domingo, 26 de abril de 2009

Barracão em Morro da Pedra ... Barracão de Zinco

No site Calunia encontra-se um texto falando do Barracão do Morro da Pedra. Esse barracão era usado pela comunidade carente de Morro da Pedra para jogar futebol, fazer festas para a padroeira, de casamento e também é uma escola de reforço da New Faces, a ONG de Fritz Louderback, um dos acusado do caso Colina do Sol. Com o processo tudo parou, é claro. Nada de aulas, festas ou futebol por lá. Lembra a musica Barracão cantada por Elizeth Cardoso outro tipo de barracão, mas a pobreza é igual. O Barracão de Zinco da musica pede socorro, assim como o de Morro da Pedra.

E quem escuta o chamado? Quem escuta esse pedido de socorro do Barracão de Zinco? Os "verdadeiros" naturistas da Colina do Sol, logo ali perto? Ou os "verdadeiros" naturistas brasileiros? Não, nenhum escuta! Estão mais preocupados com o churrasco do fim de semana, ou o próximo passeio, ou a defesa da "ecologia" é que visitar lindos locais apenas; e, obviamente, nada de atitudes ecológicas ou de solidariedade. Jacques Cousteau já alertava que a pobreza é indicação de desequilíbrio ecológico humano.

Quem sabe a letra de Barracão acorde os "verdadeiros naturistas"

barracão
elizeth cardoso
Composição: Indisponível

Ai, barracão
Pendurado no morro
E pedindo socorro
À cidade a seus pés
Ai, barracão
Tua voz eu escuto
Não te esqueço um minuto
Porque sei
Que tu és
Barracão de zinco
Tradição do meu país
Barracão de zinco
Pobretão infeliz...
Ai, barracão
Pendurado no morro
E pedindo socorro
Ai, a cidade
A seus pés
Barracão de zinco
Barracão de zinco.

 

Fontes:

http://letras.terra.com.br/elisete-cardoso/870395/

http://www.calunia.com.br/2009/04/o-barracao-de-morro-da-pedra.html


 

segunda-feira, 20 de abril de 2009

DO CIGARRO AO NATURISMO

DO CIGARRO AO NATURISMO

Existem três motivos para a nossa existência. Vivemos para o corpo, para a mente e para a alma. Nenhum desses motivos é melhor ou mais sagrado do que o outro; todos são igualmente desejáveis e nenhum dos três pode alcançar a plenitude se a um deles for negada uma vida integral e expresssiva. Extraido do livro “A ciência de ficar Rico” de Wallace Delois Wattles.
Não pretendo repetir aqui a definição de naturismo, já foi colocada em textos anteriores a este, mas não custa nada lembrar que naturismo é respeito à natureza, as nossas diferenças e ao seu próprio corpo. Como disse a Joseane em sua palestra proferida no Síto Beija-flor em Mogi Mirim em 14 e 15/02/09 “NATURISMO É VIDA, É NUDEZ CONSENTIDA, É MOVIMENTO SUSTENTÁVEL”.
Para aqueles que estudam o naturismo, sua história e o seu desenvolvimento sabem perfeitamente da incompatibilidade do tabagismo com o naturismo, são opostos que não podem conviverem no mesmo espaço, porque enquanto um defende a vida e o respeito o outro a tira e agride a natureza de si próprio e dos que estão próximos, e por chegar a esta conclusão óbvia considero o verdadeiro naturista aquele que não sabe somente ficar nu, mas também aquele que tem a postura de defensor da vida. Como já disse em outras oportunidades, as Associações Protetores dos Animais e os Naturistas podem sair de mãos dadas em defesa dos mesmos ideais, A VIDA.
Faço ainda um observação importante, alguns anos atrás o cigarro era considerado uma forma de status, as propagandas mostravam os indivíduos que tinham sucesso fumavam e para as mulheres representava charme e sensualidade.
Já trabalhei numa sala fechada com ar refrigerado com 6 a 7 pessoas, sendo 3 fumantes que acendiam seus cigarros normalmente e não eram repreendidos. Já viajei de ônibus interestadual que qualquer um poderia acender o cigarro tranquilamente e ninguém ficava chamando a atenção por isso. Nos dias atuais isso é inacreditável, para a nova geração é mentira minha. Quem fuma hoje passa vergonha porque é discriminado, está agredindo a natureza de outras pessoas.
O que aconteceu? Aconteceu uma mudança de valores, as pessoas querem uma purificação dos corpos, busca a saúde através da alimentação. academias e caminhadas. Naturistas estão na expectativa da purificação das mentes que mais cedo ou tarde também acontecerá, é que o autor Wallace cita: Vivemos para o corpo, mente e alma, e quem sabe este texto estará sendo lido por uma geração futura que conseguiu despoluir a mente dos pensamentos pornográficos e que conseguiu viver a plenitude de seus corpos e mente? Na época ninguém acreditava que iria acontecer isso com o cigarro e olha aí o que estamos vendo. Hoje o ditado “os incomodados que se mudem” já não funciona mais.
Mudanças de valores sociais tem acontecido com frequencia, chegará um dia que pessoas andando pelas ruas sem nenhuma vestimenta será normal, será a experiência do corpo, mente e alma e repetindo as palavras de Paula Queiroga citadas na revista Brasil Naturista edição nº 7 “Desnudar é simplesmente desapegar-se, largar-se, entregar-se ao campo de experiência pura de viver o aqui-agora, o Divino que há em você; de viver a essência divina que você é; de manifestar a potencialidade da criatura, do criador e da criação que há em você. É perder o controle e acessar a consciência. É sair da doença e curar-se, tornar-se são. É ser livre, ilimitado... É reconhecer-se imortal”.
Está aí todo o ciclo dos motivos da nossa existência.

Evandro Telles
18/04/2009

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Criança nua, notícia crua

Marlene Bergamo/Folha Imagem
Fui para Taquara em março de 2008 para averiguar o caso Colina do Sol. A polícia tinha como indício "fotos de crianças peladas", ainda que curiosamente mostram para a imprensa cartões postais do Rei Leão. Antes de sair de São Paulo, encontrei na Folha de S. Paulo cobrindo quatro colunas, a foto ao lado, da autoria de Marlene Bergamo.

