sábado, 29 de novembro de 2008

Como nasceu este blog

Ariana é uma amiga que conheci no teatro, mais ou menos na mesma época em que conheci a Rosana – a minha paixão. Ela foi uma das que sempre torceram e "conspiraram" para  que ficasse com a Rosana. Quando soube que estávamos indo a locais naturistas logo pediu para ir junto. Como todo pessoal de teatro, ela é sempre bem articulada com as palavras. O chato desse povo é que raramente escreve ou participa de uma lista via internet. Tanto provoquei e enchi a paciência para que falasse de sua experiência naturista que acabou escrevendo um texto e, ainda por luxo, com um desafio que não teria coragem de divulgar nas minhas "listas".

Com a repercussão do seu texto dentro das diversas listas naturistas e nudistas consegui convencê-la em montar um blog; aceitou com a condição de que eu a ajudasse nesse blog; de que ela iria postar quando estivesse inspirada e sem maiores afazeres profissionais e com a condição de que eu, Joaquim, colocasse minhas opiniões que não necessariamente fossem semelhantes às dela. Afinal todo artista gosta de público, polêmicas e transformações. Basta apenas uma pessoa se transformar terá valido a batalha.

Como diz a Rosana, sobre a Ariana Boss, é  "uma pessoa ligada  ao teatro. Para ela, a nudez é indiferente. Devido experiência com o meio teatral estar pelado ou vestido só importa se tiver sentido simbólico no palco; fora disso ela não tá nem aí."

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

PELADISTAS DE PLANTÃO (PP), APROCHEGUEM-SE!

Caracas!!!!!!! Quanto problema de leitura de texto, sô! Quanto problema de percepção do que está escrito. Costuma-se não ler o que está escrito? É assim que funciona a coisa por aqui???? Costuma-se imaginar o que está escrito? E daí sair atacando a pessoa que escreveu? É assim que funciona? Parece que a técnica é ler apenas trechos do texto, ou apenas o título, e deduzir o resto.

(Epifania!!!, parafraseando Clarice Lispector)

EU CONHECI NATURISTAS E NATURISTAS. O grupo dos naturistas que podem ser ilustrados pela letra da música “Comer comer, comer comer é o melhor para poder crescer!” (Turma do balão mágico)

E o grupo dos que podem ser ilustrados pela letra da música: “A gente não quer só comida a gente quer comida diversão e ar, a gente não quer só comida, a gente quer bebida, diversão balé...” (Titãs)

A “Turma do Balão Mágico” em sua música concentra-se na comida. Descreve o prato que deseja. Quer comer, beber, comer e beber, ah, também quer comer e beber, ah, além disso, comer e beber. É! Realmente, até que a turma faz bastantes coisas! Come e bebe!

Os “Titãs” também “se reúnem” para comer e beber. A letra da música dos Titãs mostra ser a comida algo necessário, fundamental para a manutenção de um organismo saudável, mas acrescenta um algo a mais. Aponta para o fato de o ser humano – animal racional – ter inteligência e ansiar por outras coisas.

(Existem profissionais da cozinha, que vivem de preparar alimentos, mas não é dos profissionais da cozinha que falo).

EU acho (é minha opinião, estou expressando apenas uma visão) que o naturista verdadeiro já reconheceu na música do Balão Mágico o enfoque dado à comida. Se se diverte conscientemente, beleza!! Este provavelmente enxerga possibilidades de avançar em relação ao que diz a letra da música. Se quer ou não, é outra história. E aí, a letra dos Titãs poderá significar algo para ele. Poderá identificar-se com a letra da música, ou não!!? Não discuto gosto musical, refiro-me apenas às letras das músicas para comparar diferentes grupos e/ou pessoas praticantes do naturismo. Se fosse de outro grupo musical ou de outro cantor/grupo EU (é minha opinião, estou expressando apenas uma visão) teria usado-a como exemplo de texto que leva o leitor a pensar em olhar além da ponta do nariz.

