sábado, 24 de abril de 2010

ARTIGO - LOGOSOFIA E NATURISMO - PARTE I

LOGOSOFIA E NATURISMO – PARTE I

Tenho dito com freqüência que o nosso ser material não é dissociado com o lado espiritual, eles caminham juntos afetando-se mutuamente. Para melhores esclarecimentos sempre faço a indicação do livro “O Espírito do Dinheiro” de Júlio Sampaio de Andrade. Agora, para realizar os testes necessários para comprovação da minha afirmação, somente será possível por intermédio da Ciência. Teria que colocar dentro do homem todo material necessário e ficar pesquisando, estudando as causas e efeitos, verificando em quais aspectos esta influência exercem uma na outra, enfim é o conhecimento de si mesmo, de Deus, do Universo e de suas leis eternas. Muito prazer, eu sou a Logosofia.

Os campos de estudos da Logosofia e do Naturismo são amplos, por esse motivo resolvi separar por partes para que possamos tentar entender melhor o que se tem em comum nessas áreas. Sem dúvida, o centro das atenções é o ser humano, com enforque para com os seus relacionamentos sociais, pensamentos, conceitos e de valores pessoais.

O mestre, um personagem no livro “O Vendedor de Sonhos” ao encontrar uma pessoa e esta lhe disse: - Acho que te conheço! E o mestre respondeu
- Como você me conhece se nem eu mesmo me conheço?

Já me disseram que tenho idéia distorcida sobre o naturismo. Creio eu que tenho mesmo idéias distorcidas sobre tudo que se relaciona ao ser humano, só quero saber quem não as tem? Este ser desconhecido, em busca de si mesmo, paradoxal. Que tem dificuldades de encontrar um consenso sobre qualquer assunto que se relacione com sua personalidade e sua natureza.

Essa mesma natureza, sábia, precisa, inteligente, que inspirou grandes pensadores da nossa história na descoberta de fórmulas matemáticas sofisticadas que perpetuam até hoje. Fórmulas responsáveis pela evolução das comunicações, da internet, do celular e de todo este aparato tecnológico. Mas ainda não descobrimos uma fórmula capaz de nos relacionarmos em paz. Sempre tem um “porém”, sempre tem o que discordar, nada tem de precisão. Não há como conhecer outros seres se não tivermos o conhecimento de nós mesmos.

O estudo da filosofia logosófica permite entender porque o naturismo pode trazer benefícios para nós. Afinal, naturismo começa na mente e esta é também objeto de análise e verificações. Incorpora a esse estudo as questões sobre educação (ensino e aprendizagem), liberdade, cooperação, amizade, relacionamentos com os pais e mestres, pensamentos, a força palavra, a iniciativa, o exemplo e muitas outras.

No Naturismo a harmonia com a natureza é uma meta a ser alcançada, a nudez é um meio de se obter a consciência da nossa igualdade e um exercício de lançar para fora os valores falsos de que a beleza é fundamental. É a valorização do ser humano na sua essência e não na sua forma. O prazer sentido por estar nu não é, definitivamente, uma meta. Um dia desses alguém colocou duas fotos de mulheres naturistas, uma considerada bonita pelos padrões sociais e a outra não, este indivíduo fez uma piada de mal gosto do motivo de ele freqüentar a área. O Delmonte, apropriadamente, o qualificou de doente mental, mostrando que os dois corpos eram belos, teria que tirar a máscara da hipocrisia.
O próprio Delmonte em seu artigo “O Que Significa Ser Naturista” descreve assim:
“O naturista é aquela pessoa que se desvestiu das vaidades humanas, dos pudores e do hedonismo, que vive em total harmonia com a Natureza e o Natural, valorizando e preservando tudo o que Deus criou e da forma criada sem modificações”.

No artigo “Um Lugar para Todos” de Carlos Bernardo González Pecotche ele diz:

“O contraste que existe entre a vida do campo e a da cidade parece querer indicar que, quanto mais o ser humano se afasta do contato com a Natureza, mais se artificializa e automatiza, perdendo, assim, grande parte de seu aprumo e generosidade. Daí que seja dado ver, muitas vezes, até onde chegam os egoísmos e os pensamentos com marcantes matizes de violência, que caracterizam a intolerância”.
Extraído da Coletânea da Revista Logosofia, Tomo I p. 205.

Olha aí os motivos de estarmos em contato com a Natureza. A nudez consciente nos possibilita enxergarmos de modo transcendente. A nudez digna, tal como a dos índios (vide Naturalmente – de Paulo Pereira), não é nudez de permissividades, não é classificarmos o que seja natural de acordo com os nossos interesses pessoais. Viver naturalmente não redime das responsabilidades individuais. Assim, o conhecimento é determinante para análise dos reflexos das nossas ações. Os exemplos da conduta ética é que torna o movimento sustentável e não evasivo como muitos acreditam ser.

A Logosofia estuda o ser humano, os seus sentimentos e relacionamentos, o Naturismo com a nudez consciente coloca em prática, sentindo em seu próprio ser toda beleza da natureza e Daquele que a criou. Unidas em busca de nós mesmos, com o propósito de encontrar a Paz.

