Após os passeios maravilhosos por esta Europa de muita história e a comilança de fim de ano, que começou no dia 24 e só parou dia 6, cá estou novamente.
Sabe, senti-me um pouco naturista por causa desse come, come. O naturismo não é para qualquer um! É muito difícil se manter naturista! Confesso meu peladismo!
Muito bem! Retorno incomodada. Continuo incomodada. Incomodada com o que o simples ato de tirar a roupa provoca nas pessoas. Parece que o corpo nu é algo que incomoda o próprio dono do corpo. Sabe quando você não tem idéia do que fazer com as mãos em certos momentos tensos? Então, é a mesma coisa, só que o corpo inteiro tem mais partes e pode gerar uma confusão!!! Ih, vocês não podem nem imaginar, peladistas unidos!
Será que os naturistas, não aqueles tranqüilos com suas práticas, mas os que transformam o ato de tirar a roupa numa coisa que vai além das esferas terrenas, precisam de desculpas para ficar nus? E a única desculpa que arranjaram, no final, é o churrasco do próximo encontro? Parece que o simples fato de estar pelado não é suficiente, por isso criam desculpas filosóficas, metafísicas, psicológicas, mitológicas, ideológicas, sociológicas para explicar por que estão pelados aos outros.
Gente, se é isso que acontece, é ótimo!!! Porque qualquer tipo de incômodo significa que há algo que requer atenção. É ótimo porque põem mentes para funcionar. Isso é bárbaro!
Será que esses seres sabem qual é a relação entre o nu e o corpo? Será que pensam? Nessas coisas? Questiono esses caras (naturistas desajustados) porque se julgam deuses que assumem forma humana na terra, ao tirar a roupa, quando na realidade – penso eu – são pobres mortais como todos nós peladistas, pais, mães, filhos, avôs, tias, cunhadas...
Em todos os grupos há todos os tipos de pessoas com diversas características, diversas atitudes, comportamentos, formas de compreender o mundo e que divergem ou concordam de pontos de vistas alheios. No entanto, qualquer grupo que se forme torna-se formador de opinião. E, como artista e pessoa incomodada, sugiro que tais indivíduos voltem ao planeta terra para discutirmos sobre tirar a roupa, depois falamos de outros assuntos, ou será que poderemos falar noutros assuntos enquanto tiramos a roupa???? Como, por exemplo: por que o silêncio sobre coisas negativas, mas humanas, que acontecem entre grupos naturistas (censura, omissão, prisão)? Por que os F.D.P. dos swings cabeça de bagre continuam estragando o ambiente familiar das praias onde se pratica "o ficar pelado"? Por que não elogiar os que ralam para manter as praias e espaços de pelados? Por que o "natal solidário" transformou-se em natal solitário (que coisa hein?)? Por que naturismo? Por que "peladismo" traria felicidade? Por que a síndrome do rei da cocada branca? Por que tantos para reclamar e poucos para trabalhar? Estranho, né?
Conforme os ideólogos, o simples fato de tirarmos a roupa já nos torna perfeitos! A Pollyanna já dizia que se todos vivessem nus não haveria fome, guerra, violência, preconceitos, feiúra... Isso não seria maravilhoso???????????????
A nudez em si, praticada em ambientes sociais é ótimo porque o indivíduo quebra uma série de paradigmas; mas só isso não basta porque o cara tira a roupa e veste a arrogância ao supor que é superior aos outros que não ficam nus socialmente. Assim, mesmo nu esconde-se atrás de uma personagem mitológica. Ficar pelado não é pó de "pirilim pim pim" para acabar com os problemas do mundo. É preciso ir além.
É muito bom ficar nu, mas não atribuímos propriedades mágicas a esse fato. Desçamos das esferas do monte Olimpo para a realidade do dia-a-dia. Voltemos ao reino das imperfeições!
E aí, naturistas amigos, quando é que será o próximo churrasco?!