No caso Colina do Sol temos algumas curiosidades. A mais marcante foi apelação feita pelo MP onde a doutrina, a ”ideologia”, “o que se acha do caso” são mais importantes de que fatos pontuais e concretos. O antigo presidente da Federação de Naturismo foi “condenado” pela ideologia e não por fatos. Para muitos, o que importa, é a ideologia e não fatos. Logica, racionalidade, pensamento logico é coisa de burguês (nunca escutou essa?).
Pior, a ideologia que foi usada é do tipo “crime perfeito”: se as vitimas confirmarem então o réu é culpado. Se as vitimas negarem, então o réu deve ter subornados os envolvidos, e é culpado disso também. É uma acusação maravilhosa, pois pela ideologia, não precisa de provas para negar as teorias. Fatos são irrelevantes. Bastam indícios e denúncias. Uma ideologia, onde a "criança pode mentir sobre tudo, mas não mente sobre abuso sexual." É uma teoria oferecida sem evidências, pois evidências não há. A criança pode ser campeã de mentiras e contradições, mas nesse ponto, “ela não mente” por ideologia. Se as outras mentiras não servissem para tirar a credibilidade da vítima (pois abuso sexual é um caso especial), não há maneira nenhuma do acusado se defender. Contudo a palavra da vítima tem relevância especial, contanto que seja consistente e coerente com as outras provas no processo (ou pelo menos não refute as mesmas).
Ah, sim, se no meio do caminho você afirmar que as vitimas, por serem pobres, estão mentindo, não se preocupe. Essa falácia será aceita placidamente e ninguém ficara revoltado. Afinal pobres são mentirosos, não é? Ou será que não? Eu acho que não, pois uma das poucas coisas em que sobra é a honra e honestidade da pessoa. Mas fazer o quê, a ideologia reinante necessita disso.
De certa forma isso me lembra do conceito de polilogismo. Mas o que significa esse “palavrão”? Descobri pesquisando na net que significa “a crença de que há uma multiplicidade de irreconciliáveis formas de lógica dentro da população humana, e estas formas estão subdivididas em algumas características grupais”. Ou seja, acredita-se que há uma diversidade de estruturas lógicas da mente que dependem das características de uma nação, grupo ou do corpo. (ver em http://mauricioserafim.com.br/polilogismo/) Nesse link existe um vídeo com uma aula muito interessante, em espanhol, de Jesús Huerta de Soto, prof. de economia da Universidade Rey Juan Carlos, em Madrid.
Outro local que apresenta um texto interessante sobre o tema sob o titulo: “A Falácia do Polilogismo” está em http://rodrigoconstantino.blogspot.com.br/2008/07/falcia-do-polilogismo.html.
Mas qual a razão dessa lembrança? Além do absurdo dessa falácia (do polilogismo) ela tem um forte cunho ideológico. Foram usadas por marxistas e nazistas. Se não concorda com a ideia é por que você “não presta”, “é pedófilo”, “um ser racional que mostras todo seu totalitarismo, um burguês, por não aceitar essa ideologia”. Fato? Isso é coisa de “burguês”. Não precisamos de fatos, logica ou deduções. O simples fato de ser contra a tese já mostra a sua origem. Se for vitima e pobre “tem que negar o fato ocorrido, afinal é pobre e pobre deve mentir por causa disso” e estamos todos em paz com essas falácias.
O ataque “ad hominen” (em outras palavras, xingamento) "quem defende, é pedófilo" é antigo. Em vários casos nos EUA, como na caça às bruxas de Wenatchee, a polícia simplesmente indiciava qualquer um que defendia os acusados. Tinha gente de fibra, mas sem dúvida tinha outros entenderam o recado e desistiram. A comunidade a onde ocorreu o caso sempre usou o portão, o "estatuto" e os "conselhos" contra quem defendia os acusados. Afinal, umas das boas variações polilogismo é usar um pouco mais de ataque “ad hominen”.