A imagem ilustra a matéria "Sem-terra devastam área de 150 mil hectares no Pará" e a ilustra muito bem: a devastação, e as pessoas que pretendem ganhar a vida daquele pedaço de terra. Há contraste e conflito entre a vida nova da criança e a vida extinta da árvore. É um problema eterno, e nada na foto a prende a este ano, nem neste milênio. E a foto é de uma beleza extraordinária.

E também a foto mostra - com ainda mais clareza no jornal impresso - de que a criança é menino. Algo meio comum entre crianças.

Temos aqui indícios de crime (fora de crime ambiental)? O fato de que a criança é visivelmente menino é mais importante do que todos os outros fatores que levaram o editor a escolher este foto para ilustrar a matéria?

Chegando em Porto Alegre, comprei uma passagem para Taquara, e Zero Hora para passar o tempo. O jornal daquele dia reproduziu na capa uma matéria de dez anos antes, sobre uma mulher que deu parto no saguão de um hospital público. "O nascimento de um brasileiro" diz o manchete, e o foto mostra Ricardo da Rosa Henrique na hora e na maneira em que ele veio ao mundo.

Foi notícia, continuou notícia dez anos depois. Devia ter sido preterido porque o menino nasceu sem roupa? Um evento que serviu para colocar de uma forma dramática um problema sério deveria ter sido relegado a uma página interior, para "não ofender" alguém?

Mas o menino? Exposto na capa de jornal, com nome e filiação? Não ficaria com vergonha? Como é que fica?

Bem, para quem quer saber "como é que fica?", há uma entrevista em vídeo com mãe e filho, da semana retrasada, aqui. Há naquele vídeo hospedado no site de Zero Hora, outras fotos que deixam perfeitamente claro que se trata do nascimento de um brasileiro, e não de uma brasileira.

Ricardo deveria fica com vergonha? De que, exatamente? De ter nascido? De ser menino? Todos nós nascemos, e metade masculinos.

Cheguei em Taquara com algo comprovado pelo maior jornal do país, e pelo maior do estado: tirar ou publicar foto de criança pelada não é crime, não. A Folha, não se confundiria: contrata grandes advogados, e espero que muito gente envolvido no caso Colina do Sol terá oportunidade de conhecer a grande Dra. Tais Gasparian.

O que são as fotos do caso Colina do Sol, então?


CAMALEOA
A top Fernanda Tavares, 28, encarnou a loira poderosa no ensaio de moda clicado por Rogério Cavalcante para o site da São Paulo Fashion Week. Ao lado do modelo Bruce Machado, 17, ela revezou perucas de diferentes cores, no melhor estilo camaleoa.
Houve, diziam, uma foto de um menino de peruca colorida.

O processo do caso Colina está sob sigilo da Justiça: as identidades das supostas vítimas e os nomes dos acusados são disponíveis no site do Tribunal de Justiça, as falsas alegações de abuso apareceram na mídia mundial. Mas a verdade, a verdade não pode escapar! Apesar disso, vazarem da material policial (antes do Fórum) umas informações de fotos.

A foto faz parte de uma série, em que tanto o moleque quanto André, Cleci, e a irmã da Cleci experimentaram a peruca. As outras fotos estão presas no Fórum, porque nelas constam "imagens de menores". Fica, então, a imagem que a polícia queria passar: de que um foto de um moleque completamente vestido, com uma peruca, era parte de algo mais sinistro.

Bem - foto de menor de peruca colorido é crime? De novo, a Folha vem nos ajudar, esta vez na coluna social de 18 de fevereiro de 2009, com um foto de um menor que não somente está com uma peruca colorida, mas vestindo mais nada. Crime? Obviamente, a Folha sabe que não é, e a polícia sabia que não era.

O problema então é a polícia brasileira? Não completamente. Uma acusação da polícia é algo atrás do qual a imprensa pode se esconder no Brasil, dizendo que "eu estava somente seguindo ordens" - quer dizer "somente dando a notícia". Nada obriga que a imprensa veicula uma bobagem óbvia, mas o desejo de vender jornais, de pegar uma "notícia de repercussão", tende a atropelar a razão.

Mas não é somente a polícia brasileira. A FBI americana foi chamada para também examinar os computadores de Fritz. Uma das "imagens mais notáveis" que encontraram, ao qual dedicaram mais espaço do que qualquer outra, saiu no Boletim da AANR, da Associação Americano de Recreação Nu. Está ao lado.

Todos estes imagens foram publicados na imprensa. As primeiras três, em "jornais familiares", a última no jornal de naturismo familiar americano. Nenhuma, obviamente, é ilegal. Mas se você tivesse elas em casa, e alguém te denunciou, a polícia diria que todas estas imagens sejam "indícios", e a imprensa aceitaria como tal.

Num hora destes, a FBrN poderia dizer, "Isso não é pornografia, isto é uma imagem naturista normal." Dr. André Herdy esperava este atitude. O que aconteceu com ele foi que a FBrN mostrou sua bunda bronzeada e correu. Se fiz isso com seu próprio presidente, o que faria com você?

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Nudez e sexualidade no universo Naturista por Laércio Júlio da Silva

Mais um texto que passou por varias listas naturista e replicado aqui com autorização do autor.

Boa Leitura


 

Publicado no Jornal "Diário da Manhã" em em 14/04/2009.

 
 

Nudez e sexualidade no universo Naturista

 
 

Agradecemos o Jornal "Diário da Manhã" pela cessão do valioso espaço aos Naturistas com o objetivo de esclarecer a população sobre um estilo de vida que tem encontrado cada vez mais adeptos no Brasil. O "Diário da Manhã" cumpre importante papel como veículo de informação e debate sobre esse tema considerado, ainda por muitos, tão polêmico.

Agradecemos e na medida do possível procuraremos responder aos inúmeros questionamentos que nos chegaram via sítio eletrônico desde o primeiro artigo publicado. A rigor  queremos esclarecer todas as perguntas abordando os pontos mais intrigantes.

A princípio gostaríamos refletir sobre o caráter da nudez em nossa sociedade. Um dia desses visitei um museu que reproduzia o ambiente de uma casa de sertanejos do começo do Século XX. No quarto de dormir do casal, chamava a atenção, entre as vestimentas da época guardadas no guarda roupas, uma camisola feminina. Tratava-se de uma peça de roupa única que cobria inteiramente o corpo da mulher e só permitia um orifício entre as pernas onde se consumava o ato sexual. É muito provável que o casal, mesmo nos momento mais íntimos, nunca se tenha olhado nu! Portanto, podemos afirmar que não é necessário que a pessoa esteja nua para que haja a pratica do ato sexual. Concluindo: nudez não é sinônima de sexo.

