sábado, 25 de dezembro de 2010

Teatro Oficina: A resistência das Dionisíacas em pleno Natal 2010


  Por Lufe Steffen / Fotos Andres Costa; Lufe Steffen 24/12/2010 - 12:34


E o Teatro Oficina segue mais vivo do que nunca. Aos 52 anos de vida, o grupo resiste ao tempo e se mantém capaz de aliar a tradição milenar do teatro com a modernidade e o comentário a respeito do momento atual.



Depois de rodar o Brasil com a turnê Dionisíacas, que reúne quatro peças do repertório do grupo, o Oficina desembarcou em sua sede, em São Paulo, para fechar o ano apresentando na capital paulista o quarteto de espetáculos; e desta vez no novíssimo "Teatro de Extadio", uma área acoplada à sede oficial do Oficina, e que durante anos foi motivo de disputa entre o grupo e Silvio Santos - proprietário do terreno onde se instalou o tal Extadio.



E assim o Oficina apresentou no último fim-de-semana o quarteto teatral composto pelas peças "Taniko, o Rito do Mar", "Estrela Brazyleira a Vagar - Cacilda!!", "As Bacantes" e "O Banquete" - apresentadas na sexta, sábado, domingo e segunda-feira.


O fecho foi "O Banquete", de forma apoteótica durante cinco horas de espetáculo. Estavam ali todas as referências que consagraram o Oficina no mundo pop pós-moderno, a partir da década de 90: a irreverência ao adaptar clássicos, os figurinos greco-romanos, a nudez e o sexo sem culpa, a beleza dos efebos, a selvageria, e a comunicação popular e tropicalista.

José Celso Martinez Corrêa, aos 73 anos, continua marcando presença, no papel de Sócrates, roubando a cena. Marcelo Drummond, que estava a cara de Ozzy Osbourne, destilou seu charme e seu habitual deboche delicioso, mas não ficou só nisso: declamou um poema de Homero com brilho, num dos momentos mais lindos e comoventes da peça.

Destaque também para Mariano Mattos Martins, capaz de trafegar entre o humor ácido e momentos de lirismo, e ainda tem a coragem de encarar cenas que poucos atores topariam - como a famosa cena do cunete, claro. Mariano se transforma no palco em uma espécie de mistura de Ney Matogrosso com Pascoal da Conceição - ator que marcou época no Oficina nos anos 90.

A apresentação de "O Banquete" ainda contou com um grupo de homens na faixa dos 40 anos, que estavam na plateia e deram show à parte ao se despirem - completamente - apenas para assistirem ao espetáculo. Com o calor reinante no local, muita gente viu o grupo nu e apelidou o espaço de "Termas Oficina". Ainda, a entrada em cena de uma Hebe Camargo cover, que se banqueteou nas orgias, arrancando aplausos do público em uma noite onde reinou a tolerância, a diversidade e a liberdade de sexos.

Na tarde de quinta-feira (23), como costuma fazer todo ano, Zé Celso liderou no Oficina um ritual em homenagem a seu irmão, Luiz Antonio Martinez Corrêa, morto no dia 23 de dezembro de 1987, com 107 facadas, num crime homofóbico. Em tempos onde esse tipo de agressão voltou a acontecer, torna-se cada vez mais relevante a atitude de Zé Celso e sua trupe em relação ao acontecido.

E por falar em homofobia, o Oficina aproveitou para comentar, em "O Banquete", o recente caso onde homofóbicos atacaram rapazes munidos de uma lâmpada fluorescente. Em cena do espetáculo, um sujeito estilo pastor de TV invadiu o palco portando uma lâmpada idêntica, e ameaçando atacar "os veados da peça". Ao que Sócrates/Zé Celso retrucou: "Lâmpada é para iluminar, e não para quebrar na cara das pessoas...". Por essas e outras o Oficina continua uma entidade indispensável no Brasil.

Confira a galeria de fotos de "O Banquete".
Publicado em:
http://acapa.virgula.uol.com.br/site/noticia.asp?origem=dispo&codigo=12421&target=_blank&titulo=Teatro+Oficina%253A+A+resist%25EAncia+das+Dionis%25EDacas+em+pleno+Natal+2010

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Caso Tambaba: Juiz decreta prisão preventiva de Nelci Rones

Domingo, a família de Neci Rones estava no Fórum antes de 08:00 para saber se seu pai estaria solto. A promotora chegou as 11:30, e a decisão do juíz somente saiu em volta das 18:00, enquanto os peladistas estavam reunidos na fila para a peça "Bacantes" de Zé Celso em São Paulo.

Aqui está a carta do Nelci Júnior, que deixe claro que o que foi julgado não foi Nelci Rones, mas naturismo. O caso - ou melhor, as proporções que o caso assumiu no lente distorcida da imprensa - já acabou por ora com o naturismo familiar na praia de Tambaba.

O naturismo organizado - da Sonata à FBrN - para "preservar naturismo" abandonou Nelci Rones, o jogando para os lobos. Que ficaram mais bem alimentados, e talvez adquiriram o gosto para carne que não deixe fiapos de tecido entre os dentes. O tempo é o senhor de razão, diferenciando prudência de covardia, e sagacidade de miopia.


 
Amigos,

A decisão do juiz acabou de sair. Ele negou nosso pedido e decretou a prisão preventiva.

