A REVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
No Conceito Naturista
Consultando o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, a palavra “revolução” significa 11. Modificação em qualquer ramo do pensamento humano. Não precisaria no título desse artigo conter a palavra “pensamento”, somente o fiz para destacar as mudanças necessárias em nosso pensamento no processo da evolução humana. Toda revolução traz, em sua essência, o significado de mudança.
Vivemos continuamente mudando, não sou o mesmo do que era a um segundo atrás, minha composição física e química já se alteraram, novas células nascem outras morrem e cada instante o corpo envelhece um pouco. É assim desde a fecundação, e é assim que a natureza funciona. Esse conceito no Budhismo se chama de Impermanência. Aceitar esse processo significa questionarmos sempre, desde os falsos valores colocados em nossa educação até o que pensamos de nós mesmos como verdades. Devemos ficar preparados para a possibilidade de encontrarmos a nossa essência como ser humano.
Temos um corpo que evolui com pensamentos que não condiz com a nossa natureza, ficamos presos em nós mesmos. Coloca-se na educação a vergonha do corpo como se isto fosse valor. Na realidade é o reconhecimento da nossa malícia, da nossa ignorância, da cultura que só pensa em sexo como fim. Pior disso tudo, se acreditamos na existência de um Deus criador de todas as coisas, será atribuído a Ele o que nos faz envergonhar. Em outras palavras, quando distanciamos da nossa natureza esquecemos de desenvolver a espiritualidade, podendo, inclusive, existir relacionamentos não alinhados com o sentimento de amor. Ficamos mais perversos e sem compaixão.
O Naturismo cria um ambiente mais propício para uma harmonia entre o corpo e o pensamento, dá a condição mais adequada do equilíbrio da nossa natureza com a espiritualidade. É uma revolução de valores sociais que nos força a termos pensamentos mais limpos de coisas mundanas. Essas mudanças precisam acontecer para que tenhamos uma sociedade de mais respeito.
Em alguns casos a nudez de outras pessoas é mais fácil de se aceitar do que a da própria pessoa. Quando isso acontece é porque não foi entendido o que representa o naturismo e ainda falta consciência do que realmente somos, é preciso vencer bloqueios pessoais, o que é perfeitamente compreensível.
Para alguns naturistas que ainda não pensaram sobre este assunto, também não nos diz que seus encontros sejam artificiais como querem fazer acreditar alguns críticos. As áreas destinadas para a prática do naturismo representam uma divisão em respeito àqueles que ainda não aceitaram esse estilo de vida, por não vencerem seus falsos valores ou porque suas mentes, ainda doentes, não conseguem ver a beleza da criação Divina. Só que esses ainda são maioria, seguem a consciência da massa, repetindo opiniões dos meios de comunicação. (Leiam o artigo “Consciência da Massa” de Nuno Michaels).
Nada mais justo a existência de divisões. Defendemos o respeito para com todas as criaturas, temos que dar o exemplo para que possamos conquistar a nossa credibilidade. Vejam o que nos diz Roberto Shinyashiki no seu livro A Coragem de Confiar: “Despertamos a confiança do outro e adquirimos credibilidade quando agimos baseados em valores verdadeiros. Consolidamos a confiança dos outros em nós quando demonstramos nossa capacidade de cumprir o que prometemos”.
Precisamos entender que são dois mundos completamente diferentes. Os naturistas dizem que na nossa natureza não há nada de imoral e os têxteis atribuem imoralidade na nossa sexualidade. Quem está agindo com base em valores verdadeiros? Quem poderia ter credibilidade? Por incrível que pareça, vejo mais anormalidades nos ditos moralistas. Suas regras e condutas estão recheadas de preconceitos e de pensamentos imorais.
Não precisamos ser minoria nem de ser imorais. Alguns repórteres questionam se a nossa sensualidade diminuem quando vivemos nus. Temos que ser imorais e maliciosos para que nossos canais sensitivos funcionem? Se alguém nos forçar a comer algo que não queremos qual paladar teremos? Se nós escolhermos o que desejamos saborear provavelmente teríamos maior prazer na alimentação, e mais saudável também seria. É sendo livre que nos faz melhor, é sendo livre que toda a nossa sensualidade passa a funcionar melhor.
No artigo “Normose” de Laércio Júlio ele cita: “Um amigo uma vez me confidenciou que não iria a um local naturista por considerar-se um ser primitivo, incapaz de chegar à iluminação dos que praticavam o naturismo”. O pensamento dele se baseia na tese de que os naturistas são seres muito evoluídos em relação aos padrões “normais”!
A Revolução do Pensamento no conceito Naturista é mudar o modo como pensamos sobre o corpo humano. Ver a nudez humana com mais simplicidade e naturalidade fará de nós melhores do que somos. Evitar a obsessão de possuir as pessoas como se elas nos pertencessem é respeitar a dignidade do outro. Ser gentil com aqueles que ainda não conseguiram enxergar que “A Nudez é uma forma de Adaptação à vida” (Rose Marie Muraro) será compreender que podemos fazer a diferença na vida de muitas pessoas ensinando-as e conscientizando-as sobre a nossa natureza. É, sobretudo, relacionar com as pessoas com mais amor e compreensão..
Será preciso libertar a mente de pensamentos que nos prendem para que o nosso corpo possa responder os estímulos que desejamos. Só mesmo com a Revolução do Pensamento poderemos encontrar a nossa essência e de ser feliz vivendo a plenitude de nosso ser com amor e gratidão.
Evandro Telles
23/01/09
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