Por Laércio Júlio da Silva
05/09/2009
A Suíça é palco de mais uma conferência mundial para analisar os efeitos do clima sobre o nosso mundo e como as mudanças pouco a pouco se fazem presente por meio da intervenção do homem. Chefes de Estado dos principais países estão reunidos para analisar uma só pergunta: o que fazer?
Cerca de mil políticos, cientistas, empresários e governantes participam da 3ª Conferência Mundial sobre o Clima, que a Organização Mundial de Meteorologia (OMM) realiza em Genebra entre 31 de agosto e 4 de setembro com o objetivo de sair com algo prático para salvar a Terra. O evento é patrocinado pela Organização das Nações Unidas, tem o apoio de 150 países, incluindo o Brasil e a participação confirmada de 20 presidentes de países-membros. A diferença das outras reuniões mundiais é que trata-se da primeira grande conferência depois que o famigerado governo Bush tentou atropelar e travar todas as iniciativas que chocacem com seus interesses, governo americano que naquele momento representava a voz e o tacão das maiores corporações industriais emissoras de gases na atmosfera. Ou para usar um parafraseado chulo de vários parlamentares brasileiro: que se "lixe" a opinião pública mundial, se os meu lucros estão sendo afetados! Somente os EUA, com apenas 4% da população mundial, são os responsáveis por mais de 20% de todas as emissões globais de gases do efeito estufa, comprovadamente uma das maiores causas de mudanças climáticas ao redor do mundo. Nesse caso estão pouco se "lixando" para populações inteiras refugiadas pela ação do clima em busca do que a natureza não pode mais lhe dar: casa e sustento com segurança alimentar.
O Protocolo de Kyoto, acordo internacional promovido pela ONU que pela primeira vez atestou a necessidade de nos unirmos "na base do que acontece comigo afeta também o meu vizinho", está em vigor desde Fevereiro de 2005. Vários países industrializados se comprometeram a reduzir em 5% as emissões de gases do efeito estufa até 2012 em relação aos níveis de 1990. O governo do Partido Republicano do presidente George Bush se recusou a assinar o tratado. Vamos ver como o governo Obama se sai dessa primeira "prova de fogo", usando um trocadilho de gosto duvidoso, já que nossas florestas estão ardendo em labaredas pelos motivos supracitados. Uma outra novidade é que as grandes potências resolveram entender a necessidade de um observatório climático que possa reunir informações sobre as mudanças. O intercâmbio será extremamente útil no caso de previsões climáticas que afetem grandes populações. O fato é que sem o compromisso dos principais produtores de lixo do universo, a causa estará perdida. O entendimento de que estamos "no mesmo barco" também é importante para uma parte do mundo que ainda acha que os países do Terceiro Mundo são o aterro sanitário da Terra, como é o caso do escandaloso carregamento de lixo em containers enviados aos portos brasileiros.
O naturismo propõe um novo olhar do homem sobre a natureza, uma experiência introspectiva, capaz de mudar a essência predadora da raça humana em seu atual estágio.
Temos obrigatoriamente que fazer a nossa parte, mas não devemos esquecer que os países desenvolvidos são culpados por esse modelo de consumo desenfreado que produz lixo e toxinas que emporcalham o dia-a-dia das nossas vidas. Esperamos que a Conferência esteja voltada para uma visão Planetária com a incorporação de todos os povos da Terra nessa árdua tarefa. Entretanto, a principal resposta deverá ser dada pelo chamado Primeiro Mundo.
Laércio Júlio da Silva é diretor da Federação Brasileira de Naturismo (FBrN) e presidente da Associação Goiana de Naturismo – Goiasnat
www.goiasnat.com.br
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