No caso de "rede de pedofilia", o ataque ad hominen tem um vantagem oficial. Alguém fala 'não há rede de pedofilia', os acusadores logo dirão: “pegamos mais um! A rede é maior do que pensávamos!" É um jogo “ganha-ganha”, win-win.
Outra coisa bacana desse tipo de acusação: "as vítimas negam; logo foram então ameaçadas ou subornadas; é mais uma prova do tamanho e poder da conspiração" é uma variação deste ataque. Sem falar, que nesse tipo de “logica”, a “pobre sempre mente e sempre se vende”. Isso serve, por exemplo, como justificativa para colocar por quase um ano um "grampo" num telefone sem achar nada.
“Mas alguém “dirá” foram naturistas que denunciaram naturistas”. Com isso querendo mostras superioridade moral dos naturistas em relação aos outros. Mas alguém já se perguntou qual a razão disso?
Qual a razão que no inicio, foi divulgado, que o Sr. Louderback era “figura desconhecida” da comunidade? Afinal era membro ativo e tinha sido presidente da comunidade. Ah, isso não importa, o que importa é a superioridade moral dos “naturistas” de lá. Não concorda? Lembre-se da ideologia reinante e o polilogismo. Isso já fala muito sobre você, se não concordar com essa tese.
Qual a razão, de apesar de sempre cumprir as regras mutantes impostas pela comunidade, acusaram as vitimas de não seguirem as regras? Para confirmarem a sua superioridade moral em defesa dos “pobres que devem mentir, é claro, por serem pobres”. Ou “usavam “ o portão, o estatuto e a comunidade para acusar de” mais um membro da rede de pedofilia”?
Uai, não vai aparecer nenhum ONG ou grupo para defender os menores desse tipo de afirmação absurda (“que pobre mente”)? Claro que não, isso vai contra; e racionalidade é coisa absurda, é coisa de burguês. Qual a razão de sempre afirmarem que eram meninos os envolvidos? Está mais parecendo uma falsa acusação que precisa de uma “mãozinha” de grupos e ONGs em prol dos direitos do LGBS.
Teve casos de pais, que foram acusados criminalmente, por não concordarem com a tese que seus filhos “mentiam”. Além de tudo, teriam que confirmar, que seus filhos, agiam como garotos de programas (por serem pobres e pobres se vendem fácil, por qualquer coisa segundo essa ideologia). Claro que tinha que ser acusado, não acusar é ir contra a ideologia! Não vai aparecer nenhuma organização de “diretos humanos” para ajudar os pais? Obvio que não! E a lista segue...
E ai tem uma pequena “bobagem”, uma coisa trivial, mas comum: “os ciúmes”. Em poucos anos o ex-presidente da FBRN acusado pela comunidade naturista de lá, fez muito mais que os presidentes anteriores. Claro, isso gera uma “dor de cotovelo” básica. E como ficam os “piposos”, maravilhosos, seres moralmente superiores desse local? Aqueles que afirmam que são pessoas ilibadas, que suspeitas contar a sua hora é crime “Lessa majestade”?
Até escutei de um desses ilustres seres iluminados, que quando aparece alguém doente no barco, o capitão deve jogar o mesmo pela mureta afora. Pena que não gravei brilhante declaração.
“Por fim gostaria de deixar os comentários de Mises sobre o “Polilogismo”: “..não é uma filosofia ou uma teoria epistemológica. Ele é uma atitude de fanáticos limitados, que não conseguem imaginar que alguém pode ser mais razoável ou inteligente que eles mesmos. O polilogismo também não é científico. Ele é a substituição da razão e da ciência por superstições. Ele é a mentalidade característica de uma era do caos”.
Parafrasearia o conceito da superioridade moral de um grupo de “naturistas” como sendo outro caso de polilogismo... Negar a figura de “Luz del Fuego” para o naturismo nacional, no mínimo, é ridículo.
Qualquer semelhança com a realidade você esta sofrendo de um caso agudo de polilogismo...