Então por que ligamos a nudez ao desejo sexual?

No mundo contemporâneo a resposta está ligada ao surgimento da sociedade capitalista baseada nas relações de consumo que exigem que a nudez seja enquadrada e transformada em material de venda para milhões de consumidores ávidos por satisfazerem suas necessidades, transformando o nu em um negócio rentável gerando milhões em grandes transações comerciais.

Uma enorme indústria se serve de padrões idílicos orquestrados pelo mercado para seduzir homens e mulheres pela nudez com estrito apelo sexual. Um exemplo disso é o mercado milionário de revistas "masculinas" e a indústria pornográfica por muitas vezes direcionando o desejo de consumo para uma meta inalcançável, ocasionando mais uma das várias frustrações e neuras doentias do mundo moderno.

Na prática o mercado consumidor promove a mistificação da nudez, inventando rótulos e padrões de beleza perfeitos e fictícios, hoje idealizados em parte com ajuda de recursos informatizados que divulgados pelos vários meios de comunicação, alimentam o mundo da moda, da sexualidade e a corrida aos consultórios de cirurgia plástica, sempre a procura de um ideal de beleza e sedução meramente fantasiosas.

Desde os tempos de nudismo de Adão e Eva no Paraíso, o pecado original surge da perda da inocência dos homens e mulheres até então imunes aos desejos materiais.
"Nu saí do ventre de minha mãe, e nu tornarei para lá" (Livro de Jó 1-21).

Nós Naturistas somos contra a instrumentalização da nudez pela sociedade de consumo. O Código de Ética Naturista, seguido pelas afiliadas a Federação Brasileira de Naturismo(FBrN), em seu primeiro artigo proíbe terminantemente
o " comportamento sexualmente ostensivo e/ou praticar atos de caráter sexual ou obscenos nas áreas públicas". Não temos nenhuma relação com sexo e combatemos toda a forma de exploração do mesmo. Não enxergamos a nudez sobre o ponto de vista de normas estéticas, ou seja, não objetivamos traçar valores sobre corpos nus. Somos todos iguais na nudez, naturalmente imperfeitos, diferentes e por isso mesmo bonitos! Os valores sociais e matérias são deixados fora do espaço naturista e a partir daí a pessoa entra em um campo livre de imposições sociais que sufocam o ser humano. A prática do Naturismo proporciona saúde física e mental.

Assim como os militares usam sua farda, os Naturistas se servem da nudez como um "uniforme" que possibilita o mais profundo contato com a natureza e fortalece relações mais fraternas para com o próximo.

 
 

Laércio Júlio da Silva é Diretor da Federação Brasileira de Naturismo(FBrN) e Presidente da Associação Goiana de Naturismo, o Goiasnat.

 
 

www.goiasnat.com.br

 
 

terça-feira, 14 de abril de 2009

Brasil Naturista é indício de abuso?


Uma cópia da revista Brasil Naturista foi apresentada pela polícia como indício de abuso no caso Colina do Sol. Por coincidência é a mesma edição que recentamente foi tirada do site da revista, por decisão liminar da Justiça, para preservar a imagem de uma criança, cuja foto nua foi veiculada sem permissão dos seus pais.


No site da Secretaria da Segurança Pública do Rio Grande do Sul, dá para conferir em tamanho grande a imagem original das "evidências" que a polícia apreendeu nas casas dos acusados.


Estranho, mas olhando a foto oficial (crédito: ACS-PC) vemos cartões postais do Rei Leão, adesivos de Hogwarts, e bichos de pelúcia. Porem, bem ao lado esquerda, há algo que não seja estilo Disney: uma bunda! Ampliando, dá para ler umas palavras: "Primeiro acampamento naturista no Sul do Brasil". O site da Polícia afirma que foram apreendidos "várias fotos de crianças nuas", e realmente há duas crianças nuas na capa da revista.


Mas nossa pergunta é: imagem de criança nua é indício de crime? Baseado na foto oficial das evidências, contra os quatro do caso Colina do Sol não houve nada mais pesado do que esta Brasil Naturista. O leitor que tiver a descuido de comprar ou guardar esta revista também corre o risco de ficar treze meses na prisão?


Em tese, não: foto de criança pelada não é crime. Vamos examinar a teoria em postagens futuros. Na prática, bem, até o jogo "Banco Imobiliário" que Dr. André Herdy guardou desde sua infância foi apreendido como prova no caso.

Mas com certeza, houve mais do que isso contra os acusados, não houve? Sim, houve acusações: não das supostas vítimas, mas conforme a decisão que relegou os acusados ao prisão em que ficariam por mais de um ano,
"... é verdade que são vários os relatos dos moradores do centro naturista incomodados com a conduta dos suspeitos e temerosos pelos seus filhos."
A triste verdade é que numa caça aos bruxos, qualquer evidência serve, e qualquer acusação serve. A imprensa brasileira aceita qualquer bobagem vindo de um fonte oficial, e não questiona o que seja apresentado como prova, quer que seja fotos de crianças nuas, ou camisinhas, ou "Banco Imobiliário".

Numa pogrom destes, naturista é especialmente vulnerável. O recado que o caso Colina do Sol deu aos naturistas do Brasil é que são um alvo que delicia a imprensa. A FBrN também deu seu recado: prende qualquer naturista, até nosso presidente, e nós não vamos defender naturismo, nem dizer o que é uma foto inócua.

E os "moradores do centro naturista" que fizerem a denúncia falsa? O que a FBrN vai fazer contra eles? Vimos no Congrenat: receber-los de braços abertos.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Homens desacompanhados – o eterno debate II

Aproveito para registrar as varias posições sobre a eterna questão dos homens desacompanhados que apareceu na NET.

No Orkut na comunidade Naturismo: Filosofia e Prática
apareceu o comentário abaixo. Destaco a frase "Os verdadeiros problemas das áreas naturistas são a parca informação sobre os fundamentos do naturismo e a medíocre frouxidão ética dos próprios naturistas"

Boa leitura,


 

http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=5457549&tid=5321096890685273646&start=1


 



8 abr Arthur Dogbert

Sempre a mesma ladainha...


Volta e meia eu vejo alguém defender a separação dos homens solteiros e os privilégios às mulheres solteiras como "solução" para a tendência de haver maior freqüência masculina nas áreas naturistas. Aí vem aquele papo: "mas se o homem solteiro provar que é naturista, tudo bem".