As palavras do juiz foram muito fortes, dando a perceber que faz parte de uma sociedade altamente preconceituosa.

Acusa meu pai de ser um perigo pra sociedade, pois, segundo seu depoimento, assume alguns dos crimes com muita naturalidade, associando ao naturismo e não a pornografia (segundo o juiz as fotos são pornográficas).

Disse ainda que o que mais pesou na sua decisão foi o fato de meu pai ter dado seu depoimento com muita serenidade, sem qualquer complexo de culpa, dizendo que o que fez é correto, mostrando um distúrbio psicológico grave e sua soltura pertubaria a paz pública.

Entramos em contato com o criminalista, que entrará o mais breve possível com o pedido de Habeas Corpus junto ao TJ.

Agradecemos a fé depositada. Perdemos a batalha, mas não a guerra.

Um abraço.

Nelci Júnior
 

sábado, 18 de dezembro de 2010

Expondo Crianças

Crianças e adolescentes foram barrados da Praia de Tambaba, o maior destino naturista no nordeste do Brasil, depois da prisão cinematográfica de Nelci Rones Pereira Sousas, sob acusações de distribuir fotos pornográficas de crianças que teria abusado. Até agora, não há indício nenhum de que ele distribuiu fotos; as fotos exibidas como troféus não são ilegais; e as crianças entrevistas pela polícia negam abuso.
Primeira praia, olhando do estacionamento. Escada no final

Ainda sem comprovação que alguma crime aconteceu, resta a proibição da entrada de menores. O problema com menores na praia é que eles pode ser vistos, ou que eles podem ver algo? A situação é diferente para crianças do que para adolescentes? Há também a ocorrência de sexo ao ar livre, e que a cidade de Tambaba tirou a administração da praia de Sonata, ONG de que Nelci Rones é diretor e de que já foi presidente. E para entender tudo isso, é preciso entender a extensão física da praia, que tem três zonas distintas.

Crianças podem ser vistas em praia naturista?

O veto aos menores engloba qualquer um com menos de 18 anos, inclusive crianças de colo, para quem um mar de seios a mostra sugeria apenas incontáveis lanches. A proibição contra estes pequeninos é incoerente. Em praia urbana, movimentada, eu já vi crianças pequenas sendo trocadas na praia, sem que elas, seus pais, ou qualquer um por perto se importasse com isso. Na minha última visita para Ceará, passei por uma vila do interior em que houve incontáveis meninos no jardim de casa completamente pelados, ainda que as meninas estavam de calcinha. Já vi aqui em São Paulo meninos pelados em frente das suas casas, especialmente em dias de calor, e me recordo de um pai com um criança pelada nos ombros, em pleno Viaduto de Chá, que arrancou uns sorrisos de pedestres, mas nada além.

Fora das experiências particulares, noto que no Castelo RaTimBum, ainda sendo re-veiculada, há dois indiozinhos que aparecem em lendas indígenas, sem roupas e sem sombras, ângulos de câmera discretos, ou outros artifícios. Os atores tinham uns seis ou oito anos, e um deles foi depois um dos "Chiquitas" na programa de Xuxa, e um pagina de fofocas revela uma seqüela: o apelido "Pingolim Famoso". E não foi Angêlica que apareceu nua, bem pequena, numa propaganda de margarina?

Poderíamos citar exemplos históricos. Gilberto Freyre aponto que nos meados do século retrasado, os filhos do engenho, dos escravos até o herdeiro da casa grande, viviam pelados até seus cinco anos.

Mas basta. Já mostramos que criança pequena ser visto pelada não perturbe em outros lugares do Brasil. Exigir que exatamente em praia de nudismo não pode, seria absurdo.

A atitude da Prefeitura de Conde para com crianças na praia, durante o Congresso Mundial da INF - Federação Internacional de Naturismo em 2008, talvez tratamos outro dia.

Mas o que as crianças podem ver?

A exposição das crianças à nudez adulto poder criar para eles algum empecilho?
Bem, do mesmo sexo, a exposição é corriqueiro em lugares como o vestiário do piscina.

Praia prinicpal de Tambaba, olhando da escada.
E, quando falamos do "vestiário do clube" estamos já mostrando uma ponta de vista da classe média. Quem recebe salário de promotor pode morar em apartamento em que cada criança teu seu quarto, e cada quarto seu banheiro, mas para grande parte da população, especialmente em áreas como o interior de Paraíba, a casa é de um ou duas cômodos, e água encanada é um sonho para o futuro. A comarca em que Conde fica é melhor, mas este progresso foi em grande parte trazido pela fama da Praia de Tambaba, que colocou a cidade na mapa e no roteiro turístico.

Se isso for um perigo que exige a colocação de fiscais do governo, para que criança não veja nudez adulto na praia de nudismo, porque não colocar um fiscal no banheiro de cada casa particular, para evitar que uma criança escova os dentes enquanto o irmão mais velho toma banho? O pai teria que escolher entre prisão de ventre, e prisão?

Os índios brasileiros viviam nús o tempo todo, e não são a única sociedade que deu pouco importância à nudez. O Brasil de classe média para cima tem uma renda que permite mais privacidade, mas o maior virtude do governo que encerra com o ano, é que reconheceu o outro Brasil, onde a grande maioria vive sem este plenitude, sem condições de sustentar certas padrões de consumo - e certas padrões de pudor.

