sábado, 20 de fevereiro de 2010

Samba do Crioulo Doido

Uns brasileiros aproveitam Carnaval para viajar, outros para relaxar, outros ainda para pular.

A Federação Brasileira de Naturismo caiu mesmo na folia, produzindo uma "samba do crioulo doido", na forma de uma carta para Jornal Olho Nu. Uma carta com a coerência típica do roteiro de escola de samba, evoluindo em alas e alegorias com pouco coerência entre si.

Cambaleando entre o obsoleto e o absurdo, a FBrN abre desfilando sua incapacidade de lidar com a verdade. Fala com a prepotência de uma rainha de verdade, e não "da Bateria".

A extinta Lei da Imprensa

A FBrN começa dizendo que o texto é um Direto de Resposta sob a Lei de Imprensa - que foi sepultada pela STF no ano passado. A FBrN evocou aquele resquício da ditadura pela ignorância, ou pelo saudosismo?

E ainda se tiver em vigor, daria direto a uma resposta igual, que no caso seria uma frase, e a imprensa raramente cedeu tal direto.

Aquele "esclarecimento" saiu no Olho Nu não como direto da FBrN, como esta tentou dizer, mas como cortesia de Pedro Ribeiro. Pedro publicou, eu acredito, pelo noblisse oblige, que é sentido somente pelo quem é mesmo nobre.

Denúncia à Federação?


A carta disse ainda, que "Sr. Renato não encaminhou sua denúncia diretamente à Federação Brasileira de Naturismo".

Bem. Quando o Presidente da FBrN, Dr. André Herdy, foi preso sob acusações claramente falsas, eu procurei a ajuda da FBrN por carta em dezembro de 2007; na empresa do sr. Elias Perreira em Tabatinga, acompanhado de Cristiano Fedrigo, em maio de 2008; num reunião no Mirante do Paraíso em julho de 2008 junto com minha familia e de novo com Cristiano; e no Congresso Internacional em Tambaba em setembro de 2008. Sei que o pai de Dr. André, e seu advogado também, procuraram a ajuda de FBrN.

Procuramos ajuda na hora de perigo, na hora que teria surtido efeito, sem sucesso. Mas depois sr. Elias disse que a FBrN não foi procurado.

Que é uma mentira cabal.

A FBrN disse que Sr. Renato não o procurou. Mas a palavra da FBrN tem o valor do som dos ventos nos árvores, ou das ondas na praia. Menos, pois nem bonita é.

"A única instituição competente"

Quando a FBrN afirma que é "a única instituição competente", entendemos porque Thomas Jefferson afirmou que entre um governo sem jornais, e jornais sem um governo, escolheria a segunda opção sem pestanejar.

A profunda incapacidade, incompetência, e infâmia do conduto da FBrN no caso Colina do Sol mostre a utilidade e necessidade de uma imprensa livre, e como é pernicioso o sigilo, em que somente a acusação é ouvido.

A imprensa é valioso também par sua pluralidade. Pode haver os ruins (que nem um certo veículo naturista, cinco vezes seguidas eleito "Revista do Mês" pela Sociedade de Sexo Solitário de Sorocaba) mas os vozes dos bons se destacam que nem o do Jornal Olho Nu.

A boa fé do denunciante.

A FBrN, depois de citar a revogada Lei da Imprensa, agride o Código de Consumidor, já em vigor faz vários anos, e pelo qual a boa fé do consumidor é presumido: o peso da prova fica por conta da empresa.

O direto de criticar ou elogiar serviços - de cinemas, restaurantes, pousadas, etc - em resenhas ou cartas em jornais - é tão bem estabelecido que nem preciso entrar no assunto aqui.

A presunção de boa fé, como qualquer presunção, só vale até que seja comprovado o contrario. No caso Colina do Sol, por exemplo, a ma fé dos acusadores, desafetos e devedores daquele que acusaram, já foi comprovada.

Comissão de Frente

Em seguida, vem confusão sobre a composição da Comissão de Frente. Com certeza Tannus é o presidente, escolhido uma vez num eleição convocado e conduzido de forma irregular, e uma segunda vez conforme a lei da República.

