O grupo Graúna, ouvimos, resolveu não participar da eleição da FBrN marcado para 15 de novembro próximo em Praia do Pinho.
Talvez o poeta de Grauna acha que o convocação é "só prosa". Mas Dr. André Herdy se disse "presidente de direto e de fato" da FBrN. De direto e de fato, é. A FBrN é uma associação pública, e o que vale é o que acontece publicamente, e é registrado no cartório público.
A resolução do Graúna, enviado do email do Jorge Bandeira, diz que a atual administração foi "eleito e aclamado". Bem, não sei nem poderia saber - eu estava lá no Mirante do Paraíso, exatamente para assistir a eleição, mas foi conduzido à portas fechadas, desrespeitando não somente a transparência, mas a lei.
Grauna diz que "os atuais ataques" visam "macular o nome de FBrN".
Macular o nome do FBrN? Como? Seria como molhar o mar, ou aquecer o Inferno.
Quando o presidente da FBrN foi preso em 11 de dezembro de 2007, alvo de acusações falsos vindo de "naturistas", a FBrN tirou o dela da reta. Numa reunião irregular, convocada ao que ouvi falar no incentivo do sr. Marcelo Pacheco, amigo dos acusadores, a FBrN jogou seu presidente aos lobos.
Durante treze meses de prisão injusto, fundamentado somente nas mentiras de acusadores "naturistas", e nas fabricações da polícia, a FBrN em nada ajudou.
A prova mais dura contra Dr. André Herdy, até hoje, foi um número da revista Brasil Naturista encontrado e exibido pela polícia.
Um pouco de ajuda - uma explicação da filosofia de naturismo, uma defesa do que seria uma foto naturista - teria sido se ajuda enorme. Não veio isso nem mais nada, em treze meses.
Foi por falta de pedir ajuda? Não foi, não. Sr. Elias Pereira foi procurado por telefone pelo pai de Dr. André, depois da prisão, e nada. Escrevi para sr. Elias na véspera de Natal de 2007, e nada. Fui a empresa dele no Distrito Federal, junto com Cristiano Fedrigo, em maio de 2008, e nada. Fui para a reunião da diretoria da FBrN em julho de 2008 no Mirante, e nada - ainda que fui destratado por este mesmo Marcelo Pacheco, que viu no fato que fui preso em frente do Fórum de Taquara, durante uma manifestação pública das supostas vítimas a favor dos acusados, como algo que me desqualificasse.
Nada, nada, e nada. A FBrN não tinha disposição de defender seu presidente contra ataques dos mais vis. Mas quando este, finalmente livre, deu entrevista para o jornal Olho Nu, veio na hora a defesa - deles e da sua inação.
E os acusadores, recebidos cordialmente pelo FBrN, permitidos para votar e ser votados, até para o conselho de ética, no caso do Marcelo Pacheco! Ainda que ele responde processo por aquele mesmo número da sua revista que a polícia mostrou como uma das provas - e que o tempo mostrou, a única prova, contra dr. André. A FBrN achou que sendo que até aquele momento Pacheco tinha conseguido fugir dos oficial de Justiça, estava tudo bem.
Macular o nome da FBrN seria redundante, e ela própria, com sua covardia infame, já maculou a fama dela própria e de naturismo e uma maneira que toda a água do mar não lavaria, e nem o sol tropical nunca esbranqueceria mais.
Mais o que a FBrN fez desde o golpe contra Dr. André Herdy é somente o começo, o começo do fim. O futuro promete pior, pois há de volta a figura de Celso Rossi.
Do que ouvi, ele é banido de várias áreas naturistas. Tanto a promotoria federal quanto estadual estão atualmente estudando denúncias contra ele para vários das fraudes por ele cometidas na Colina do Sol, conforme decisões de dois juízes. Estudei os documentos públicos sobre o empreendimento Ocara, que engoliu uns R$700 mil do dinheiro dos outros, inclusive R$170 mil do contribuinte, e onde o sócio que mais colocou dinheiro no hotel, e que acumulou documentos comprovando a fraude, amanheceu morto.
Sim, a FBrN permitiu a volta do Celso Rossi, que conforme a Ata da reunião em Tambaba, tem as mesmas idéias antiquadas de sempre, como a discriminação contra solteiros, que resultaram em tantas perdas, inclusive do naturismo organizado em Bahia. E, como sempre, com o olho no dinheiro dos outros.
Celso Rossi não é o fundador da FBrN, cujo tradição data de 1947. E é menos o herdeiro de Luz de Fuego, morto no Rio de Janeiro em 1967, do que de Carlo Ponzi, que morreu no Rio em 1949. Silvio Levy pagou uma pequena fortuna para tirar Celso da Colina do Sol. Achei muito; aprendendo mais sobre a figura, entendi que teria sido barato no preço.
Macular o nome do FBrN? Abandonou um amigo, e na hora de perigo. Só resta saber se a organização seja apostata ou impostor: se abandonou bons princípios, ou se nunca os teve.
Abandonou os bons, abraçou os maus, e aceitou de volta os piores.
Há na eleição da Praia do Pinho um oportunidade de reverter o quadro antes que seja tarde. A FBrN poderia reconhecer seus pecados, fazer penitência, afastar as influências nefastas que tanto a atrapalhou durante as últimas 20 anos, e procurar um rumo ao futuro.
Se a imagem da FbrN esteja ruim, é porque reflete a realidade. Se esteja preocupada com sua imagem, porque acolher os que já estão na mira da Justiça, e abraçar os verdadeiros criminosos do caso Colina do Sol, contra quem inevitavelmente a Justiça e a imprensa vão se virar? A casa de Luz del Fuego virou a casa da Mãe Joana; a bandeira de igualdade foi trocado por a de exclusão; a liberdade de andar nu pelo libertinagem.
Se a FbrN quiser parecer pura, que limpe a própria casa, que se esforçasse a ser o que já foi meio século atrás, que parasse de servir como testa de ferro de negociatas.
Estão convocados para o Praia do Pinho, em 15 de novembro, as dez horas da manha.