De criança para adolescente

Há um diferença entre criança e adolescente. Caso o leitor seja velho demais para lembra sua adolescência, recomendo "Doze Anos" onde Chico Buarque canta de
   Sair pulando muro
   Olhando fechadura
   E vendo mulher nua

Poucas anos atrás, perto de Canoa Quebrada, um senhor me contou de quando tinha uns oito anos, ele e os amigos gostavam de ir para o praia de nudismo que ficava em frente ao cemitério. Precisavam tirar o calção, mas para ver mulher pelada, não se importavam.

A explosão imobiliário acabou com a praia de nudismo de Canoa Quebrada. O pessoal de Incra me falou que até tentaram lotear o vender o cemitério, com placa espetada onde o ventou tirou a aréia e deixava os pés dos finados expostos: a especulação imobiliário não respeita nem os nús nem os mortos.

Mas adolescente quer ver mulher pelada, e vai ver. Se não puder dar um pulo na praia, vai pular o muro. Meninas não tema a mesma mania, mas muitos já ajudam trocar as fraldas dos irmãos mais novos.

Além das pedras, além da nudez

Mas o que crianças e adolescentes encontram na Praia de Tambaba vai além de nudez. Meus conhecimentos da praia vem do Congresso INF lá em 2008, mas uma rua íngreme desce das falésias, para o estacionamento. No estacionamento e a praia em frente o naturismo é proibido.

Há uma escada que leva até a próxima praia, uma grande meia-lua com uma pousada, onde acontece anualmente o Tambaba Open de Surf Naturista. Na escada há "fiscais" que exigem que as visitas entrem nuas, e parece que proíbem homens solteiros, num afronto à Constituição brasileiro.

No final da meia-lua, há umas pedras grandes, e além delas uma terceira praia, maior ainda. O decreto municipal estabelece a zona naturista até o final desta praia, marcado por um rio.

A prática estabelece esta terceira praia como palco de sexo à céu aberto, e de troca de casais.

Para adolescente, há uma diferença entre revista de mulher pelada e revista de sexo explicito. O turismo trazido pelo naturismo pode ser de pessoas qualificadas, muitos vezes pessoas aposentadas com renda disponível, que preferem não aguentar mais os invernos europeus. Mas o turismo atraido por sexo à ar livre é o turismo sexual, e somente a logística o separa do envio de brasileiros para Europa para atender em domicílio a mesmo mercado.

Coexistência

Claro que crianças pequenas não se soltam dos pais para explorar a zona além das pedras. Enfatizo que a mesma geografia que isola a praia naturista das praias comuns, isola a área de safadeza da área de naturismo familiar. Mas o que vale para crianças da idade em que o mar e as ondas são perigos reais e imediatas, não vale para adolescentes. Que se soltam dos pais, sim.

Além destas pedras, a libertinagem. Fotos:Jornal Olho Nu
Quando os jovens já chegam num idade em que é mais provável que ele salvariam mamãe das ondas, do que vice-versa, e quando podem chegar sozinhos à praia, podem ir além das pedras, e além da conta.

A praia atrai uma turma de surfistas de todos as idades, e eles vão onde estão as ondas, não importando o que mais há: um ponto de surf popular em California tinha o nome de "Shit Pipe" devido ao cano de esgoto da cidade vizinha.

Estes adolescentes podem encontrar tentações? Bem, um cavalheiro distinto cujo nome não preciso citar, já contou para um grande revista de mulher pelada cujo título não preciso citar, que há lugares e idades em que até cabritas apresentam tentações irresistíveis.

Mas o problema em Tambaba não é a segunda praia onde pessoas andam seu roupas, mas a terceira praia onde a libertinagem corre sem restrições.

Antes da prisão

Antes da prisão de Nelci Rones, já em 22 de novembro, a Prefeitura de Conde tinha tomado de volta de Sonata a administração da praia de Tambaba. A praia tem uma certa renda provindo do estacionamento, renda que deu a Ong condições de fiscalizar e excluir solteiros - mas não, aparentemente, "casais liberais" para usar um dos eufemismos.

A exclusão de solteiros fere o turismo. Houve pessoas de Sonata - e incluo Nelci Rones entre eles - que achavam que Sonata deveria administrar a praia pela conveniência e preferência dos sócios de Sonata, e não pelo bem do município de Conde.

Seria bom saber o que motivou a rescisão pela Prefeitura. Será interessante como a prefeitura lida com a proibição de menores - dita temporária - imposta pelo Ministério Público. Sexo ao ar livre e criança não combinam, ainda que a geografia das praias de Tambaba permitia uma certa separação, na minha visita senti uma clima menos não co-existência harmonioso, mas de cessar-fogo.

Há duas saídas. Uma é o retorno das crianças e do naturismo familiar, com a expulsão dos libertinos. Outra é que o veto contra crianças vira permanente, em que caso o naturismo familiar vai abandonar o espaço para os libertinos, e depois do próximo escândalo, à especulação imobiliária, e a praia de Tambaba viraria mais um condomínio fechado.