Porém, enquanto a seleção do mestre-sala e da porta-Bandeira eram iguais nos dois eleições, a composição do Conselho e da Comissão de Ética difere. Conforme a eleição legalmente convocada, conduzida, e registrada, a composição do Conselho é:
  • Pedro Ricardo Ribeiro – Presidente do Conselho Maior
  • Arnaldo Soares – Conselho Maior
  • Miriam Lúcia Zorzella Di Dio– Conselho Maior
  • João Carlos Lima de Souza– Conselho Maior
  • José Mariano da Silva – Conselho Maior
A afirmação na carta de que:
Se tratava de um debate a ser realizado entre os conselheiros do Conselho Maior, que por uma exceção a regra foi aberto a participação do Sr. Pedro Ribeiro, e nesse caso o sigilo é absolutamente normal, uma vez que se tratava de um debate interno.
obviamente nada tem a ver, sendo que sr. Pedro Ribeiro é registrado no Cartório de Camboriu como membro do Conselho Maior, sim.

O sigilo era normal para o Star Chamber. Não surpreende" que o "Sun Chamber" o segue também nisso.

Reflexão

A carta termina com o que chama um "reflexão", na realidade um tratamento simplório do limite entre o direto à privacidade e à liberdade de informação.

O assunto é complexo, e já tratei parcialmente em outras ocasiões.

Aqui, sugiro mesmo um reflexão, no sentido mais básico: que a Federação Brasileira de Naturismo se olhe no espelho.

Sobre o Direto de Imagem, que olhe Marcelo Pacheco, escolhido na eleição ilegítima para o Conselho de Ética, e que responde a vários processos por utilizar imagem de menor nú sem permissão: no Rio Grande do Sul, e em Pernambuco.

E sobre quem
expõe à execração pública a imagem particularidades da vida de pessoas que, antes de qualquer possibilidade de defesa, se vêem às voltas com o fato de terem que provar que não cometeram um determinado ato ou que as informações passadas não são plenamente verdadeiras
que olhe a corja da Colina do Sol, que fez acusações dos mais sérios, que souberam falsas, contra o próprio Presidente da FBrN, Dr. André Herdy, contra Fritz Louderback e contra as esposas destes e contra várias pessoas que os apoiaram na hora da sua necessidade.

A FBrN não expulsou, não suspendeu, não criticou os autores das falsas denuncias. Em vez disso, os apresentou em Brasília, permitiu que eles votassem e fossem votados, e permitiu que o nome da FBrN seja usado para atrair naturistas da América Latina para a Colina do Sol para o ELAN, colocando em perigo a integridade financeira ou até física de nossos "hermanos".

O que há por baixo

Tudo que a FBrN apresentou na avenida comprove sua falta de qualificação para estar lá. Há um tropeço depois de outro: a gentileza do nobre Pedro Ribeiro reclamado como direto da FBrN; a demanda da retirada da carta transvestiada num mero "pedido"; o direto claro de criticar serviço mal-prestado confundido com as limites da liberdade da imprensa.

As palavras da FBrN são as paêtes e lantejoulas que encobrem os carros alegóricos do desfile. Elas escondem o que é por baixo - a armação.

Estes últimos dois anos, que tenho tido o desgosto ocasional de lidar com a FBrN, fique sempre com a sensação que tinha algo por traz, um agenda não-divulgado, algo que impulsionasse ou emperrava a entidade.

O Bicheiro


As escolas de samba do Rio tem cada um seu patrão, cada um da "contravenção", ganhando seu dinheiro como a conivência, as vezes comprada, do poder público.

O desfile do FBrN tem também seu "patrão", e todos sabem tanto sua identidade quanto sua maneira de ganhar a vida: de angariar "investimentos" no naturismo, que nunca dão retorno a não ser em dor de cabeça e arrependimento, e de empréstimos do poder público, que nunca são quitados.

O "patrão" é pouco criativo. Defende sempre as mesmas idéias ultrapassadas e curiosas, de fazer naturismo crescer expulsando este grupo ou aquele. Seu método empresarial preferido é a venda de papeis que já saem da gráfica podres, em troca de algum futuro que nunca chega. O método secundário é abocanhar dinheiro de banco público, que quer dizer do contribuinte.

BNDES?

No caso da Colina dos Ventos, os sinais são de que um ataque contra a bolsa da Viúva está sendo planejado, mais provavelmente um empréstimo diretamente do BNDES ou de alguma outra instituição que repasse de linha de BNDES, para Colina dos Ventos. A reação rápida e violenta da FBrN sugere que é isso, e que é para já. Também há urgência pois quando o ramo é a venda de ilusões, uma empresa já em operação é inconveniente, pois um histórico financeira é menos flexível do que um projeção de um empreendimento ainda não lançado.