A CONSCIÊNCIA DE DOIS MUNDOS
Não duvido que possam existir mais de um mundo em nossas vidas, os mundos espiritual, material, mental, do sonho e psicológico são alguns exemplos. Nesse texto apresento dois mundos possivelmente mais fáceis de serem entendidos, mas quase sempre esquecidos das suas existências. Acredito que o motivo tenha sido pela importância que foi dada a um em detrimento ao outro.
MUNDO SOCIAL MUNDO NATURAL
O ser humano nunca viveu isolado, tem necessidade de viver em grupos. Tal condição inata, portanto natural, criou-se a necessidade de estabelecer regras para que o indivíduo pudesse viver socialmente. Daí pode-se afirmar que o mundo social em que vivemos surge em função da nossa natureza, de não nos sentirmos sozinhos.
Só que esse macaco presunçoso, egoísta, que não se entende nunca, com a mania de conquistar o que é dos outros, se achar “o grande”, o todo poderoso, o rei ou imperador e não poucos fizeram suas histórias na quantidade de guerras vencidas, na imposição de suas crenças religiosas e no sofrimento causado a diversas nações, torna o mundo com valores nas conquistas de bens, nas aparências e na crença absurda do corpo-pecado e na superioridade em relação ao outro em função do cargo que ocupam na sociedade.
Não é que o social seja menos importante, simplesmente desvirtuou do seu verdadeiro sentido. O que era para vivermos em harmonia e respeito uns para com os outros se tornou uma ostentação de riquezas para demonstrar sucesso. Desse modo favorece a violência como meio de conquistas, os reis já não fizeram isso? Imperativo será o retorno à condição natural para que possamos enxergar a nossa igualdade.
No artigo “Um Lugar Para Todos” de Carlos Bernardo González Pecotche ele disse que “O contraste que existe entre a vida do campo e a da cidade parece querer indicar que, quanto mais o ser humano se afasta do contato com a Natureza, mais se artificializa e automatiza, perdendo, assim, grande parte de seu aprumo e generosidade. Daí que seja dado ver, muitas vezes, até onde chegam os egoísmos e os pensamentos com marcantes matizes de violência, que caracterizam a intolerância”.
Passamos a enxergar o mundo natural como algo distante de nós mesmos, a natureza separada do ser humano, e não é. Somos parte dela, ou melhor, somos também a própria natureza. Lógico então pensarmos que qualquer agressão a ela cometida irá nos afetar, qualquer agressão de maus tratos contra os animais, será também sentida ao homem.
No prefácio do livro “Criação Imperfeita” de Marcelo Gleiser cita que os “Cientistas vêm tentando decifrar o enigma da existência, convencidos de que a incrível diversidade do mundo natural tem uma origem única, que a tudo engloba. A essência dessa busca é a convicção de que, de alguma forma, tudo está interligado, de que existe uma unidade conectando todas as coisas.” Mas nas pesquisas experimentais não se tem verificado essa unificação, nós que temos que seguir na busca da nossa evolução e descobrirmos a nossa identidade.
Enquanto continuarmos a nos questionar sobre quem somos e sobre o mundo em que vivemos, nossa existência terá significado e cada nova descoberta um encanto e uma surpresa de que a natureza é muito mais criativa do que nós.
A prática naturista facilita adentrarmos para o Mundo Natural, tem-se inspirado na nudez dos índios, como se fosse o elo perdido ou esquecido pelo tempo que não poderia ter desvinculado um mundo do outro. Portanto, a nudez naturista representa a consciência do resgate da nossa natureza que prestigia o bom senso, o respeito e a dignidade humana.
As regras ditadas pelo Social não foram suficientemente eficazes para estabelecer padrões comportamentais que respeitassem a individualidade do ser, ao contrário, privilegiou o econômico que massifica o indivíduo e o torna escravo de um sistema que não o deixa viver naturalmente.
Um dos pensamentos de Osho diz que “Poucas pessoas no mundo morreram naturalmente porque somente algumas poucas pessoas viveram naturalmente. Nossos condicionamentos não nos permitem ser naturais.”
Não é fácil vencer esses condicionamentos, tem uma forte ligação com as crenças inculcadas na nossa formação, nos valores sociais muito mal formados e no distanciamento com a nossa verdadeira natureza. É se libertar das regras que não condizem com a nossa natureza, mas é preciso ter a consciência desses dois mundos que, enquanto um te aprisiona, o outro te liberta. É uma questão de escolha?
Evandro Telles
16/08/2010
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
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