulada. Ela mesma se tratou como objeto, não se impôs, não deixou claro o que era importante pra ela, o outro tomou posse, ocupou todo o espaço. A consequencia disso é conhecida de muita gente.Nesse sentido, entra-se na idéia de que “A mulher aprende a odiar à medida que desaprende a fascinar” (Nietzche) porque mata o amor e aprende a desenvolver o ódio e fica vingativa.

Quanto à isso ter a ver com naturismo... bem... a não presença delas no naturismo pode ser a única arma, a única força que reúnem para não satisfazer mais uma das vontades do homem... não sei... sem falar que não veem objetivo em ficar apenas peladas. Então elas não irem a ambientes naturistas pode entrar nessa linha de raciocínio como conseqüência (são objetos, objetos não pensam, não tem motivação para ficar pelada) ou pode ser uma reação, se o homem quer muito e ela sabe que nessas horas ele “está em suas mãos”, ela não vai...
Pode ser, como disse acima, que a mulher não tenha claro um objetivo para ficar nua em grupo, ou seja, ela não vê motivo para freqüentar um lugar desses. Imagino que a mulher, completamente desnuda, sem nenhum adereço sinta-se desarmada. Quando a mulher vai a uma praia “normal”, a grande maioria delas, pensa logo em arrasar com o biquíni última moda, pegar um bronze, ficar com aquela marquinha, ao mesmo tempo em que se exibe para outras mulheres e para os homens e seduzir esses homens, e quem sabe relaxar do estresse da cidade grande. Note-se que isso acontece de uma forma discreta, não por meio de linguagem verbal, mas através de gestos, atitudes... percebidas, mas difíceis de serem comprovadas. Agora fico imaginando essa mesma mulher num lugar naturista. Primeiro: ela não vai arrasar com o biquinão, ou biquininho, segundo: ela não vai poder exibir seu biquíni última moda para outras mulheres e homens, terceiro: como conseqüência, não poderá seduzir porque estará insegura, quarto: conseqüência dos outros itens, não há objetivo em ficar pelada, sem adereços, sozinha com seu corpo. Num primeiro momento até vai por curiosidade, mas satisfeito esse objetivo deixa de ir.
Pode ser que entre nesse caso, então, a questão de que deva haver um motivo estabelecido claramente para se estar nua. Tirar a roupa completamente pode remeter à memória de que só se faz isso para se ter relações sexuais, e como naturismo não está ligado a tirar a roupa para fazer sexo, novamente, há a falta de objetivos claramente definidos.
Não estou discutindo o masculino em ambientes naturistas, mas há homens que pensam que se forem a um espaço naturista vão ficar excitados o tempo todo. essa questão pode entrar no imaginário feminino e influenciar na presença delas. Bem... esses mortais precisam rever seus conceitos e essas mortais não precisam se preocupar com isso. Acho até que os homens ficam mais calmos porque não há clima de sedução. Bom, mas não quero fugir do assunto. Talvez esse seja assunto de um próximo texto.
Só resgatando a idéia lançada, a questão da mulher ser vista como objeto, ou a falta de objetivos claros para exercitar a nudez pública, ou a imaginação moralista em torno desse estilo de vida podem explicar ou complicar a adesão marcante, ou não, das mulheres ao naturismo.
Quero enfatizar que tudo o que eu disse aqui são apenas hipóteses, idéias, expressão de um ponto de vista, não é a verdade da vida. Na verdade eu perguntei porque também gostaria de entender o fenômeno da pouca presença feminina no meio. Tem mulher por aí????


Ariana Boss

domingo, 7 de março de 2010

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

DIA INTERNACIONAL DA MULHER
(Numa perspectiva naturista)

“Muitas mulheres consideram os homens perfeitamente dispensáveis no mundo, a não ser naquelas profissões reconhecidamente masculinas, como as de costureiro, cozinheiro, cabeleireiro, decorador de interiores e estivador”.
(Fernando Veríssimo)

Seria cômica, se não fosse trágica, a assertiva bastante apropriada de Fernando Veríssimo acima descrita. Sem dúvida alguns avanços foram conseguidos na luta para emancipação da mulher, por outro lado, teve e ainda tem um preço alto a considerar.

A mulher nos dias atuais cuida da sua casa, da família, do trabalho (direito também conquistado com muito suor e lágrima) e de si mesma. Pronta no horário para deixar e pegar o seu filho na escola, ir ao supermercado e não podemos esquecer do Shopping. O resultado não poderia ser outro, estresse. Ah! Sim, a gente pede que elas arrumem um tempinho para leitura de um bom livro também. Só pode ser uma piada de muito mal gosto!.

O jornal “A Gazeta” do dia 07/03/10, um dia antes da comemoração do Dia Internacional da Mulher, Elaine Vieira publica sua reportagem com o título “Quer fazer a sua mulher mais feliz? Dê tempo pra ela!”, mostrando claramente que a falta de tempo prejudica até o sono delas. Podemos então, questionar os seus limites e se as conquistas foram até agora libertadoras ou se na realidade afirmamos o machismo (que não deu certo nem nas administrações das empresas) e um sistema econômico que ficou privilegiado por reduzir seus gastos com a folha de pagamento.

As mulheres brasileiras recebem, em média, salários 34% inferiores aos dos homens, a maior diferença registrada entre os 20 países pesquisados para um estudo divulgado nesta quinta-feira pela Confederação Sindical Internacional (CSI), com sede em Bruxelas. O Brasil ocupa pior colocação em ranking de diferenças salariais entre os sexos.