Não, não está tudo bem. Ninguém tem que "provar que é naturista" porque é do sexo masculino e está desacompanhado. E tentar convencer a mãe, a irmã ou uma amiga para poder se fazer acompanhar de um tíquete-vagina para poder ingressar em uma área naturista, além de ser um despautério que vincula o direito de ingresso à "competência de arranjar mulher", não é solução para nada! Para o homem mal intencionado a mulher mais fácil de ser convencida a ingressar numa área naturista será sempre uma prostituta paga para acompanhá-lo. Com esta "solução" o que se estimulará será a presença de pervertidos inescrupulosos e prostitutas nos ambientes naturistas.

A solução é outra, porque o problema é outro.

O problema das áreas naturistas não é nem nunca foi a "exacerbada sexualidade masculina". Os verdadeiros problemas das áreas naturistas são a parca informação sobre os fundamentos do naturismo e a medíocre frouxidão ética dos próprios naturistas.

Se você está na festa de final de ano da sua empresa, acompanhado de sua esposa, e um colega de outro departamento que você conheceu há quinze minutos fica secando a sua mulher com um baita olhar de peixe morto, quase babando na gravata, o que você faz? Dá um chega-pra-lá no imbecil ou passa a mão na bunda da sua mulher na frente de todo mundo pra confirmar que ela é gostosa mesmo e o sujeito está certo em ficar babando, mesmo que não vá levar? Pois eu já vi mais de uma vez a segunda alternativa acontecer em uma área naturista.


8 abr Arthur Dogbert


Tem muita gente que quando entra numa área naturista parece que comeu cocô, fica retardado e não sabe mais estabelecer limites e exigir respeito. É como se o normal numa área naturista fosse mesmo a gandaia libertina. Assistem com a maior cara de bundão cenas que seriam intoleráveis em outros ambientes - seja na rua, na escola, na empresa, no barzinho ou na praia - e se omitem completamente, metem o rabo no meio das pernas e se submetem à baixaria como se estivessem em um local apropriado para isso, como se um ambiente naturista fosse mesmo um puteiro ou um clube de swing.

Os mesmos que assistem passivamente atitudes abusivas sem dar um pio depois ficam querendo que as administrações das áreas naturistas tomem as suas dores e "protejam o verdadeiro naturismo" promovendo segregações que contrariam explicitamente a filosofia de promoção de respeito próprio, pelo outro e pelo meio ambiente que define o naturismo.

Aí virá um e me dirá: "mas então você é um adepto da violência". Ha! Que piada! Por acaso é necessário violência para dar um "chega-pra-lá" num babaca de outro departamento na festa de final de ano da empresa? Por acaso assistimos engalfinhamentos violentos cotidianamente em ambientes como escolas, empresas, barzinhos e praias? Ou isso é comum somente em ambientes degradados, onde o nível cultural é paupérrimo, típico de zonas de baixo meretrício, bailes funk e antros de tráfico de drogas?

A solução para os problemas do naturismo, portanto, é que os naturistas aprendam o que é naturismo. É necessário que leiam, releiam, meditem, aprendam, levem a filosofia naturista a sério e tenhamrespeito próprio, pelo outro e pelo meio ambiente para então poderem exigir dos estranhos ao naturismo que também se comportem respeitosamente nas áreas naturistas.

Quem quer atrair abelhas usa mel como isca. Está na hora de os naturistas começarem a pensar em que isca estão usando para atrair tantas moscas.

Homens desacompanhados – o eterno debate

E o debate continua. Abaixo a resposta do Sr. Rones ao artigo do Claudio Lacerda:

http://peladista.blogspot.com/2009/04/de-novo-esse-assunto-por-claudio.html


 

O texto original do Sr. Rones esta em http://br.groups.yahoo.com/group/Papo_Naturista/message/14676


 

Boa leitura


 

Prezado Cláudio,

Cabe a mim prestar alguns esclarecimento sobre sua mensagem abaixo, pois pelo que constatei, você não é muito bom interpretador de textos, senão vejamos.
2. Jamais emiti, em mensagem alguma, a opinião de que os homens devem ser proibidos de serem naturistas. Não comungo dessa idéia, ao contrário acho que se todos fossem naturistas a visão deles sobre a nudez e sobre as mulheres seria muito diferente. O que eu quis dizer em meu texto é que isso não ocorre no mundo dos homens e não dá para confiar na boa intenção de milhares deles que chegam à nossa portaria fingindo serem ovelhinhas.
3. A expressão "que não era obrigado a ficar vendo homens nus", se você rever os meus e_mail, vai verificar que se trata da transcrição de frases ditas por freqüentadores da praia e não de opinião minha sobre o assunto. Para ilustrar minhas mensagens uso sempre argumentos ouvidos de pessoas que conversam comigo, sem, contudo, dizer que comungo com o que elas dizem.
4. Também não declarei em momento algum que os homens redundam em única fonte de problemas. Temos dezenas de problemas nas nossas praias. Atacamos a todos indistintamente. Mas "homens desacompanhados" com certeza, é um dos maiores. Procuramos dar a todos uma solução. Atém o momento, neste caso, a proibição de entrarem desacompanhados, foi a que obtemos melhores resultados.

5. Entendi pelo seu texto que você se considera uma pessoa sem preconceitos, mas quando cita as prostitutas, descreve um caráter totalmente invertido. Prostitutas são seres humanos e, na grande maioria das vezes desprovidas de qualquer comportamento de depravação. Grande parte delas exercem esta profissão por absoluta necessidade de sobrevivência. Nossa experiência mostra que, alem de ser muito pequeno o número de homens que se utilizam desse expediente, essas prostitutas quando entram na praia demonstram comportamento absolutamente exemplar, mais até do que muitas pseudo-mães de família. Portanto não vamos fazer conjecturas baseados nas nossas opiniões podres sobre o comportamento humano. Este não é um dos problemas que nos preocupa no naturismo, pois ele é absolutamente ínfimo, comparado com outros de difícil solução.

6. Você jamais leu alguma opinião minha dizendo que "não gostava de ver grupos de machos". Isso nunca foi proferido pela minha boca e não é justo que você fique atribuindo a mim declarações das quais tenho verdadeira ojeriza. Isso não é verdade. O que gosto de ver são ambientes equilibrados, onde se vê mulheres e homens convivendo pacificamente. Ambientes com qualquer predominância de grupos, tendem a ser viciosos, sejam eles de qualquer linha de conduta ou preferência.

