quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

“Ne nuntium necare”

“Consta da história que Dario III, rei da Pérsia, cometeu erros estratégicos que contribuíram para sua derrota perante Alexandre, o Grande, na Batalha de Issus, em Novembro de 333 A.C. Informado do desastre, Dario III terá mandado matar Charidemos, que o advertira sobre as conseqüências das suas decisões. O episódio deu origem a uma expressão popular, usada sempre que alguém reage contra quem, honestamente, emite uma opinião verdadeira, mas que lhe é incômoda: matar o mensageiro.

Os “reis tinham como hábito mandar matar os mensageiros das más notícias, sendo que a finalidade não era eliminar a notícia, que subsistia, mas eliminar o veículo porque assim o rei tinha o pretexto perfeito de que aquela má notícia não havia sido entregue ao rei, e, portanto, dela também não tinha tido devido conhecimento

Matar o mensageiro: novamente isso se repete na FBrN!

Apelam para o código de ética dizendo que a “noticia denigre o naturismo”.”Que isso ira afastar novas pessoas do movimento.”… Pouco importa que outros itens do código de ética foram infringidos, se existiu fraude, roubo, estelionato ou assassinato. “Temos que proteger o naturismo” A solução? Matem o mensageiro. Essa é a pratica dos ultimo anos com a FBrN. Não se lembra? O caso Colina do Sol, a candidatura ao conselho de ética do Sr. Pacheco da Brasil Naturista apesar do processo por foto de crianças não autorizadas e agora o caso Colina dos Ventos. “E que importa isso? Não o que importa é a imagem do naturismo, os fatos não importam! O que os outros vão pensar dos naturistas? Temos que esconder isso!”. Que tristeza de pensamentos…

Não adianta matar o mensageiro, seja o Jornal Olho Nu ou Blog Peladistas Unidos. É exatamente isso que o pessoal da área enfatiza que não se deve fazer. Na revista Exame (link abaixo) tem um artigo de Jack Welch com Suzy Welch dando algumas dicas de qual seria o melhor a fazer:

O artigo responde a pergunta “como você lida com uma situação em que a mídia, apesar de não saber determinados fatos, está disposta a publicar algo a respeito deles? O que fazer principalmente quando a notícia é prejudicial a você? (David Free, Ontário, Canadá) “

A resposta: Não mate o mensageiro

http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0934/gestao/nao-mate-mensageiro-411000.html

O artigo fala em três dicas:

  • Em primeiro lugar, você disse a verdade, toda a verdade e só a verdade?
  • A segunda pergunta é: você passou a mesma mensagem a todas as pessoas?
  • Finalmente, você tomou em suas mãos a cobertura da imprensa?

Nos casos da FBrN que acompanhei essas regras obvias não foram seguidas. As regras foram:

  • Matar o mensageiro;
  • Promover os acusados ao cargo de “santo salvador”;
  • Omitir informações;
  • Jamais responder a qualquer questionamento.
  • E quando questionado diga: “isso não importa, o que importa é não denegrir a imagem do naturismo.”

Quando li a primeira vez a carta achei que foi uma falha na relação de consumo e que a FBrN poderia agir como um agente conciliador, ajudando a encontrar formas de minimizar as falhas e mostrar o quanto a Colina dos Ventos trabalha para reverte essa situação negativa. Afinal qualquer atividade pode ter erros e falhas. O importante é reconhecê-los e corrigi-los. Transformar uma situação negativa numa positiva não negando a verdade, mas trabalhando para corrigir.

Mas o que fizeram? Agiram na base da amizade. Como o Pedro não censurou a mensagem? Que absurdo! Lembra aquela outra bobagem da “policia naturista”. Tinham boas intenções mas agiram de forma incorreta também. Espero que foi algo semelhante o que aconteceu agora, tinham boas intenções mas “meteram os pés pelas mãos”.

A melhor solução seria retirar o processo contra o Jornal Olho Nu, pedir desculpa publicamente e conversar e ajudar as partes envolvidas no problema a achar uma boa solução. Por estar na região de Tambaba é muito importante essa ajuda. O Município e muitas pessoas dependem disso pois o naturismo atrai turistas para a região. Um problema que foi resolvido da mais confiança a um turista que tudo esta sendo feito para que tenha um bom atendimento e se algo der errado, pessoas ajudaram a corrigir e não com agora, acusar o turista.

Já prevejo que não será isso que ira acontecer: o Jornal Olhu será condenado, o cliente também e todos continuaram iludidos como sempre...

Referencias:

http://macroscopio.blogspot.com/2006/11/matar-o-mensageiro.html

http://pharmaciadeservico.blogspot.com/2006/10/matar-o-mensageiro.html

http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0934/gestao/nao-mate-mensageiro-411000.html

Um comentário:

Rosana Bento disse...

Acho que os dirigentes do movimento organizador do naturismo brasileiro podem ter adotado essas técnicas do passado - mencionada no texto "“Ne nuntium necare”" - para defender a "imagem do naturismo". Eu gostaria de saber qual é a imagem do naturismo para entender o que eles estão defendendo. Aí dependendo do que seja essa tal "imagem" eu possa compreender as tomadas de decisões, punições, acusações, etc, de pessoas que para a sociedade de modo geral é considerada ética. Esse caso do Pedro remete a autoritarismo e completo desentendimento de como funcionam a lei de defesa do consumidor e o trabalho da imprensa no Brasil e no mundo, ou seja, dirigentes despreparados para dirigir.