domingo, 27 de abril de 2014

Invasão de Tambaba

Temos o prazer de dar boas-vindas ao naturista Nelci-Rones Pereira de Sousa como autor e não como o assunto da matéria.

A diferença entre ser autor e o assunto é importante, como ilustra este texto inicial. Participar do naturismo é uma coisa, ser objeto de curiosidade de turistas é outra. O convívio social é fundamental ao naturismo, e colocar naturistas como animais no zoológico ou como freaks de carnaval do interior, não combina com os princípios do naturismo, nem com a boa educação. Nem seja um bom pressagio para o futuro de naturismo no Brasil.

Grupo AndaBrasil na praia de Tambaba
Pra justificar a invasão de mais de cem pessoas vestidas dentro da área naturista de Tambaba, em uma travessia que fazia parte de uma “caminhada ecológica”, a líder do grupo, esposa de um dos comerciantes da localidade, deu uma entrevista à uma TV local, onde cunhou a frase: “ O naturismo vai além da nudez”.

Esta frase vem sendo usada com muita frequência em Tambaba, e até pelo Brasil afora,  para justificar um monte de práticas não naturistas por diversos tipos de pessoas que se autodenominam naturistas, mas na realidade exercem atividades muito diferentes daquelas vinculadas ao naturismo.

Ora, que eu saiba, a expressão “além”, tem sentido de “depois”. Isto leva à uma conclusão simples: sem a nudez não existe naturismo, como, aliás, está implícito no próprio enunciado que define a filosofia. Por outro lado “além da nudez” é uma expressão que quer dizer que o naturismo não é só a nudez. Implica outros conceitos, como auto respeito, respeito ao próximo e respeito à natureza. Apesar de não ser “só” a nudez, quando praticada em grupo,  continua sendo o fundamento principal.

A julgar pela estupefação das pessoas que visitavam a praia no momento dessa travessia, a atitude pecou em todos os quesitos que definem o naturismo. Inicialmente, ao não estarem despidas para essa caminhada, demonstraram que não possuem auto respeito pois necessitaram de subterfúgios, suas próprias roupas, para se sentirem confortáveis. Depois, ao se apresentarem vestidos na presença de várias pessoas nuas, provocando o absoluto desconforto e constrangimento destas, desrespeitaram todas elas, trazendo o total descumprimento do quesito “respeito às pessoas”. Por último, não me consta que “caminhadas ecológicas” sejam eventos de “respeito à natureza”. Qualquer pessoa sabe que essas caminhadas têm como objetivo apenas apreciar a natureza, trazendo benefícios a si próprio e não à natureza, podendo, às mais das vezes, ao contrário, trazer prejuízos de diversos graus e gravidades.

Assim sendo, onde existe a presença de naturismo nessa atitude? É muito claro que esta é uma atividade que está muita “aquém” do naturismo. Portanto, está provado que a expressão usada é altamente deturpada e praticada no seu total antagonismo.

Mas, o que mais me preocupa, e traz a minha total indignação, é o apoio que esses eventos recebem das diversas entidades e associações que representam o interesse dos naturistas no País, vislumbrando assim um quadro de total alteração nos objetivos dessas entidades. Pior é que essas associações vêm se fortalecendo com a participação em seus quadros de pessoas que não têm a menor característica da filosofia, demonstrando uma alta deformação dos propósitos iniciais firmados por quem os introduziu.

Sinceramente, estou com elevadíssimas cismas sobre o FUTURO DO NATURISMO BRASILEIRO.

Nelci-Rones Pereira de Sousa
Naturista.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Bare Burro Run at Olive Dell Ranch

Este resumo não está disponível. Clique aqui para ver a postagem.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Festival cervejeiro reúne nudistas

A noticia abaixo saiu no http://www.jornaldeluzilandia.com.br/txt.php?id=30214. Bem que algum grupo Naturista poderia fazer algo semelhante :)

Quem for ao evento em busca de safadeza pode se decepcionar
21/04/14, 20:09
U
m festival de cerveja com um monte de gente animada, bebendo, conversando e... totalmente pelada.

É o que pretende o resort nudista Sunny Rest, na Filadélfia, que vai promover no dia 28 de junho o Bare Beach Beer Bash, de 13h às 17h.