Evandro Telles
23/04/10

quarta-feira, 7 de abril de 2010

O TEMPO DE SER NATURISTA

O TEMPO DE SER NATURISTA


Algum tempo atrás andei sem estímulo para escrever sobre qualquer assunto. Até disse para um amigo que iria parar porque as pessoas não gostam de ler, então para quem estaria eu me dirigindo? Será que iria mudar alguma coisa ou alguém? Sabendo que resistências às mudanças são grandes até mesmo no trabalho diário dos indivíduos. De que adianta ficar expondo idéias? E ainda tem os questionadores que nada sabem sobre naturismo fazendo oposições e críticas, enquanto fico aqui horas estudando sobre o assunto. Esse amigo me disse que todo escritor escreve para ele próprio, se atingir alguém, ótimo, missão cumprida, senão... quem sabe algum dia!

Aceitei os argumentos e aqui estou eu juntando as palavras para expor pensamentos. Se algum dia alguém quiser conhecer tudo aquilo que defendo como valores humanos a serem alcançados, que leiam os meus textos por aí publicados. Descobri que o significado de escrever é mais do que intuição, é iluminação, porque quando nos iluminamos, todo o universo se ilumina. Fiquei mais animado com esse propósito, só tenho que ser autêntico e não responsável por transformações e nem ficar preocupado com o tempo que me dedico para escrever, depende da luz que consigo irradiar. Essa responsabilidade não é minha.

Perguntaram ao Dalai Lama:

- O que mais te surpreende na humanidade?

E ele respondeu:

- Os homens... Porque perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem dinheiro para recuperar a saúde... E por pensarem ansiosamente no futuro esquecem-se do presente, de tal forma, que acabam por não viver nem o presente nem o futuro... E vivem como se nunca fossem morrer... E morrem como se nunca tivessem vivido.

Tempo! Com toda a tecnologia desenvolvida nos últimos anos como algo que nos traz facilidade na vida moderna, ainda não temos tempo. Até mesmo o Dalai-Lama diz que não tem tempo suficiente para meditar e refletir. Mas mesmo assim ele encontrou a paz. Não deveríamos seguir o exemplo? Muitos sentem prazer em agredir com palavras, ações. Não seria mais bem aproveitado o tempo para conhecer a si mesmo e buscar a paz no meio do caos? Quando aprendermos as lições do Dalai-Lama, Chico Xavier, Madre Tereza, Gandhi e tantos outros aqui não citados, saberemos parar o tempo e pensar em nosso próprio SER, saberemos encontrar a paz e união entre os povos.

Diversas vezes fui questionado sobre o que era SER um Naturista. Eu digo sempre que é a pessoa integrada com a natureza de forma harmoniosa, ou seja, em paz consigo mesma. Desse modo, os padrões de beleza ditados de fora não importam, como também não importam as nossas diferenças de idade, cor, sexo, credos. Não temos que julgar nada porque os preconceitos é uma superficialidade da vida. A natureza não está nem aí com os preconceitos, simplesmente ela é e pronto, não há mais nada depois disso.

O resultado ao enxergar a natureza da vida é que nos tornamos mais humanos, menos arrogantes e menos agressores com todos os seres vivos. Passamos a reconhecer os nossos defeitos e que todos podem igualmente cometerem erros. A vida surge em lugares menos esperado, no meio das pedras ou no fundo do oceano, nada pode controlar. Abaixamos nossas cabeças fazendo reverências à própria vida. Humildemente reconhecemos que a Natureza guarda sabedoria que nós desconhecemos.

Paradoxalmente, o tempo de ser naturista é reconhecer a não existência do tempo e sim a consciência da nossa natureza, é preciso transcender os valores ditos morais e trilhar o caminho da liberdade e purificação da mente. Felizmente ou não, o reconhecimento desses valores não depende do que escrevo e nem é responsabilidade minha também. Só depende da própria pessoa e de mais ninguém.

Dentro da nossa concepção, a vida não tem lógica, e, portanto, repito, não cabe julgamento algum. Mas a busca da nossa verdadeira identidade deve ser uma constante, questionando a nossa essência, tornaremos conscientes que somos parte de uma natureza viva, da natureza nua, da natureza que exige dignidade para com todos os seres vivos.

A nudez humana está inserida neste contexto, ela somente é considerada agressiva quando não se tem o respeito pelo seu lado natural. Quando os valores sociais sobrepõem os valores naturais, a liberdade fica mais distante, e será muito difícil encontrar o tempo para ser um naturista de verdade.

E qual o tempo certo? É quando encontramos a consciência do que somos diante do Universo. Uma poeira, um cisco, um quase nada, e ainda assim criamos bloqueios diante de nossos corpos como se fosse algo diferente, como se o sexo fosse um fim a ser alcançado. Quanta prepotência de nossa parte! Somos somente seres Espirituais tendo experiências corporais. Somos seres Naturais.


Evandro Telles
05/04/10

obre o tema, revendo a histmo u algu