sexta-feira, 10 de abril de 2009

Homens desacompanhados – o eterno debate II

Aproveito para registrar as varias posições sobre a eterna questão dos homens desacompanhados que apareceu na NET.

No Orkut na comunidade Naturismo: Filosofia e Prática
apareceu o comentário abaixo. Destaco a frase "Os verdadeiros problemas das áreas naturistas são a parca informação sobre os fundamentos do naturismo e a medíocre frouxidão ética dos próprios naturistas"

Boa leitura,


 

http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=5457549&tid=5321096890685273646&start=1


 



8 abr Arthur Dogbert

Sempre a mesma ladainha...


Volta e meia eu vejo alguém defender a separação dos homens solteiros e os privilégios às mulheres solteiras como "solução" para a tendência de haver maior freqüência masculina nas áreas naturistas. Aí vem aquele papo: "mas se o homem solteiro provar que é naturista, tudo bem".

Não, não está tudo bem. Ninguém tem que "provar que é naturista" porque é do sexo masculino e está desacompanhado. E tentar convencer a mãe, a irmã ou uma amiga para poder se fazer acompanhar de um tíquete-vagina para poder ingressar em uma área naturista, além de ser um despautério que vincula o direito de ingresso à "competência de arranjar mulher", não é solução para nada! Para o homem mal intencionado a mulher mais fácil de ser convencida a ingressar numa área naturista será sempre uma prostituta paga para acompanhá-lo. Com esta "solução" o que se estimulará será a presença de pervertidos inescrupulosos e prostitutas nos ambientes naturistas.

A solução é outra, porque o problema é outro.

O problema das áreas naturistas não é nem nunca foi a "exacerbada sexualidade masculina". Os verdadeiros problemas das áreas naturistas são a parca informação sobre os fundamentos do naturismo e a medíocre frouxidão ética dos próprios naturistas.

Se você está na festa de final de ano da sua empresa, acompanhado de sua esposa, e um colega de outro departamento que você conheceu há quinze minutos fica secando a sua mulher com um baita olhar de peixe morto, quase babando na gravata, o que você faz? Dá um chega-pra-lá no imbecil ou passa a mão na bunda da sua mulher na frente de todo mundo pra confirmar que ela é gostosa mesmo e o sujeito está certo em ficar babando, mesmo que não vá levar? Pois eu já vi mais de uma vez a segunda alternativa acontecer em uma área naturista.


8 abr Arthur Dogbert


Tem muita gente que quando entra numa área naturista parece que comeu cocô, fica retardado e não sabe mais estabelecer limites e exigir respeito. É como se o normal numa área naturista fosse mesmo a gandaia libertina. Assistem com a maior cara de bundão cenas que seriam intoleráveis em outros ambientes - seja na rua, na escola, na empresa, no barzinho ou na praia - e se omitem completamente, metem o rabo no meio das pernas e se submetem à baixaria como se estivessem em um local apropriado para isso, como se um ambiente naturista fosse mesmo um puteiro ou um clube de swing.

Os mesmos que assistem passivamente atitudes abusivas sem dar um pio depois ficam querendo que as administrações das áreas naturistas tomem as suas dores e "protejam o verdadeiro naturismo" promovendo segregações que contrariam explicitamente a filosofia de promoção de respeito próprio, pelo outro e pelo meio ambiente que define o naturismo.

Aí virá um e me dirá: "mas então você é um adepto da violência". Ha! Que piada! Por acaso é necessário violência para dar um "chega-pra-lá" num babaca de outro departamento na festa de final de ano da empresa? Por acaso assistimos engalfinhamentos violentos cotidianamente em ambientes como escolas, empresas, barzinhos e praias? Ou isso é comum somente em ambientes degradados, onde o nível cultural é paupérrimo, típico de zonas de baixo meretrício, bailes funk e antros de tráfico de drogas?

A solução para os problemas do naturismo, portanto, é que os naturistas aprendam o que é naturismo. É necessário que leiam, releiam, meditem, aprendam, levem a filosofia naturista a sério e tenhamrespeito próprio, pelo outro e pelo meio ambiente para então poderem exigir dos estranhos ao naturismo que também se comportem respeitosamente nas áreas naturistas.

Quem quer atrair abelhas usa mel como isca. Está na hora de os naturistas começarem a pensar em que isca estão usando para atrair tantas moscas.