7. Quando você diz que eu, pelo visto tenho olhos só para mulheres, está sendo de uma maldade sem tamanho. Em nenhum dos meus textos demonstrei essa preferência. Agora, os seus textos sim, demonstram claramente que só tem olhos para os homens. Acho que naturistas não devem possuir olhos voltados para qualquer segmento. Ao contrário devem enxergar todos eles conjuntamente, sem qualquer vestígio de preconceito, malícia ou vício. Quando demonstrada essa preferência, acho que o trabalho de convencimento perde todo o seu poder. Sinceramente não acredito que uma praia cheia só de mulheres, ou só de homens, ou só de gays, tenha qualquer atrativo para um verdadeiro naturista. O naturismo como consequência deve de ser administrado observando essas discrepâncias e corrigindo os desvios encontrados, buscando a harmonia. Em nosso caso, se liberarmos a entrada de homens, com certeza, em menos de meia hora teremos quinhentos homens na praia e meia dúzia de mulheres. Situação, aliás, observada em algumas praias que adotam essa postura, mesmo situada em região bem diferente da nossa.

8. Quanto a acabar com a prática de Swing, isso não é tarefa do naturismo ou de qualquer outro ser humano. Não tenho a menor pretensão de fazer isso. Quem quiser praticar swing que o faça. Nossa missão é impedir que isso seja feito dentro das áreas naturistas e também que essas áreas sejam utilizadas como locais de arregimentação para a prática do swing. Mas devo informá-lo que os praticantes dessa filosofia que frequentam nossas áreas são uma grande minoria e quase todos absolutamente conhecidos. Situação que nos dá uma certa facilidade no seu controle. O grande volume de freqüentadores entretanto, são pessoas que estão ingressando na área pela primeira vez. São a elas que devemos dar absoluta prioridade e são a elas que devemos passar a imagem adequada e equilibrada do naturismo. Estas pessoas são os naturistas potenciais, são o futuro do naturismo e são elas que vão fazer o naturismo crescer. Por isso corremos atrás de solucionar os problemas que atravancam essa missão.

Abraços

Nelci-RONES Pereira de Sousa
Naturista

domingo, 5 de abril de 2009

DE NOVO ESSE ASSUNTO? Por Cláudio Lacerda Guerra.

Resposta ao texto do  Sr. Rones (Nelci-RONES Pereira de Sousa - rones2010@) para a lista papo-naturista com o titulo “HOMENS DESACOMPANHADOS E AUSÊNCIA DE MULHERES”, do Cláudio Lacerda Guerra (Moderador do grupo Naturistasgays e Homens solteiros naturistas) e freqüentador de Abricó a esse velho e recorrente tema.

Referências:

http://br.groups.yahoo.com/group/Papo_Naturista/message/14653 também publicado em  http://peladista.blogspot.com/2009/04/homens-desacompanhados-e-ausencia-de.html)


DE NOVO ESSE ASSUNTO? Por Cláudio Lacerda Guerra.

BEM, inicio meu comentário agradecendo a DEUS por morar no Rio e por ter ABRICÓ perto de casa. Aqui, caros amigos, TODOS são bem-vindos, desde que fiquem nus. "Ah, mas vocês têm seguranças"! Sim, claro que temos, e desde quando o mundo em pleno século XXI deixará de ter? Além disso, pelo longo discurso que o sr. Rones deu para justificar a forma como o homem encara a nudez e a forma diferente de como a mulher também encara, só me resta justificar que é melhor proibir que o homem seja naturista, certo???


Amigo, em 2005 quando eu dava murro em ponta de faca, tentando ser um ativista contrário a esse absurdo que você defende, ou seja, presumir por PRECONCEITO que o homem sozinho seja sinônimo de problema (mas a mulher NUNCA), você declarou em uns dos e-mails que trocamos o seguinte: "que não era obrigado a ficar vendo homens nus" na praia.


Pois é isso, amigos, o que todos querem: VER o que gostam. DIRIGIR SEU OLHAR PARA O QUE ESTÁ ESCONDIDO, OU SEJA, A NUDEZ!!! Não sejamos hipócritas, por favor! Se o naturismo no Brasil está engatinhando, pelo menos é praticamente impossível proibir que as pessoas olhem para o que gostam, certo??? Não vou criticar o seu texto histórico-explicativo que por sinal está muito bem editado, mas será que, se vocês copiassem o modelo de Abricó, ou seja, COM SEGURANÇAS VIGIANDO PARA EDUCAR E COIBIR quem saísse das normas naturistas, não seria melhor do que barrar muitos novatos (as) que poderiam se tornar verdadeiros naturistas e amigos? Ou então, criar uma espécie de local onde vocês pudessem conversar com os visitantes, deixar o (a) novato (a) em observação durante um tempo, sei lá.

E, me desculpe, achar que somente os homens são a fonte dos problemas é um erro grave de falta de observação antropológica, pois o senhor, por gosto pessoal e eu entendo, só tem olhos para as mulheres, portanto, vai defender que se elas não podem ser a maioria absoluta da praia, que levem seus machos, mas que pelo menos estejam lá.


Agora, o maior absurdo do texto está na parte que o senhor insinua e indica como solução que o homem sozinho deva arranjar uma amiga para entrar. Vejamos então: e se ele comprar uma prostituta? Aí vai ser perfeito, não é mesmo? Ainda mais se for gostosona!!! Dessa forma o equilíbrio do olhar estará perfeito, um "problema macho" vai entrar, mas como terão o deleite feminino, aí não vai ter problema.

Infelizmente eu odeio a hipocrisia e não tenho mais o e-mail que o senhor disse que "não gostava de ver grupos de machos". Pena mesmo, pois ali eu percebi que esse é o verdadeiro objetivo de que mulheres solteiras são mais do que bem-vindas, como se não fossem também seres humanos de educações diferentes, vidas diferentes, portanto tão susceptíveis como nós homens, de criar ou não problemas. Eu mesmo presenciei em Abricó, em 2005, um problema com duas senhoras que poderiam ser respectivamente minha mãe e minha tia pela idade que tinham. Elas entraram, não ficaram nuas de jeito nenhum e ainda arranjaram a maior confusão. Estou falando de duas senhoras com mais de 65 anos na época, ok? E não foi o único caso isolado. Aliás, pelo fato da relação heterossexual ser a considerada "aceita" pela sociedade, nosso maior problema lá é justamente como casais héteros que, achando que podem fazer tudo, vez por outra são expulsos da praia pelos seguranças. Vou explicar melhor: por preconceito, o casal gay tem receio de se beijar e se abraçar com mais força na frente de todos.