E assim fecharia a história e o futuro de naturismo no nordeste brasileiro.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Sol na praia, luar na neve

Estamos na época de Natal, como lembra em carta aberta o filho de Nelci Rones Pereira de Sousa, preso perto da praia de Tambaba, quase exatamente três anos depois que eclodiu o caso Colina do Sol, com acusações igualmente pesadas - e evidências igualmente insubstancias, e igualmente chamado "Operação Predador".

O Correio em João Pessoa acaba de soltar o título que "Delegado diz já ter provas em caso de pedofilia", mas o corpo de notícia informa que "Segundo o delegado, as meninas ouvidas disseram que não foram abusadas pelo acusado..." Não tem provas, e indo assim, não terá.

Para repetir, notícias nestes casos se entende pelos buracos, porque jornalista brasileira não informa, somente acusa. Se algo fortalece a acusação, é notícia; se comprova inocência, é caso de retorcer ou esconder.

Mostraram as fotos - não são pornográficas. Ouviram as meninas - não foram abusadas. No Rio Grande do Sul, nesta etapa, o próximo passo da polícia foi de torturar menores para "confessar" abuso, chamar uma psiquiatra desqualificada para "interpretar" as declarações de outros menores ("palavra de menor tem peso especial nestes casos" vamos ouvir - que não vale quando a palavra é "não aconteceu"), e plantar evidências.

Tudo do que vimos até agora, é exatamente o que veremos, se o Sr. Nelci Rones for inocente. Daqui em diante, começam as mentiras, e as alegações que "sigilo de Justiça" veta maiores informações sobre o caso. Incoerente, pois teria proibido o que já saiu com tanto barulho.

Agora policias e promotores vão se distanciar de fatos comprováveis para vagar pelo campo de psicologia, e abandonar acusações específicas que precisam se encaixar em algum artigo da Código Penal, e partir para a difamação, anunciando qualquer coisa que pode servir para macular quem foi, esta vez, "pego por Cristo".

Polícia, imprensa ...

Da polícia tivemos a truculência de sempre. Da imprensa, a eterna postura de claque apto a aplaudir e acreditar em qualquer um que acusa, de publicar manchetes que são desmentidos pelo corpo da notícia, de posar de paladino quando está brigando com seus pares para tomar o frente no posse de linchamento.

Para acreditar neste história, nestas "evidências", nesta interpretação da palavra das meninas que afirmaram claramente não foram abusadas, somente quem é desonesto ou incompetente.

Mas a polícia que temos, conhece os jornalistas que temos.

... e naturistas

E os naturistas. As reações que temos até agora são do Sr. José Antônio Ribeiro Tannús, que enfiou a cabeça na areia com a rapidez conquistada com muita prática. Depois, SONATA convocou uma reunião de emergência para "posicionamento desta Sociedade com relação ao ocorrido". O estimado presidente do ONG da Praia do Pinho sugere que está na hora de aderir aos padrões, e enforçar o que ele chama da "Código de Ética" - que não é um Codigo de Ética, que é um dos raízes do problema.

A prefeitura de Conde pegou a praia de Tambaba de volta de Sonata - mas já fez isso dia 22 de novembro, uma leitura mais cuidadosa revela. As acusações na casa Colina do Sol foram contra quem investigava irregularidades financeiras. Há algo atrás desta diferença de data que ainda não foi explicado. E deve ser.

Trenó

Nelci Rones Júnior, na sua carta aberta, detalhou os fatos, e fez uma réplica as acusações. Foi claro e focado - algo que vamos ver cada dia menos da polícia e da imprensa, conforme aumenta sua pressa e sua fúria para sustentar as acusações que já fizerem. Que são insustentáveis, pois falsas.

Mas no final, Júnior lembra de Natal.

Moramos num país tropical, onde estranhamente em pleno verão se pode encontrar neve num shopping. Os Natais da minha juventude era no visual iguais aos visões do marketing norte-americano; a realidade era de um frio brutal. Mais longe da praia de Tambaba, impossível.

Mas pensei naqueles ícones de Natal de outro hemisfério, e entendi a estratégia dos naturistas quando lembrei do trenó.

Não, não o trenó de Papai Noel - a decisão da TJ-RS que dizimou a indenização do Ratinho para Colina do Sol será publicado esta sexta-feira, e a Colina não vai encontrar um presente na meia, mas somente uma pedra de carvão.

Lembrou daquele trenó russo. Um noite de luar na floresta, a turma no trenó voltando da festa, e entre as sombras das árvores, outros vultos que se movimentam, e uivam e ficam cada vez mais próximos. Dá para ver o branco dos olhos, as bocas abertas, as dentes afiadas. E um é escolhido, e jogado para os lobos, e enquanto param para comer, o trenó, agora mais leve, se afasta.

Mas é por pouco tempo. Eles retomam a caçada, e logo é hora para outro ser jogado.

Pois é preciso preservar o trenó. "Não podemos permitir que a filosofia adotada pela Sonata seja confundida pelo mau comportamento de um membro", como disse a presidente da Sonata, Gione Pereira.

No luar da Sibéria, entendemos o que vai passar na praia de Tambaba, sob o sol de Paraíba. Será a mesmo que deu antes em Taquara, e o que dará na próxima vez que os lobos atingem o trenó. Quem foi jogado e está sendo jantado não foi nós, então porque olhar para trás?