Homens desacompanhados – o eterno debate

E o debate continua. Abaixo a resposta do Sr. Rones ao artigo do Claudio Lacerda:

http://peladista.blogspot.com/2009/04/de-novo-esse-assunto-por-claudio.html


 

O texto original do Sr. Rones esta em http://br.groups.yahoo.com/group/Papo_Naturista/message/14676


 

Boa leitura


 

Prezado Cláudio,

Cabe a mim prestar alguns esclarecimento sobre sua mensagem abaixo, pois pelo que constatei, você não é muito bom interpretador de textos, senão vejamos.
2. Jamais emiti, em mensagem alguma, a opinião de que os homens devem ser proibidos de serem naturistas. Não comungo dessa idéia, ao contrário acho que se todos fossem naturistas a visão deles sobre a nudez e sobre as mulheres seria muito diferente. O que eu quis dizer em meu texto é que isso não ocorre no mundo dos homens e não dá para confiar na boa intenção de milhares deles que chegam à nossa portaria fingindo serem ovelhinhas.
3. A expressão "que não era obrigado a ficar vendo homens nus", se você rever os meus e_mail, vai verificar que se trata da transcrição de frases ditas por freqüentadores da praia e não de opinião minha sobre o assunto. Para ilustrar minhas mensagens uso sempre argumentos ouvidos de pessoas que conversam comigo, sem, contudo, dizer que comungo com o que elas dizem.
4. Também não declarei em momento algum que os homens redundam em única fonte de problemas. Temos dezenas de problemas nas nossas praias. Atacamos a todos indistintamente. Mas "homens desacompanhados" com certeza, é um dos maiores. Procuramos dar a todos uma solução. Atém o momento, neste caso, a proibição de entrarem desacompanhados, foi a que obtemos melhores resultados.

5. Entendi pelo seu texto que você se considera uma pessoa sem preconceitos, mas quando cita as prostitutas, descreve um caráter totalmente invertido. Prostitutas são seres humanos e, na grande maioria das vezes desprovidas de qualquer comportamento de depravação. Grande parte delas exercem esta profissão por absoluta necessidade de sobrevivência. Nossa experiência mostra que, alem de ser muito pequeno o número de homens que se utilizam desse expediente, essas prostitutas quando entram na praia demonstram comportamento absolutamente exemplar, mais até do que muitas pseudo-mães de família. Portanto não vamos fazer conjecturas baseados nas nossas opiniões podres sobre o comportamento humano. Este não é um dos problemas que nos preocupa no naturismo, pois ele é absolutamente ínfimo, comparado com outros de difícil solução.

6. Você jamais leu alguma opinião minha dizendo que "não gostava de ver grupos de machos". Isso nunca foi proferido pela minha boca e não é justo que você fique atribuindo a mim declarações das quais tenho verdadeira ojeriza. Isso não é verdade. O que gosto de ver são ambientes equilibrados, onde se vê mulheres e homens convivendo pacificamente. Ambientes com qualquer predominância de grupos, tendem a ser viciosos, sejam eles de qualquer linha de conduta ou preferência.

7. Quando você diz que eu, pelo visto tenho olhos só para mulheres, está sendo de uma maldade sem tamanho. Em nenhum dos meus textos demonstrei essa preferência. Agora, os seus textos sim, demonstram claramente que só tem olhos para os homens. Acho que naturistas não devem possuir olhos voltados para qualquer segmento. Ao contrário devem enxergar todos eles conjuntamente, sem qualquer vestígio de preconceito, malícia ou vício. Quando demonstrada essa preferência, acho que o trabalho de convencimento perde todo o seu poder. Sinceramente não acredito que uma praia cheia só de mulheres, ou só de homens, ou só de gays, tenha qualquer atrativo para um verdadeiro naturista. O naturismo como consequência deve de ser administrado observando essas discrepâncias e corrigindo os desvios encontrados, buscando a harmonia. Em nosso caso, se liberarmos a entrada de homens, com certeza, em menos de meia hora teremos quinhentos homens na praia e meia dúzia de mulheres. Situação, aliás, observada em algumas praias que adotam essa postura, mesmo situada em região bem diferente da nossa.

8. Quanto a acabar com a prática de Swing, isso não é tarefa do naturismo ou de qualquer outro ser humano. Não tenho a menor pretensão de fazer isso. Quem quiser praticar swing que o faça. Nossa missão é impedir que isso seja feito dentro das áreas naturistas e também que essas áreas sejam utilizadas como locais de arregimentação para a prática do swing. Mas devo informá-lo que os praticantes dessa filosofia que frequentam nossas áreas são uma grande minoria e quase todos absolutamente conhecidos. Situação que nos dá uma certa facilidade no seu controle. O grande volume de freqüentadores entretanto, são pessoas que estão ingressando na área pela primeira vez. São a elas que devemos dar absoluta prioridade e são a elas que devemos passar a imagem adequada e equilibrada do naturismo. Estas pessoas são os naturistas potenciais, são o futuro do naturismo e são elas que vão fazer o naturismo crescer. Por isso corremos atrás de solucionar os problemas que atravancam essa missão.

Abraços

Nelci-RONES Pereira de Sousa
Naturista