Mas eu tenho uma pergunta muito interessante a fazer: O homem depois que casa passa a ver a nudez como a mulher? Passa a ser um homem acima de qualquer suspeita? Deixa de ser um problema no mundo naturista? Quanta hipocrisia para esconder uma coisa tão simples, não é? A resposta é não! Ele continua sendo macho e ela continua sendo mulher, e quer saber? Pelo exercício do olhar, a maioria (mas não todos) que vai a locais onde a freqüência é controlada balanceada em casais héteros, vai para outros fins bem distantes do naturismo. Esqueçam que o mundo dos adultos não é um mar de rosas, ok? E, além disso, fomos criados para ficarmos nus apenas para transar e tomar banho.

Outra coisa abominável foi uma prática muito comum aqui dita: você poderá entrar se for ser amigo de alguém ou for indicado... Eu quase fui a Tambaba em janeiro desse ano e eu com certeza entraria por vários motivos, mas infelizmente o único que me daria o passaporte de ser um homem acima de qualquer suspeita era o fato de eu estar na companhia de dois amigos que sempre vão à praia. Ah, eles só entram porque levam uma amiga, o contrapeso visual...

Como eu disse, dou graças a Deus por estar bem longe de toda essa hipocrisia e de ter uma praia maravilhosa que é ABRICÓ Aproveito para convidar a todos que desejem conhecer e ver, (para os que não se importarem de ver muitos homens nus, claro), e isso inclui você, caro sr. Rones e amigo naturista autor do comentário que o parabenizou.

Espero que vocês tenham conseguido coibir a prática de swing, que eu saiba é feito por casais héteros, certo? Isso realmente não combina mesmo com naturismo.

Cláudio


(Moderador do grupo Naturistasgays e Homens solteiros naturistas)

sábado, 4 de abril de 2009

HOMENS DESACOMPANHADOS E AUSÊNCIA DE MULHERES

O texto abaixo foi enviado pelo Sr. Rones (Nelci-RONES Pereira de Sousa - rones2010@) para a lista papo-naturista ( ver em http://br.groups.yahoo.com/group/Papo_Naturista/message/14653).

Vários pontos são divergentes aos textos aqui postados nesse Blog, mas como sempre incomodamos que tal nos auto-incomodar com esse texto?

Boa Leitura.


 

Prezados Naturistas,

HOMENS DESACOMPANHADOS E AUSÊNCIA DE MULHERES: Tenho visto circular pela Internet, tanto nos grupos vinculados ao naturismo como nas comunidades do Orkut e em Blogs especializados, inúmeras opiniões e "indignações" pela prática das áreas naturistas em não permitir entrada de homens desacompanhados e também pela pouca quantidade de mulheres militando ou se assumindo naturistas. Embora eu tenha prometido a mim mesmo que nunca mais abordaria esses assuntos nos espaços virtuais, de vez que já emiti por diversas vezes minha opinião a respeito, ocasionando ainda mais polêmica na questão, não poderia me furtar de responder, para realçar a total "indignação" de muitos, às milhares de "baboseiras" que estou tendo a infelicidade de ler ultimamente.

2. Inicialmente gostaria de dizer que eu também tenho as minhas indignações. Senão vejamos:

a) Sou naturista praticante e militante real das áreas naturistas há mais de 20 anos, onde trabalho veementemente pela defesa do naturismo e das áreas em particular. Essa atuação é ali, no dia a dia, conversando invariavelmente com todas as pessoas que entram e saem das áreas. Apesar de nos últimos dois anos ter ficado afastado da direção de entidades, do dia 27 de dezembro de 2008 ao Carnaval de 2009, trabalhei todos os dias em Tambaba, de 8:00 h da manhã até as 18:00 h., período em que recebemos em torno 60.000 mil visitantes. Descobri nesse período, como resultado de minhas conversas e constatações, que os problemas do naturismo e de nossas áreas continuam os mesmos e as soluções também são as mesmas. Com base nisso, no final do período, fiz uma correspondência à direção da SONATA, com cópia para a Prefeitura Municipal, Conselho de Ética e FBRN, dando as minhas sugestões. Descobri, entretanto, que as pessoas que receberam a minha carta reputam as minhas ideias como radicais, fantasiosas, que possuo uma mente putrefa e não tenho respaldo para saber o que é melhor para o naturismo e para a praia. Deram preferência a ouvir os seus "puxa sacos", que não são naturistas e nem sequer freqüentam a praia. Esta é uma situação corriqueira que tenho visto dentro do naturismo ultimamente. Só quem sabe o que é melhor para os naturistas são os teóricos da nudez e os milhões de naturistas virtuais que sabem tudo de naturismo e de nudez, muitos dos quais jamais entraram em um espaço para a prática do naturismo. Assim consideram aqueles que militam diariamente nas áreas como uns loucos, otários e sem a menor noção do que realmente deve ser feito para o funcionamento adequado das suas áreas. Este é um absurdo é visível e palpável.

b) É também muito comum ler por aí que na Europa as praias funcionam "assim ou assado", que lá tudo é diferente, que lá nada acontece de anormal e que no Brasil deveríamos nos espelhar neles para administrar as nossas áreas. Ora, a cultura européia possui milhares de anos. Na origem de sua cultura a nudez nunca foi vinculada à sexualidade. O uso das roupas se deu único e exclusivamente por problemas climáticos. A Igreja Católica, juntamente com outros seguimentos religiosos, tentou durante a Idade Média impingir ao povo europeu uma áurea de pecaminosidade à nudez, vinculando-a ao desejo sexual. Como não se muda a cabeça das pessoas da noite para o dia, esse intento não foi concretizado totalmente, ficando ainda arraigado os resquícios da forma antiga de se viver. Razão esta de existir maiores facilidades na implantação do naturismo naquele continente. No Brasil fomos colonizados recentemente e sob forte influência Católica. Se pesarmos ainda que grande parte da população "civilizada" inicial do nosso país foi constituída de degredados e marginais, dos quais somos descendentes, podemos concluir que a nudez no país tem uma conotação totalmente diferente daquela experimentada nos continentes antigos. Para a esmagadora maioria da população brasileira, a nudez é utilizada exclusivamente com intuitos sexuais. Acham ainda que quem fica nu está logicamente mal intencionado e cheio de desejos inconfessáveis. Sendo assim achar que podemos administrar um espaço naturista dentro dos padrões europeus é de uma sandice inescrupulosa e de uma irresponsabilidade a toda prova.