EU (é minha opinião, estou expressando apenas uma visão) estive presente em vários eventos denominados naturistas. EU (é minha opinião, estou expressando apenas uma visão) presenciei, do Oiapoque ao Chuí, atitudes preconceituosas em grupos de pessoas que se consideram “os verdadeiros” naturistas. Do norte ao sul do Brasil. EU (é minha opinião, estou expressando apenas uma visão) estive em praias, clubes, hotéis fazenda (denominados naturistas ou fechados temporariamente apenas para eventos naturistas), sítios, chácaras. EU (é minha opinião, estou expressando apenas uma visão) ouvi pessoas de grupos de naturistas chamando a outra de gorda e feia. EU (é minha opinião, estou expressando apenas uma visão) ouvi pessoas de grupos de naturistas tirando sarro do órgão sexual do outro.

Do Oiapoque ao Chuí!!!

Não falo do grupo em seu sentido abstrato. Falo das atitudes das pessoas que formam o grupo. Foram várias experiências vividas. Experiências testemunhais. Pessoas que contaram sobre preconceitos que sofreram!!! Trata-se de experiências auditivas, oculares, táteis e olfativas.

Como EU disse, conheci NATURISTAS E NATURISTAS. Aqueles que são e estão interessados em desenvolver um naturismo digno, um naturismo limpo em todos os sentidos; e aqueles que se escondem atrás da palavra “naturismo” para... bom, acho que me entendem! Aos honestos tiro o chapéu. Estes ora concordaram ora discordaram de opiniões minhas. Os verdadeiros líderes agiram com classe. Argumentaram, discordaram, mas respeitaram a pessoa que expressou a opinião. Só os honestos, mesmo discordando, discutiram as idéias. Não pretendo confortar e contentar ninguém, por isso não estudei psicologia, nem psiquiatria, mas arte!

Há passagens do 1° texto que permitem contestações, há passagens que não permitem contestações porque são sensações minhas expressas em palavras. Como é que se discorda da sensação de incômodo de alguém? Como é que se discorda do espanto de alguém? Como é que se discorda da decepção de alguém? Quais argumentos se usam para isso? Dizendo “Ah, você é uma idiota, eu não sinto isso!” Não dá, né? Falta gravíssima essa de IMPOR OPINIÃO, TORTA POR SINAL, sem ter sequer entendido o que o outro disse.

EU (é minha opinião, estou expressando apenas uma visão) cheguei a conclusão de que o conceito de naturismo precisa ser debatido porque há incoerência entre o que as pessoas dizem e o que elas fazem. O que incomoda é o fato de as pessoas denominadas “os verdadeiros” naturistas pregarem o respeito ao próximo, mas serem incoerentes em suas atitudes. O que incomoda é o fato de verificar essas atitudes inaceitáveis entre a maioria das pessoas que se nomeia: “os verdadeiros” naturistas. Isso incomoda a ponto de EU (é minha opinião, estou expressando apenas uma visão) estar escrevendo sobre isso DE NOVO. O que incomoda é o fato de as pessoas que se consideram verdadeiras naturistas tirarem apenas a roupa feita de algodão, ou se seda, ou de tactel, ou do caramba. Parece haver uma necessidade de me desmoralizar porque quem pensa ou raciocina é um estorvo para os líderes desonestos.

Parece que há aqueles que não gostam de pessoas que pensem. Paternalismo? Quem precisa disso? Cordeirinhos? Ei, cordeirinhos, tem algum cordeirinho por aí?

“Caladismo”?

Gente, “tirar a roupa” metaforicamente também é bárbaro!” no meio artístico, no qual convivo e me relaciono com todo tipo de ser humano, a nudez tem mil sentidos. Tirar a roupa tem mil sentidos e esses sentidos parecem ser inerentes a uma altíssima porcentagem do grupo de seres humanos que tiram a roupa artisticamente. Tenho a impressão de que tirar a roupa sem saber porquê, é prejudicial ao cérebro. O que vocês acham?

Povo, é preciso ir mais ao teatro!

Povo, é preciso ir mais ao cinema!

Povo, é preciso ir mais a museus!

Povo, é preciso ir mais a espetáculos de dança!

Povo, é preciso ir mais a concertos!

Povo, etc, etc, etc, etc,...

Povo, é possível mergulhar no universo cultural sem pagar um centavo ou pouquíssimos reais, eu garanto! E aí entender mais sobre a nudez. Acho que o meio cultural é o mais adequado para aprender a tirar certas roupas!