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Caso Tambaba: Nelci Rones Júnior responde

Recebemos de madrugada um comentário no blog da filha do sr. Nelci Rones, e hoje da manha sr. César Fleury consegiu falar pelo telefone com a família. Eu consegui falar brevemente com o filho, que informou que ele tem conseguido visitar o pai, que está sendo mantido em cela separada.

Na hora de almoço veio uma carta do Nelci Rones Júnior, repassada pela sua irmã. Grande parte das fotos apresentadas são deles mesmos e dos seus irmãos. As cartas de permissão são de 10 anos atrás, quando Rones cuidava da página de Internet da praia. Os fotos não saírem em outro site nenhuma (que não garante que não foram pegas a revelia do Nelci Rones, é claro.)

A carta segue embaixo sem cortes, somente com sub-títulos para facilitar a leitura.

 
Meu nome é Nelci Rones de Sousa Júnior, tenho 27 anos, sou casado, bancário, formado em Marketing e moro em João Pessoa há 10 anos.

Como devem perceber pelo nome sou filho de Nelci Rones Pereira de Sousa, que está sendo acusado pelo crime de Pedofilia.

Queria roubar um pouco do precioso tempo de vocês para relatar e esclarecer algumas coisas:

Minha família (meu pai, minha mãe, minhas duas irmãs e eu) veio morar em João Pessoa no ano de 2000, pois minha irmã mais velha, hoje com 29 anos, havia passado no vestibular da UFPB para sociologia. Morávamos em Porto Seguro – BA, e escolhemos João Pessoa pelo paraíso que é, pois não podíamos deixar um paraíso, que é Porto Seguro, por um lugar menos maravilhoso.

Tambaba trouxe a família a Paraiba

A nossa vinda também estava motivada pela existência da praia de Tambaba, que meu pai conheceu por volta de 1996 ou 1997 em umas férias, e ficou apaixonado pela beleza do local.

Desde que me entendo por gente convivo com o naturismo. Já freqüentamos todas as praias do país, de norte a sul. Meu pai tem o naturismo como filosofia de vida, e defende com unhas e dentes a moralidade e decência nas praias, motivo pelo qual foi alvo de inúmeras ameaças durante esse tempo pelos praticantes de swing e outras formas banais de sexo.

Há dez anos meu pai é militante na praia de Tambaba, na maioria das vezes o que recebe as pessoas e explica o que é o naturismo e não deixa ninguém entrar de roupa. Quando presidente moralizou a praia, deixando entrar somente famílias, muitas vezes com avós e netos, todos em clima de harmonia e tranqüilidade. Lá estávamos eu e a minha também, junto minha avó e amigos. Jogávamos vôlei, futebol, surfávamos, tínhamos amigos verdadeiros que freqüentavam todos os finais de semana.

Separação dos pais

Infelizmente, há 7 anos, meus pais se divorciaram. Fomos morar com minha mãe e meu pai foi morar em Jacumã, pois ficava mais perto da vida dele: Tambaba.

Os primeiros anos foram muito difíceis, eu tinha 20 anos, minha irmã mais velha 22 e a mais nova apenas 10. Mas com o passar do tempo fomos nos acostumando.

Desde que eu era pequeno meu pai guarda fotos do naturismo. Na maioria nossas, existem fotos minhas de quando eu tinha 7 ou 8 anos. Fazia parte de seu álbum, que hoje está exposto à sociedade e está sendo deturpado pela imprensa e pelas autoridades.

Casa era "extensão de Tambaba"

A nossa casa era a extensão de Tambaba, meu pai ficava nu e isso era comum para nós, que crescemos com a filosofia. Ao se separar da minha mãe, o nu virou obrigatório em sua casa. Quando íamos visitá-lo tínhamos que nos despir também. Muitos achavam isso anormal, mas nós já éramos acostumados e respeitávamos sua filosofia.

Minha irmãzinha, hoje com 17 anos, era a que mais visitava meu pai, passava diversos finais de semana com ele. Para não ficar sozinha, levava alguma amiguinha com ela. Os pais delas sabiam para onde estavam indo e muitos também freqüentavam a praia e estão em muitas fotos.

Toda criança gosta de tirar foto, e meu pai nunca as obrigou, como não nos obrigava quando pequenos. Acontece que na casa dele a lei era a do naturismo. Essas fotos iam para as famílias e ficavam também em seu acervo.

Tirou as fotos para tambaba.com.br, quando era presidente

Quando meu pai era presidente da Sonata, colocou no ar o site tambaba.com.br, no qual ele o alimentava. Era um site naturista com notícias e fotos sobre a filosofia. Todas as fotos eram expressamente autorizadas, inclusive fotos da nossa família. Ao sair da presidência, meu pai deixou de alimentar o site. Este é o ÚNICO site que ele postou fotos, há dez anos atrás.

Na maturidade, vida simples de estudante

Diferente do que estão escrevendo por aí, meu pai vive numa condição muito simples. Não está trabalhando, pois se dedica em tempo integral ao curso de engenharia na UFPB, sonho antigo que está tentando realizar depois da maturidade.

A universidade foi muito importante para o meu pai, que vivia muito sozinho. Nós, os filhos, tínhamos encontros esporádicos, pois tínhamos também nossos afazeres e nossa vida social. A que mais o via era a mais nova, que adorava a praia e estar com meu pai.

