segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Reflexões sobre o naturismo....

Venho refletindo o que é naturismo, qual sua melhor definição e mesmo se deveríamos classificá-lo em suas varias formas : naturismo, nudismo, peladismo  só para citar algumas. Mesmo a ligação naturismo e ecologia, na maioria dos casos, é muito tênue. Afinal qual é a realidade do naturismo brasileiro? Aquela apontada por minha amiga Ariana Boss em seus polêmicos textos: festa, churrasco e caipirinha? Veja em


 

http://peladista.blogspot.com/2008/11/deixei-de-ser-naturista-acho-que-vou.html.


 

Num daqueles acasos que fazem a gente duvidar do acaso recebi um email de um amigo naturista de muitos anos. Abaixo um trecho do email dele:

 
 

- Já há grupos aos montes na internet (Yahoo, Orkut, etc) sobre o naturismo, atualmente. Em alguns casos acredito que nem deveriam existir. Tudo o que você lê no Papo Naturista está postado nos demais grupos (que aceitam e dão boas vindas a qualquer assunto, ou seja, excluindo o NIP e Paulinat que só falam em churrascos). Resumindo: o tema "naturismo" está disperso por aí, mas sem grandes novidades ou acréscimos. Muita repetição dos mesmos assuntos. Muitos grupos, mas sem diferencial aparente e sem acrescentar algo que justifique suas existências.

 
 

- Infelizmente o Paulinat está crescendo como uma bola de neve, devido à proposta do grupo, que é espelhado no NIP. Digo infelizmente, porque, apesar de movimentado, não acredito que possa ajudar o naturismo de forma responsável. Fui a um encontro público desse grupo e, de lá prá cá, estou desaparecido (não tenho contatos, mas acompanho as conversas virtuais deles). Pela conversa que tive com os membros mais antigos e com os novatos que lá foram, somado ao que vejo na web, posso afirmar que o Paulinat está indo bem porque oferece o que a maioria das pessoas deseja: diversão, festas e conversas descompromissadas. Mensagens sobre debates filosóficos não são barradas, mas sofrem a censura dos próprios participantes que não respondem ao que você escreveu. Eles não estão nem um pouco interessados sobre debater o naturismo. Querem sim, e o grupo lhes oferece em grande quantidade, muitos encontros e atividades, os quais, pela própria maneira de se posicionar dos membros nada mais são do que "uma maneira de poder ficar pelado sem correr o risco de ir parar na delegacia e sem sofrer de solidão em um canto de uma praia deserta". A frase que mais ouvi no encontro público foi "Estou no naturismo porque gosto de ficar pelado e se tiver gente em volta melhor ainda. Não pratico por questão de ideologia, religião, espírito ecológico ou coisa do gênero. Quero simplesmente ficar pelado, ver e ser visto. Para mim a nudez é agradável e entrei neste grupo para ficar pelado o maior número de vezes que puder". Esse posicionamento estava presente até nos participantes mais idosos, de cabelinho todo branco e ralo. Bom, pelo menos foram sinceros. O Paulinat é como esqui aquático: tem de se manter em movimento, em ritmo frenético. Se der uma paradinha nos seus agitos podem ocorrer problemas. Resumindo: não há grande demanda para "naturismo" que não tenha foco na diversão, farra e nudez vazia de valores e ideais.

 
 

- Falar em naturismo verdadeiro é complicado. Alguém consegue descrevê-lo ? Uma definição consistente poderia produzir uma metanóia nas pessoas e atrair muita gente, mas ela não existe até o momento. Fazer críticas aos outros grupos não ajuda, porque eles simplesmente assimilam as idéias e artificialmente incorporam as mesmas. Exemplo: falar que muitos naturistas são apenas um bando de nudistas que não tem valores humanos e preocupações com os problemas do mundo. Automaticamente os dirigentes dos grupos criam campanhas fixas de "alimentos para os pobres" e de "reciclar o lixo formado nos encontros". Pronto. Agora ninguém pode falar deles porque já tem ações que demonstram como são conscientes e bonzinhos. Faça mais críticas e eles assimilarão o que for dito, o que é bom, já que, se antes (por exemplo) não reciclavam copos e garrafas plásticas dos encontros naturais, agora passaram a fazê-lo graças às críticas recebidas. Mas são ações artificiais, politicamente corretas, para fugir de novas críticas. Não são idéias espontâneas dos dirigentes desses grupos. Deu prá entender? Resumindo: quem falar em "naturismo verdadeiro" como sua bandeira, vai ter de defini-lo de forma clara e consistente para que qualquer um entenda e assimile. Os demais usarão os conceitos formados sobre "naturismo verdadeiro"  em seus grupos para manter uma imagem bonita, envernizada, mas falsa, ou seja, sem coração presente no que estão fazendo.