Fazendo uma pesquisa minuciosa na internet, a maioria cita o direito a voto e ao trabalho como conquistas, não deixa de ser verdade, mas, o direito de ser tratada em iguais condições ainda não foi conquistado. A liberdade de expressão dos seus instintos deixa de existir, fica escondida nos valores ditados por normas sociais que preconizam a mulher como a mais bela da criação, mas não as deixam livres. Sabemos, biologicamente falando, que os prazeres sexuais tanto do homem quanto da mulher é neurológico, portanto, naturais, não existem motivos para o separatismo.

Divisões estas que chegamos ao disparate de classificar carros para uso feminino e outros para masculino, sem falar em perfumes, e tantos outros produtos colocados à venda. Interessa a quem essas divisões sem fundamento científico algum? Somente para finalidades mercantis. É interessante separar o corpo da mulher para ser vendida em forma de revistas pornográficas, filmes e moda. Já dizia Luz del Fuego: “O mundo tem sido o grande palco da hipocrisia...”

A percepção desse jogo não é para todas as pessoas, é preciso mente e corpo livres. É necessário entender que é no conjunto (macho e fêmea) que faz a vida se manifestar naturalmente. Numa carta-depoimento da Profª Sonia Maria Braucks Rodrigues ao Paulo Pereira em seu livro “Corpos Nus” ela diz: “Assim, o homem tem duas atitudes equivocadas em relação ao seu próprio corpo: vestiu-o e despiu-o em nome de culturas não-naturistas. Tanto a roupa como a nudez como atitudes não-naturais, servindo do propósito do consumo voraz”.

As roupas sempre esconderam o que era para ser visto como natural, ficamos reféns dos valores sociais que ditam as regras e não nos deixam ver que o corpo humano, na realidade, é o templo da alma. Passamos a ter um culto obsessivo ao corpo que o tempo, com certeza, irá nos frustrar e trará sérios danos à saúde físico-mental. Allan Kardec já tinha feito a seguinte observação: “Apegando às aparências, o Homem não distingue a vida além do próprio corpo, esteja embora na alma a vida real; aniquilado o corpo, tudo se lhe afigura perdido, desesperador.”

O equilíbrio entre mulheres e homens nas áreas naturistas sempre é bem vindo, não necessariamente uma pré-condição. Os homens foram beneficiados com a sua liberdade desde cedo, ainda bebê, enquanto as mulheres estão ainda adquirindo seus espaços. Com muita dificuldade tentam vencer seus bloqueios pessoais que lhe foram impostos todo esse tempo, não existe felicidade onde não há liberdade. Na verdade, o naturismo não é somente processo de regressão ao passado (dos irmãos aborígines), mas também é uma evidência de progresso.

No naturismo a mulher é colocada numa condição nobre e igualitária, não há porque ser diferente. No entanto, a sua resistência tem demonstrado ser maior do que a dos homens. Acredito que, por pressões sociais e familiares, se preocupam com conceito de moral. A nudez humana não tem nada de imoral, simplesmente é natural. É bom que busquem informações de fontes confiáveis do que representa esse movimento no mundo. É uma questão de conscientização que infelizmente ou felizmente é preciso ler e sair da ignorância.

Tenho em minhas mãos, depoimentos de pessoas que viveram e tiveram experiências com os índios por longo tempo. Estes nunca viram agressões às suas crianças, e estão nus. Enquanto não são poucos os casos que são observados em nossa sociedade, dita moralista, dos abusos sexuais as quais tem sido as nossas infringidas. Eu pergunto: Que tipo de educação tem sido dada às nossas crianças que valorizam mais as roupas do que seu próprio corpo? Quanta doença!!!

Estamos comemorando mais uma vez o Dia Internacional da Mulher, as futuras gerações estão em suas mãos. Então que sejam de mãos generosas e de mentes livres para que tenhamos menos agressões e mais amor. Que a liberdade consciente e de respeito seja, não somente para as mulheres, mas um objetivo a ser alcançado de todas as nações. Que homens e mulheres possam entender que, unidos representam melhor a imagem de Deus.


Evandro Telles
07/03/10

CADÊ AS MULHERES BRASILEIRAS NATURISTAS??


Nesses alguns anos de prática peladista, de ficar pelada em casa, de ficar pelada em praias, eventos, etc., vejo que há mais homens que mulheres nos lugares onde os pelados estão. Ei, mulherada! Cadê vocês? O que acontece com vocês que não se manifestam, que não se apresentam? Vocês não gostam de tirar a roupa? É isso? Eu sou mulher, mas não sinto que a idéia de que a mulher sofre uma pressão para ser pudica me atinja; por isso gostaria de entender esse fenômeno, e que daí ela aprende a não se sentir à vontade com seu corpo e que a mulher é mais vaidosa e precisa de acessórios para se sentir bonita, entre esses acessórios a roupa, e tal e tal.

As listas naturistas estão cheias de homens opinando; mas que pouquíssimas mulheres se manifestam isso é verdade, umas três ou quatro apenas. Nesse fatídico dia da mulher, é um bom momento para falarmos sobre a presença feminina nesses lugares. Quando há casais nos ambientes naturistas, às vezes, as mulheres não têm voz. Quem se manifesta e decide sempre são os homens, salvo alguns grupos de homens naturistas liderados por uma única mulher, que também ocorre.

Meninas, o que acontece? Me contem porque eu não entendo!?!?! Se um homem é convidado para ir num lugar desses, eles não fazem cerimônia, já quando falo do assunto com algumas mulheres brasileiras... ai meu Deus! Então... expliquem, porque o naturismo parece coisa de homem? Por que é que freqüentam praias usando um biquíni minúsculo, mas não freqüentariam uma praia sem esse biquíni minúsculo? É por que as mulheres vigiam demais umas às outras? Por que ficam olhando as pelancas e celulites umas das outras? Por quê? Pra quê?

Mulherada, como vão os churrascos aí?!?!?

Ariana Boss