3. Com relação aos homens desacompanhados, sou de opinião que todos devem ter acesso livre a qualquer área desde que sejam naturistas. A população não naturista do país tem um índice muito alto de discriminação com a nudez. Principalmente os homens. Todo homem não naturista tem uma obsessão enorme por ver uma mulher nua. Isto não é opinião, é contatação. Tanto é que isso é explorado visivelmente pela mídia, pela publicidade e pelos seguimentos de erotismo e pornografia do nosso comércio. A facilidade do homem em praticar a nudez é muito superior à da mulher. Principalmente se for com o intuito de apreciar um monte de mulher nua, essa facilidade é muito maior. Isso é o que escutamos e observamos a todo minuto, tanto na entrada das áreas naturistas, quanto nos nossos relacionamentos diários, em universidades, trabalho e diversões. Esta realidade não pode ser ignorada, negada ou mascarada. Ela está aí para qualquer um ver e constatar. O mundo naturista funciona de forma diferente e assim deve ser tratado. Todo naturista deve ser respeitado, estando ou não acompanhado de uma mulher, seja homossexual ou não. Mas vem a grande questão. Como identificamos se um homem é Naturista ou não? Como conhecermos um homossexual na portaria de uma área naturista? Se utilizarmos apenas o aspecto visual, estaremos cometendo um grande ato de preconceito. Pois são os que mais parecem os que menos são. A capacidade de fingimento é muito superior à nossa de identificar essa imitação. Partir do princípio que homossexuais possuem trejeitos é atitude extremamente preconceituosa. Em Tambaba não fazemos qualquer discriminação a homens desacompanhados ou a homossexuais, bastem que provem que são naturistas. Eu mesmo estou separado há cinco anos e nunca fui barrado na portaria da praia, pois todos me conhecem e sabem da minha inconfundível condição de naturista. Assim serão tratados todos os que comprovarem essa condição. Agora, não dá para ir na conversa de qualquer um que chega e diz que é naturista, seja homossexual ou não. Não da para ir na conversa de qualquer um que chega e diz que é homossexual. Quem trabalha na portaria desses espaços, sobretudo os de alta freqüência como é Tambaba e localizado em região de forte cultura machista, como é o nordeste, vê a cada minuto chegando alguém dizendo que é naturista ou que é homossexual, mas que, na realidade deixou mulher e filhos na área adjacente e tenta adentrar a área exclusiva para a pratica da nudez com objetivos escusos. Portanto o tratamento deve ser igual a todos do sexo masculino, independente da sua orientação sexual. Situação que não discrimina nenhuma minoria protegida pela legislação. Nossa experiência mostra que não dá nem para sonhar em liberar a entrada indiscriminada de qualquer um nas áreas, sob pena de vermos a naturismo definhar e tornar um local de problemas insanáveis. Homens que não são naturistas não possuem qualquer escrúpulo ou respeito. Vão às praias com o único objetivo de ver mulher nua e, quem sabe, conseguir uma transa rápida, fora um monte de fotos que ele quer levar para deleite solitário ou uso indevido na internet. Quem duvidar é só experimentar a ver o que acontece. Qual é a solução para os solteiros? Procure na sua região algum naturista conhecido, ou a direção de uma associação, convença a namorada, uma amiga, uma irmã, uma tia ou mesmo própria mãe (isto acontece com muita freqüência), comprove as suas boas intenções e consiga um passaporte que o credencia a freqüentar qualquer área em todo o território nacional, independente de companhia feminina. Garanto que em menos de 60 minutos de conversa, consigo identificar um naturista potencial.

4. Com relação às mulheres, a situação é totalmente oposta. A mulher geralmente se sente como objeto dos desejos dos homens. Ela acha que a sua nudez é sinônimo de provocação e desperta as mais altas sensações libidinosas nos homens. Os homens dizem isto a elas todos os minutos. Leem isto nas revistas e jornais todos os dias. As naturistas sabem que no mundo fora do naturismo isso é uma realidade. As não naturistas acham que isso acontece também no mundo naturista. Após a minha separação, fiz centenas de tentativas de levar moças à praia. Obtive sucesso com algumas, mas com a maioria o meu poder de convencimento foi insuficiente para tirar delas esse vínculo da nudez delas com a promiscuidade masculina. Invariavelmente elas acham que serão o centro das atenções e que todos olharão para elas com olhos de desejo. Fazer elas perder essa fixação é tarefa muito difícil. Aquelas que experimentam acabam por descobrir um outro mundo, mesmo assim não querem que seus familiares, amigos, colegas tomem conhecimento disso, pois sabem que eles pensam como elas pensavam antes de visitar a área. Como exemplo, uma colega da universidade foi comigo à praia e resolveu contar aos outros colegas a sua experiência. Arrependeu amargamente. Todos invariavelmente fizeram muita chacota com ela, perderam grande parte do respeito que tinham por ela. Fora o volume de perguntas que recebi, todas relacionadas com o estado de suas anatomias. Outras colegas que tinham vontade de ir desistiram e as que não desistiram fizeram o maior segredo. Na portaria das áreas naturistas, vemos, a todo instante, centenas delas cheias de vontade, mas receosas dessas situações. Este panorama só mudará o dia que mudar as atitudes dos homens. Em face disso a permissão para que entrem desacompanhadas nas áreas é um caminho que se utiliza para desmistificar essa situação. Todas aquelas que recebem tratamento respeitoso são multiplicadoras da filosofia, mesmo não disseminando que freqüentam. Elas invariavelmente voltam e, normalmente, trazem um amigo de sua confiança. Portanto os homens não devem encarar a liberalidade de permitir que a mulher entre sozinha como uma competição ou discriminação com os homens, mas como um grande fator de incremento das pessoas que aderem à prática e que, mais hora menos hora, pode reverter em seu próprio benefício. Não concordo com a afirmação de que temos poucas mulheres militando no naturismo. Isto não é verdade. Apenas devido ao machismo exacerbado da população, elas preferem ficar mais reservadas em divulgar que gostam do naturismo. Situação que mudará a partir do momento que os homens forem inteligentes e começarem a usar isso a seu favor.