Execração pública

Hoje, estamos sendo massacrados com as inverdades divulgadas na mídia. A execração pública a meu pai está nos matando por dentro e por fora. Sabemos da filosofia do meu pai, que não é aceita pela sociedade hipócrita que nós vivemos. Sociedade esta que não aguarda a apuração dos fatos para condenar. Meu pai já é considerado culpado. Mesmo que prove sua inocência ele nunca mais será o mesmo. Nós nunca mais seremos os mesmos. Os traumas ficam. E quem vai pagar por isso?

A imprensa ou os órgãos competentes não vão à mídia fazer um pedido de desculpas público. O caso vai acabar no esquecimento, mas os traumas ficarão para o resto da vida.

"Sou uma das 'vítimas'"

Dizem 500 fotos e mais de 100 vítimas. Cadê as “vítimas”? Porque ninguém aparece? Bom, eu sou uma delas, já que foram divulgadas fotos minhas também. Minha irmã mais nova é a que mais aparece, será que ela é vítima também?

O Ministério Público está fazendo a parte dele, investigando. Mas será que era necessário esta prisão, da forma que foi e todo esse alarde sem provas concretas?

Cadê os sites que, dizem, “comercializar as fotos de Rones”. Aliás, cadê o dinheiro que meu pai supostamente ganha com esse tráfico?

Cadê as mães na televisão chorando dizendo que suas filhas foram molestadas, como em todo caso desse tipo?

Cadê as tais fotos, que em cinco meses não acharam?

Cadê as tais fotos pornográficas, se até agora só divulgaram fotos de pessoas nuas? O que não é crime, pois a imprensa divulga muitas vezes fotos e imagens de crianças nuas em reportagens sobre pobreza e há uma diferença ENORME entre nudez e pornografia.

Bom, meus amigos, se em cinco meses de investigação não acharam, será que vão achar com meu pai preso?

Não dá pra voltar no tempo, nem pra apagar o que já foi dito em todo o Brasil. Fico muito triste em ver o sensacionalismo que se tornou a imprensa brasileira, que não investiga os fatos, apenas os divulga como lhes é dito, com uma boa dose de exagero, pois o exagero vende e dá audiência.

"Meu pai, o que me ensinou ... sobre honestidade e caráter"

Queria deixar os meus esclarecimentos sobre quem é o meu pai, o que me ensinou quase tudo o que sei sobre honestidade e caráter.

Peço também que leiam o blog http://peladista.blogspot.com/?zx=8625f57166273942 e reflitam. Foi escrito por uma pessoa de outro estado que nem conhecemos, mas foi a única sensatez que lemos nos últimos dias.

Dia 25 todos terão um feliz Natal com suas famílias, pena que a minha não.

Creio que nada do que escrevi será divulgado, pois não dá mídia. Mas fica meu desabafo.

Leiam a bíblia e acreditem mais em Deus.

“Se tombares mil a teu lado e dez mil à tua direita, não serás atingido. Basta abrires os olhos e verás o castigo dos ímpios.” Salmo 91:7,8.


Nelci Rones de Sousa Júnior
 

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Tambaba , entre o diabo e o profundo mar azul

Nelci-Rones, em Tambaba
A prisão de Nelci-Rones Pereira de Sousa, diretor, ex-presidente, e dono de carteira número um da Sontata, que administra - ou agora, administrava - a praia de Tambaba, a mais famosa praia naturista do nordeste do Brasil, mostra de novo quanto naturistas são vulneráveis a este tipo de acusação, e quanto o naturismo organizada carece de preparo - e ainda mais, de vontade - de defender-los nestas horas.

Enquanto Rones está vendo o sol nascer quadrado, no Estado "onde o sol nasce primeiro", vamos tratar logo do "elefante na sala" - Rones é culpado de fazer e comercializar fotos pornográficas e abusar de crianças, ou não?

A imprensa mostra prisão, acusação, afirmações mirabolantes sobre evidências e vítimas. Porém, é preciso lembrar que a imprensa não procura investigar os fatos, mas somente comprovar a acusação. A acusação que sai publicada não é aquela cujos alicerces vão mais fundos, mas aquela que voa mais alto.

Os fatos, nestes reportagens, se sabe pelos buracos - quando o que sai no jornal é uma coisa diferente do que seria, caso houvesse uma acusação real e comprovada. Vamos examinar os que as reportagens afirmam, de maneira quantitativa e qualitativa.

Os 500 Fotos

Quase todos as matérias falam em 500 fotos. Primeiro, o número cru. 500 fotos é 15 rolos de filme; se Rones tirasse 10 fotos por fim de semana, é um ano de fotos. A quantidada não é nenhum exagero. É até baixo: a afirmação é de "100 vítimas", e cinco fotos por sujeito não parece coerente com a tese de comercialização.

O que são as fotos? Terra informa que:

De acordo com informações oficiais, as imagens apreendidas possuiriam "nítida conotação pornográfica", sendo que "os próprios pais permitiam que as crianças e adolescentes fossem fotografadas e o produto publicado". A suspeita é de que seja realizada a comercialização das fotos e de vídeos para sites internacionais.