O evento promete "algumas das melhores cervejarias locais e importadas" no espaço, localizado na pequena cidade de Palmerton.

Os ingressos antecipados custam US$ 16; no dia, serão vendidos por US$ 18. Levando cópia do flyer, o participante tem direito a desfrutar, pelo resto do dia, as demais atrações do clube nudista, que incluem uma boate.

Quem for ao evento em busca de safadeza pode se decepcionar. Apesar da ideia do festival de cerveja ser pouco ortodoxa, em sua página, o Sunny Rest deixa claro que segue as regras do movimento naturista.

"Somos um resort nudista, não um clube de sexo. Comportamento (verbal ou físico) ou atividade que interrompa a harmonia e tranquilidade do clube, tal como o comportamento ostensivamente sexual é inaceitável. Violações de privacidade, intoxicação, conduta pública imoral e outras pertubações não serão toleradas", afirmam os proprietários, na seção de regras do resort, acrescentando ainda que encorajam as denúncias de "avanços sexuais" e outras "situações desconfortáveis".
Fonte: JL/Globo

segunda-feira, 21 de abril de 2014

QUAL É O PROBLEMA COM A NUDEZ? - Documentário (2009)

Esse documentário pode ser visto em https://www.youtube.com/watch?v=M7DK5-I6Mo4





Publicado em 04/01/2014
Créditos: https://www.facebook.com/blackmessiahtdc
Uma experiência um pouco estranha, porém reveladora, um grupo de 10 pessoas ficam nuas dentro de uma sala com espelhos. Atrás deles, outras pessoas vendo. O que acontece conosco quando estamos nus?

domingo, 20 de abril de 2014

Ministério alemão da Justiça quer punir divulgação de nudez infantil


Isso pode afetar o Naturismo. O texto afirma que "objetivo é proteger a privacidade de menores e adultos, impondo multa e até prisão de quem produz e difunde imagens "comprometedoras".". De certa forma, o artigo 2.2, do Código de Ética do Naturismo deveria ter o mesmo objetivo ao afirmar "2.2 – Fotografar, gravar ou filmar outros naturistas, sem a permissão dos mesmos;". Na pratica muita gente ignora esse artigo; ou por causa do Código de Ética considera-lo com "Comportamento Inadequado", ou seja, "nada de grave" e que pode ser desrespeitado a bel prazer e não la é muito importante. Pessoalmente, não concordo.

Outro ponto que pode afetar ao estilo de vida naturista é que tirar "fotos dos filhos nus" pode ser entendido como "pedofilia" pela autoridade.

Opiniões? deixe nos comentários abaixo.

Publicado em http://www.opovo.com.br/app/maisnoticias/mundo/dw/2014/04/12/noticiasdw,3235477/ministerio-alemao-da-justica-quer-punir-divulgacao-de-nudez-infantil.shtml