Já sei, em vez de marcarem encontros em lanchonetes, fazerem encontros em lugares ermos, etc... por que não combinam de ir a lugares como os citados acima? É um bom modo de começar.

Àqueles que me entenderam: parabéns pela paciência, parabéns pela coragem de se assumir naturista, parabéns por estarem milhões de passos à frente, parabéns! Depois que EU (é minha opinião, estou expressando apenas uma visão) pesquisei mais a fundo o sentido amplo da palavra naturismo, achei que poucos estão preparados parar praticar ou pensar em começar a praticá-lo. No entanto, aqueles que já começaram, aos quais tiro o chapéu, desejo boa sorte. Porque já estão à frente do simplesmente tirar a roupa. Parabéns. Porque EU (é minha opinião, estou expressando apenas uma visão) quero ser apenas PELADISTA. EU (é minha opinião, estou expressando apenas uma visão) quero tirar a roupa porque EU (é minha opinião, estou expressando apenas uma visão) não quero ficar com marcas de biquíni. Porque quero enfrentar melhor o calor. Porque quero tomar banho sem ter nada incomodando.

Acho que vou buscar inspiração nos que não tiram a roupa, mas são verdadeiros naturistas!

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

DEIXEI DE SER NATURISTA, ACHO QUE VOU VIRAR PELADISTA!


Após 8 anos de naturismo, resolvi, pela primeira vez, escrever sobre minhas impressões sobre o que vi, ouvi, ouço e vejo entre os naturistas e parar para refletir se vale à pena continuar defendendo o naturismo por aí.

Quando ouvi a palavra naturismo pela primeira vez achei estranha, então fui tentar verificar a que a palavra induzia. Descobri o seguinte no dicionário HOUAISS da Língua Portuguesa, naturismo: natura + -ismo, prov. pelo fr. naturisme (1778) 'doutrina filosófica que considera a natureza como autora de si mesma' conjunto de idéias que preconizam um retorno à natureza como a melhor maneira de viver (vida ao ar livre, alimentos naturais, nudismo etc.).  Tal terminologia leva a se compreender que “naturismo” implica reconhecimento do poder, da força, da independência da natureza, e que retornar à essa natureza poderosa respeitando-a se viverá melhor. E que naturismo inclui, viver livremente ao ar livre, fazer uma alimentação saudável porque assim não será necessário recorrer a fármacos, a própria natureza encarrega-se de proporcionar saúde ao indivíduo, e que naturismo é inclusive ficar pelado, ou seja, andar nu. Aí me pergunto, mas porque andar, nu, em que momento dessa filosofia seria necessário que eu ficasse nua? Para refletir sobre a vida sozinha ou em grupo? Para tomar banho de sol, apenas? Para nadar nos rios? Para suportar melhor o calor? Ou seja, veio-me uma série de questões em torno do para quê tirar a roupa. Muito bem.

Depois dessa reviravolta mental, topei conhecer pessoas envolvidas com o naturismo. Antes de sair perguntando coisas, preferi observar as atitudes. Então descrevo o que vi, via e vejo: pessoas reúnem-se nuas para fazer refeições (ou seja, almoçar ou jantar); normalmente ocorrem em sítios ou fazendas, normalmente, com piscinas, saunas, cachoeiras, quadra poliesportiva, campos para a prática de jogos em equipe, onde há muita vegetação e às vezes animais como gato, cachorro ou peixes em tanques. Percebo que as atividades propostas por esses espaços sugerem que as pessoas estejam juntas, sugerem que as pessoas estejam reunidas, que estejam, fisicamente, mais próximas uma das outras. Bom, até aí uma parte do naturismo que tenho em mente concretiza-se: as pessoas nuas mais próximas, fisicamente, umas das outras dos vegetais e dos animais, beleza. Que lindo! Achei maravilhoso.