O Globo fala que "mais de 100 crianças e adolescentes foram fotografados nus pelo acusado".

Como já mostramos aqui, foto de criança nua não é crime. A Folha acabou de publicar mais uns três este domingo, ilustrando reportagem sobre pessoas que na presidência Lula subiram de pobreza para classe "C".

A frase chave aqui é "nítida conotação pornográfica". A diferença entre "pornográfica" e "nítida conotação pornográfica", é a diferença entre uma oceano de água, e uma noção de água. Um promotor nunca, depois uma operação cinematográfica, fala "Não encontramos evidência". Ele fala de "indícios" e "conotações" e "pistas importantes que podem levar ...". E de "conotação".

A tradução de "A suspeita é" nestes casos é "Não foi comprovado".

O Diário de Pernambuco oferece outra descrição, fala que Rones foi "...acusado de utilizar a filosofia naturista para cooptar, recrutar e fotografar crianças nuas, muitas vezes em posições sensuais."

Vamos traduzir. "Muitas vezes em posições sensuais" quer dizer, "Muitas vezes não, e não passava disso."

E há a afirmação de que os pais de 100 crianças permitiram as fotos. Se alguém em Paraíba queira fabricar pornô, não duvido que encontraria um ou outro pai que venderia suas filhas - a prostituição infantil é um problema lamentavelmente endêmico no país. Mas pais de 100 crianças? Numa praia com um número limitado de freqüentadores fieis? Você acredite?

Agora, o assunto de abuso. Lendo as matérias no internet, há uma falta notável de afirmações das próprias crianças de que foram abusadas. Ouvimos - de novo de O Globo - de que "Testemunhas disseram ainda que os menores também eram vítimas de abusos sexuais praticados por Sousa." Que testemunhas são estes, e como eles saberiam?

- São inúmeras as fotografias de crianças que, em tese, primeiramente eram levada para Tambaba, para se customizar a situação naturista. Depois, seguiam para a residência do investigado, onde eram fotografadas e abusadas sexualmente - salienta o promotor. (Promotor de GAECO Octávio Celso Gondim Paulo Neto)

"Em tese" é outra vez, palavra-código para "não foi comprovado".

O Globo termina a matéria com uma das afirmações de sempre, para impor uma pátina de seriedade: "Sousa era investigado havia cinco meses."

Imagine. A policia ouve que alguém está comendo criancinhas, e deixe ele continuar durante cinco meses, e neste tempo todo, não consegue o prender em flagrante. Dá para acreditar? No caso Colina do Sol, a polícia também afirmou que estavam investigando faz seis ou oito meses, e uma leitura do inquérito mostra que isso, também, foi mentira. No caso de Rones, as reportagens dizem que ainda vão investigar se os fotos de Rones sairem em sites. Se não determinaram isso ainda, que diabos estavam fazendo durante cinco meses?

Permissão dos pais

Aspecto interessante é que um dos supostos pecado de Rones era "convencer os pais a deixar seus filhos serem fotografados". Bem, Marcelo Pacheco do site Brasil Naturista, está sendo processado por fotografar crianças sem permissão dos pais. Há outro processo assim pendente contra ele em Pernambuco, no comarca de Carpina, no caminho de Recife para Tambaba. E outro processo do mesmo teor na mesma comarca, contra Celso Rossi.

Se com permissão dá processo, e sem permissão dá processo, parece que não há uma escolha correta.

O antipático sr. Rones

Não sei se eu cheguei a conhecer sr. Rones, quando passei em Tambaba no congresso INF-FNI em 2008, na ilusão de que entre os naturistas encontraria apoio para Dr. André Herdy.

Sr. Rones, até onde eu sei, não fez nenhuma gesto ou palavra de apoio ao Dr. André. Além disso, ouço que ele militava contra homens solteiros e homossexuais na praia. A discriminação contra homossexuais é mais uma manifestação da intolerância ora contra judeus, bruxas, negros, anarquista, comunistas - e agora contra quem é acusado de pedofilia. Alguém que conhece bem o lugar e o homem, disse que ele constantemente fiscalizava o comportamento dos outros na praia, brigando com quem não se encaixava na sua visão rígida de naturismo.

Não conheço Rones, pouco conheço Tambaba. Culpado ou inocente, o homem tem o direto de ser considerado inocente até julgado. A prisão na televisão, com coletivas da Promotoria, já imponha uma condenação na opinião público que nenhum veredito nunca vai apagar. O que foi mostrada das evidências até agora é de fragilidade extrema. Se, eventualmente, encontram provas mais robustas, pode ser que isso condena Rones - mas ainda assim, não inocenta a polícia e o GAECO de ter agido numa maneira criminal agora na prisão espetacular dele.

E a FBrN

A Federação, como qualquer Federação, tem como uma das suas funções principais servir como o voz para o mundo daqueles que reune e representa. A importância da função aumenta num momento de crise.

Mas a FBrN falou não para o mundo, mas para o umbigo, emitindo uma comunicada interna para gerentes de áreas naturistas, afirmando que a prisão do ex-presidente de SONATA não contamina a FBrN.

A afirmação remete aos agentes que fazem revistas, agora bastante íntimas, nos aeroportos dos EUA. Estão sempre de luvas de borracha - que não trocam entre um passageiro e outro. As luvas não estão para proteger o passageiro, mas o agente da sistema: o importante é que nada acontece com ele, se chegar a transmitir chatos entre viajantes, o problema é deles.