5. Em face disso concluo que nada deve ser mudado na forma de se praticar o naturismo no país. Apenas devem ser recrudescidas as medidas que venham a preservar mais e mais a pureza do funcionamento das áreas. Se somos diferentes do resto do mundo, devemos tratar nossos problemas de forma diferente, dando um passo de cada vez. Não canso de dizer que "o dia que tivermos 200 praias naturistas e 50 milhões de praticantes, com certeza vamos poder tratar o naturismo como ele é tratado no resto do mundo". O que precisamos é de administradores que tenham essa visão e que não deixem nossas associações cair nas mãos erradas. Este é um risco que pode acabar com o naturismo no País. Existem centenas de pseudonaturistas, imiscuídos no nosso meio, doidos para assumir as nossas entidades e dar outros destinos a elas. Muitos deles ocupando os espaços virtuais emitindo as mais estapafúrdias opiniões. Discordamos também absolutamente da opinião de que da forma como foi concebido pelo Celso Rossi o naturismo no Brasil não vai chegar a lugar nenhum. O Celso é dos maiores expoentes do naturismo no País, com profundo conhecimento da filosofia praticada em todo o mundo. Quando fez as regras do Pinho ele tinha conhecimento de causa, sabia do futuro do naturismo para o Brasil. As mesmas regras foram implantadas em Tambaba. Quando chegamos à praia, eu e minha família, em 1999, tínhamos uma frequência de mais ou menos 5.000 visitantes anuais. Por causa da seriedade do trabalho ali implantado, espelhado nas idéias de Celso Rossi, hoje experimentamos uma freqüência de mais de 60.000 pessoas anuais. Um crescimento de mais de 1000 % em 9 anos, maior que qualquer seguimento turístico no mundo. NATURISMO SE FAZ COM SERIEDADE E TRABALHO, in loco, dentro das áreas, e não com balelas pela internet.

Um Abraço.

Nelci-RONES Pereira de Sousa
Naturista

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Silvio Levy absolvido!

Na quarta-feira, dia 1º de abril – até parece mentira – Silvio Levy foi sumariamente absolvido da acusação de "grave ameaça" contra integrantes da Colina do Sol por causa de uma carta enviada ao Jornal Olho Nu (
www.jornalolhonu.com/jornais/olhonu_n_087/edit.html
)


 

Richard Pedicini publicou http://www.calunia.com.br/2009/04/silvio-levy-absolvido.html. o texto abaixo:


Observe-se que a denúncia relata quatro fatos, descrevendo a mesma conduta com vítimas distintas que teriam sofrido ameaça por e-mail ou telefone. Refere que o réu teria usado de grave ameaça para coagir as vítimas com o fim de favorecer interesse alheio em processo crime em andamento. Todavia, a peça incoativa não descreve em que consistiria tal grave ameaça. Apontou que ele teria enviado correspondência eletrônica e telefonado para as vítimas dando conta dos depoimentos prestados durante o inquérito policial ensejador do processo antes mencionado e que o mesmo seria uma farsa, um complô, do qual elas fariam parte. Entretanto, o que se conhece por ameaça não vem descrito na exordial acusatória.[...] Assim, o que se vê no caso telado passa longe do que poderia ser uma grave ameaça. Isso porque não houve prenúncio de mal algum nos escritos juntados, nem nas comunicações de ocorrências, tampouco houve narrativa nesse sentido na denúncia ...


 Já em http://www.calunia.com.br/2009/04/sentenca-absolvendo-silvio-levy.html encontramos a sentença, e abaixo destaco o trecho final:


 

Por tudo isso, é cabível o julgamento antecipado da lide, com a absolvição sumária do réu, pois a hipótese se enquadra no artigo 397, inciso III, do Código de Processo Penal (o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar que o fato narrado evidentemente não constitui crime).

III. Decido.

Ao exposto, com fundamento no que dispõe o artigo 397, inciso III, do Código de Processo Penal, declaro absolvido sumariamente Silvio Vieira Ferreira Levy das acusações que sobre si pesam. 


 

Pesquisando na net sobre o referido artigo achei:


 

Diz o art. 397 que após a resposta preliminar "o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:

"I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; (art. 23 do Código Penal).

"II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; tratando-se de réu inimputável é indispensável o processo, com a presença de um curador, além do advogado, para possibilitar, confirmando-se a ilicitude e antijuridicidade do fato, a aplicação de uma medida de segurança (absolvição imprópria, nos termos do art. 386, parágrafo único, III).

"III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; (ausência de tipicidade, impossibilidade jurídica do pedido).

"IV - extinta a punibilidade do agente." (art. 107 do Código Penal).

Estas hipóteses diferem formal e substancialmente da rejeição liminar da peça acusatória (ou do não recebimento, como prefiram [44]), pois a absolvição sumária é uma decisão de mérito, passível de fazer coisa julgada material (intangível e absolutamente imutável) e que desafia o recurso de apelação (art. 593, I). Ressalvamos apenas que na hipótese de decisão extinguindo a punibilidade, o recurso será o de apelação apenas se foi proferida nesta fase, pois se a decisão foi anterior (na fase do inquérito, por exemplo) ou mesmo durante o processo, como permite o art. 61 do Código, o recurso oponível continua sendo o recurso em sentido estrito (art. 581, VIII, não revogado).

Também entendemos que o Juiz, até para que se evite uma citação desnecessária do denunciado, ao invés de receber a peça acusatória e determinar a citação do acusado para respondê-la e só então absolvê-lo, deve desde logo rejeitar a denúncia ou queixa caso esteja extinta a punibilidade (por força do art. 61 do CPP).

Referências:

MOREIRA, Rômulo de Andrade. A reforma do Código de Processo Penal - Procedimentos. Disponível emhttp://www.lfg.com.br 16 outubro. 2008.


 

De forma simples, podemos dizer que o juiz usa esse recurso quando acha tão absurda e sem provas a acusação que não quer perder tempo com um processo ridículo que geraria gasto de tempo e dinheiro do estado à toa, já sabendo que o réu seria absolvido.


 

Silvio já pode exigir indenização e até processar todos os acusadores por calunia e difamação. 
Podem ser chamados a responder na Justiça brasileira, criminal e civil, por falsa acusação; no Conselho de Ética do FBrN; e no Justiça Final pelo quebra do oitava mandamento, "Não levantaras falso testemunho contra o teu próximo."