Continuo a descrever, mas agora, sobre o que ouvia, ouvi e ouço: “olá muito prazer, meu nome é tal”; “de onde você é?”; “o que você faz?”; “ah, eu sou profissional em tal área”; “ah, eu faço tal coisa”; “você está acompanhado (a)?”; “ah, estou” ou “ah, não estou acompanhada”; “desde quando você está no naturismo?”; “bom, eu estou desde...”; “ih, é minha primeira vez em ambiente naturista”; “que legal, seja bem-vindo (a)”; “olha, depois de quinze minutos você nem vai mais perceber que está nu (a)”; “depois você nem vai mais querer colocar a roupa”; “pessoal, já tem carne pronta!”; “e vocês, não vão comer?”; “e vocês não bebem cerveja?”; “bom, eu bebo, mas é que estou dirigindo!”; “nossa que lugar bonito!”; “que lugar fresquinho”; “que piscina linda”;; “vamos jogar bola?”; “vamos para a sauna?” “poxa o dia foi maravilhoso!”... e acabou o assunto; “bom, até o próximo encontro”; “tchau!”. Esse é o assunto que rolou no encontro naturista. Conversas que levam as pessoas a se conhecerem melhor. Acolhedor! Há um interesse em saber sobre a vida profissional e pessoal do outro quando o outro está vestido. É bom isso! Faz parte da vida, vestidos ou pelados. No entanto, também está dentro da filosofia naturista! Ótimo!

Enquanto era primeiro encontro tudo bem, mas conforme o tempo foi passando, e isso foi repetindo-se foi ficando sem graça porque fui vendo que as pessoas não estavam, e não estão, tão próximas da natureza quanto parece. A parte do naturismo que cumprem é apenas o nudismo: ficar pelado! e ainda não têm claro em suas mentes porque é que tiram a roupa.

Diante do conceito de naturismo, o qual abarca toda uma filosofia ou estilo, fiquei interessada, mas isso implica meu relacionamento não só com os vegetais e animais irracionais, mas principalmente com o ser humano. Aí fui tentar por em prática, começando por tirar a roupa, fazer uma alimentação saudável, respeitar mais o meio ambiente (que não é só o sítio ou a fazenda onde os naturistas se encontram esporadicamente, mas a área urbana onde a maioria vive), olhar mais para os animais e respeitá-los... Até aí não tive problema algum porque a natureza é poderosa, respeitosa, generosa; os animais irracionais são generosos, respeitosos, amigos; o problema é o ser humano...

Bem, vamos lá... Descobri há naturistas e naturistas, há um grande número deles que se acha superior aos outros que não tiram a roupa “em público”; há naturistas que não respeitam gays e lésbicas...; há naturistas que não respeitam gordos e negros; há naturistas que são invejosos; há naturistas que são arrogantes; há naturistas que tiram sarro do tamanho do órgão sexual do outro; há naturistas que reparam o órgão sexual da outra; há naturistas que... Que decepção! Os naturistas também são seres humanos!!! Eu pensava que era um grupo de pessoas que punha em prática no mínimo o respeito ao próximo independente de religião, raça, time de futebol. Eu pensei que conseguiria conversar sobre, cinema, política, ética, artes em geral, filosofia... discutir qualquer assunto sem que uma das partes tomadas de cólera ofendesse minha pessoa e apenas discutisse as idéias! Eu pensei que não teria alguém do grupo de chamados naturistas, tentando impor sua visão de mundo sobre a minha de maneira tão primitiva, através de agressão verbal, de xingamentos... Eu pensei que ser naturista era ser pessoa de mente aberta para respeitar as diferenças...

CONCLUSÃO: questão da natureza é apenas uma desculpa para ficar pelado; o outro é aceito desde que pense igual ao líder do grupo; o líder do grupo respeita o outro desde que pense como ele; a nudez é motivo de chacota; a estética física do outro é alvo de sarro. Há uma inversão curiosa nos ambientes naturistas: QUEM ESTÁ VESTIDO É EMPREGADO, sem falar que é um reino de Poliana em que todos se vêem como puros e santos. É uma cambada de burguesinho especializado em excluir socialmente o outro, é um grupinho de crianças crescidinhas que fica esperando que papai Gabeira aprove a lei em prol do naturismo para ficarem brincando de ficar peladinho na beira da praia.

Gente!!! Fala sério, há atitudes que em crianças ficam engraçadinhas, mas em adultos são patéticas.

Que pena! Acho que vou virar PELADISTA!!! Há algum (s) por aí?