A FBrN está blindada contra esta acusação, ela disse. Não se importa com o que acontece com Nelci, como não se importava com o que aconteceu com Dr. André Herdy, e como não se importaria com o que acontece com você, leitor. A Federação não existe para os naturistas, existe para si mesma.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O ex-presidente e atual diretor da Sociedade Naturista de Tambaba (Sonata), Nelci Rones de Sousa, foi preso.

Fonte:
http://www.paraiba.com.br/126146/cidades/esquema-de-pedofilia-e-pornografia-e-descoberto-no-litoral-da-paraiba.htm

Esquema de pedofilia e pornografia é descoberto no Litoral da Paraíba

Publicado por Lindjane Pereira em 14/12/2010 | 09h00 Atualizada em ( 14/12/2010 | 13h28 )
Desde a madrugada desta terça-feira que a Polícia Federal, em parceria com órgão como O Ministério Público, desencadeou a Operação Predador, de combate a pedofilia, pornografia e abuso sexual contra crianças e adolescentes no Litoral Sul do Estado. O ex-presidente e atual diretor da Sociedade Naturista de Tambaba (Sonata), Nelci Rones de Sousa, foi preso.
De acordo com o que foi divulgado até o momento, foram apreendidas mais de 500 fotografias de cunho pornográfico, dentre elas muitas em que apareciam crianças e adolescentes. A polícia investiga se as fotos foram tiradas para serem comercializadas via Web, por exemplo. Também se informou que muitos depoimentos apontam Nelci Ramos como o responsável pelo crime e que o ‘naturista’ costuma levar crianças para o assentamento Nova Vida, nas proximidades da Praia de Tambaba, onde mora.   
A operação ainda conta com o apoio da Coordenadoria da Infância e Adolescente do Poder Judiciário, do Grupo de Operações Especiais  da Polícia Civil - GOE, o Instituto de Polícia Ciêntifica e a Polícia Rodoviária Federal.
 

domingo, 5 de dezembro de 2010

Buster Brown Goes Swimming (1905) Buster Brown Vai Nadar

"The loss of my clothes does not worry me - to lose one's self respect is the only serious loss."
A perda das minhas roupas não me preocupa - perder o respeito por si mesmo é a única perda que importa.

That's the lesson taught 105 years ago by Buster Brown and his dog Tige, very popular children's characters in their day. Sunday is the traditional day for color comics, and the theme of the episode fits the blog, so let's let Buster and Tige entertain us. As the scan is somewhat blurry, I'm providing text in both Portuguese and English.
É a lição ensinado 105 anos atrás por Buster Brown e seu cachorro Tige, personagens de grande popularidade na sua época. Domingo é o dia tradicional para quadrinhos coloridas, e a tema deste episódio se encaixa no blog, então vamos deixar Buster e Tige nos divertir. Dada a dificuldade da leitura do scan (que, de qualquer forma, está no inglês), traduzo.
"I'm going to fool Aunt Emiline"
"How?"
"Eu vou enganar Tia Ermênia"
"Como?"
"I'm afraid something awful will happen now"
"Oh, this will be fun"
"Estou com medo que algo terrivel vai acontecer agora"
"Oba, isso vai ser divertido"
"I'll put my clothes on the bank and then hide. They'll think I'm drowned""Eu vou colocar minhas roupas na margem e depois me esconder. Vão pensar que eu afoguei"
"Now we'll hide til she comes""Agora vamos nos esconder até que ela chega
"OUCH TIGE
There's bumble bees. Quick, get my clothes and we'll go away"
"DOEU, TIGE
Há abelhas. Rápido, pegue minhas roupas e vamos embora"
"The clothes are GONE, Buster"
"Ouch, a bee sting"
""As roupas SUMIRAM, Buster"
"Epa! Uma picada de abelha"
"Buster, run and jump into the creek""Buster, corre e pule no côrrego"



"Well, I got stung and I got stung good and plenty all right."
Resolved!
That the loss of my clothes does not worry me - to lose one's self respect is the only serious loss. Clothes are nothing. Character counts, tis everything - your happiness, your success, and your eternity. I didn't fool my Aunt Emeline. I fooled myself. That's what always happens. Don't try to fool people - try not to fool 'em - that't the way to win. It is neither honest nor kind, and where is the pinhead who doesn't know that honesty is the best policy. People would know more than they do if the carpet were as worn in front of the bookcase as it is in front of the looking glass. - Buster Brown.
"Bem, eu fui picado, eu fui picado bastante mesmo."
Resolvido!
Que a perda das minhas roupas não me preocupa - perder o respeito por se mesmo é a única perda que importa. Roupas não são nada. Caracter importa, é tudo - sua felicidade, seu sucesso, e sua eternidade. Eu não enganei minha Tia Ermênia. E enganei eu mesmo. É o que sempre acontece. Não tente enganar as pessoas - tente não as enganar - é isso a maneira de vencer. Não é nem honesto nem gentil, e onde que esta o imbecil que não sabe que honestidade é a política melhor? Pessoas saberiam mais se o tapete estivesse tão gasto em frente ao estante, que está em frente ao espelho - Buster Brown