LOGOSOFIA E NATURISMO – PARTE II
O início do pensamento Logosófico se deu em 1930 por Carlos Bernardo González Pecotche, nascido em Buenos Aires, Argentina, em 11 de Agosto de 1901. Autor de uma vasta bibliografia e inúmeras conferências. A Logosofia é uma ciência que conduz o homem ao conhecimento de si mesmo, de Deus, do Universo e de suas leis eternas. Conhecimento é a palavra chave, abre as portas para a evolução consciente de nosso ser. No entanto, a mesma chave que abre não fecha, esse conhecimento deve ser compartilhado para contribuir com seus semelhantes na solução de muitos problemas complexos, principalmente no que se refere sobre questões mentais.
A evolução consciente implica mudanças, reconhecer que é necessário jogar fora velhas tendências humanas e dar lugar ao nascimento para coisas novas, é a renovação constante, é viver o dia a dia de modo diferente e consciente (no Budhismo isso se chama “Estar sempre alerta”). É ser livre para pensar, será que o somos?
Muitos poderão responder: Lógico que sou livre para pensar, o pensamento somente eu que o detenho. Será que não estamos massificados pelos valores ditados pelo social que tomamos para nós como certos e assim deixamos de viver a própria vida? Será a opinião que é dada não é a mesma do repórter que a emitiu? Sejam econômicas, políticas, religiosas e até mesmo das tendências da moda?
No Naturismo grande parte dessa massificação de opiniões é quebrada, mesmo porque o corpo não tem grife, não tem moda. Valores sociais e preconceitos são trocados por valores naturais, essa mesma natureza inteligente, sábia, de leis eternas e que não pede nenhum tipo de julgamento e que não depende de opinião de ninguém, é LIVRE SIM.
“Para se ter a liberdade de pensar, é preciso dominar a própria mente, e é por meio do conhecimento que é conferido maior liberdade a quem sabe usá-la com prudência e inteligência”. (Carlos Bernardo González Pecotche)
A nudez humana extrapola a liberdade do corpo, se a achamos feia, esquisita e com defeitos é porque estamos ainda nos prendendo aos conceitos e valores sociais. Por outro lado, se jogamos todas essas opiniões para o espaço e que se dane tudo isso (desculpe o termo, mas não vejo outro) e se fizermos a devida justiça de nos colocarmos numa posição de igualdade, aí sim nossa mente estará preparada para ser livre.
Não é a nudez que incomoda os ditos “moralistas” e sim a liberdade. Conheço na história de guerras, derramamentos de sangue, sofrimentos por causa da liberdade e desconheço por causa da nudez humana, o fotógrafo Spencer Tunick que o diga. Já fiz referência em outro texto e novamente vou citar uma parte do artigo “Normose” do Laércio:
Um amigo uma vez me confidenciou que não iria a um local naturista por considerar-se um ser primitivo, incapaz de chegar à iluminação dos que praticavam o naturismo. O pensamento dele se baseia na tese de que os naturistas são seres muito evoluídos em relação aos padrões “normais”!
Precisa dizer mais alguma coisa?
O Márcio Braga me disse uma vez: Pode escrever o quanto quiser que você não conseguirá expressar esse sentimento. De pleno acordo, mas não posso deixar de ensinar o que foi aprendido, não tenho o direito de reter o fluxo do conhecimento. Pobre seria a humanidade se não tivessem os grandes pensadores da história colocados no papel seus sentimentos e conhecimentos, de igual modo seria os grandes pintores se não tivessem colocado em suas telas seus sentimentos e assim como o músico etc. A Logosofia reconhece no homem dois lados, o mental e o sensitivo. Isso é atestado na experiência que se tem na prática naturista. Enquanto a Logosofia testa e descreve o Naturismo comprova.
O Naturismo vem de longas datas, a Logosofia também, e só agora é que as pessoas estão tendo o conhecimento dessas filosofias. Porque será? Pode ser devida à própria evolução do ser humano, quem sabe? O Naturismo pratica a Logosofia e sente no próprio ser os benefícios de se ter uma mente livre. As duas podem contribuir para a evolução consciente com seus ensinamentos sobre a natureza humana. Basta querer aprender.
Preocupo com a maioria dos nossos jovens que não está nem aí para esses conhecimentos, não há questionamentos da sua natureza, não há curiosidade, nem buscam informações do que representam essas filosofias, simplesmente vão remando com a vida, vão cantando “Deixa a vida me levar, vida leva eu”.
A era do Orkut e dos sites de relacionamentos deveriam aproximar as pessoas, acredito que esta aproximação até exista. No entanto, sem desenvolver o conhecimento e o lado cultural seremos superficiais e distanciados pela incompreensão do nosso próprio ser. Que tal deixarmos esse assunto para a parte III?
Evandro Telles
09/05/2010
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