Projeto de lei visa rever definição de pornografia, atualizando-a à era da internet. Objetivo é proteger a privacidade de menores e adultos, impondo multa e até prisão de quem produz e difunde imagens "comprometedoras".
O governo alemão quer tornar crime a produção e a difusão não autorizada de fotos de pessoas nuas. Nesta sexta-feira (11/04), o Ministério da Justiça em Berlim enviou um projeto de lei a outros ministérios a fim de que o estabelecimento de punições seja avaliado pelas demais pastas do governo. O objetivo é coibir especialmente a atuação de pedófilos no país.
De acordo com a atual legislação alemã, não é passível de punição quem divulga fotos de crianças e adolescentes despidos, tomando banho, brincando ou na sauna.
Segundo a iniciativa do ministro alemão da Justiça, Heiko Maas, passaria a ser crime não só o comércio de pornografia, mas todo tipo de divulgação de imagens "comprometedoras". O termo "comprometedor" inclui também imagens de pessoas alcoolizadas em público ou vítimas de violência, que tenham sido fotografadas ou filmadas secretamente ou contra a própria vontade.
Também fica passível de punição chamado grooming, em que adultos procuram contatos com crianças e adolescentes através de e-mails ou de chats, com fins de aliciamento e sedução. O projeto de lei prevê multa ou mesmo pena de prisão que vai de um ano, para quem produzir tais fotos, até três anos, para quem as difundir.
Ofensiva contra pedofilia
O projeto prevê ainda a prorrogação do prazo de prescrição para crimes de abuso sexual. O período de 20 anos para apresentação de queixa passaria a ser contado a partir de quando a vítima completar 30 anos de idade e não 21 anos, como na legislação em vigor. A medida se baseia na constatação de que quem sofre abuso na infância frequentemente precisa de muitos anos até conseguir encarar o acontecido e denunciar o agressor.
O ministro Maas reivindica também a implementação, na legislação nacional, da diretriz da União Europeia para combate ao abuso e exploração sexual de menores uma medida programada para 2013 e que a Alemanha adota com atraso.
A diretiva propõe, entre outros pontos, que o conceito de "escrito pornográfico" seja atualizado, incluindo publicações na internet. O conceito passaria também a incluir fotos de crianças em poses de caráter exageradamente sexual (posing), que até o momento estão relegadas a uma zona indefinida de legislação, por não serem classificadas como inequivocamente pornográficas.
O projeto de lei do ministro da Justiça foi motivado pelo escândalo envolvendo o ex-deputado social-democrata Sebastian Edathy. Em 8 de fevereiro último ele renunciou a seu cargo parlamentar depois da revelação de que ele era cliente de uma rede de pornografia infantil canadense, da qual adquirira fotos de meninos nus, entre nove e 14 anos de idade. As fotos, porém, não mostravam atividade sexual. Sob impacto do caso, Maas anunciou que apresentaria um projeto antipornografia até a Páscoa.
Ainda na sexta-feira, o Bundesrat (câmara alta do parlamento alemão) divulgara uma resolução exortando à ação imediata contra a divulgação de fotos de nudez infantil, as quais poderiam constituir um incentivo para os pedófilos. Segundo o órgão, sobretudo o comércio de tais imagens constitui uma grave violação dos direitos de personalidade das crianças expostas.

domingo, 13 de abril de 2014

Quando a ideologia vale mais que os fatos...


No caso Colina do Sol temos algumas curiosidades. A mais marcante foi apelação feita pelo MP onde a doutrina, a ”ideologia”, “o que se acha do caso” são mais importantes de que fatos pontuais e concretos. O antigo presidente da Federação de Naturismo foi “condenado” pela ideologia e não por fatos. Para muitos, o que importa, é a ideologia e não fatos. Logica, racionalidade, pensamento logico é coisa de burguês (nunca escutou essa?).

Pior, a ideologia que foi usada é do tipo “crime perfeito”: se as vitimas confirmarem então o réu é culpado. Se as vitimas negarem, então o réu deve ter subornados os envolvidos, e é culpado disso também. É uma acusação maravilhosa, pois pela ideologia, não precisa de provas para negar as teorias. Fatos são irrelevantes. Bastam indícios e denúncias. Uma ideologia, onde a "criança pode mentir sobre tudo, mas não mente sobre abuso sexual." É uma teoria oferecida sem evidências, pois evidências não há. A criança pode ser campeã de mentiras e contradições, mas nesse ponto, “ela não mente” por ideologia. Se as outras mentiras não servissem para tirar a credibilidade da vítima (pois abuso sexual é um caso especial), não há maneira nenhuma do acusado se defender. Contudo a palavra da vítima tem relevância especial, contanto que seja consistente e coerente com as outras provas no processo (ou pelo menos não refute as mesmas).

Ah, sim, se no meio do caminho você afirmar que as vitimas, por serem pobres, estão mentindo, não se preocupe. Essa falácia será aceita placidamente e ninguém ficara revoltado. Afinal pobres são mentirosos, não é? Ou será que não? Eu acho que não, pois uma das poucas coisas em que sobra é a honra e honestidade da pessoa. Mas fazer o quê, a ideologia reinante necessita disso.

De certa forma isso me lembra do conceito de polilogismo. Mas o que significa esse “palavrão”? Descobri pesquisando na net que significa “a crença de que há uma multiplicidade de irreconciliáveis formas de lógica dentro da população humana, e estas formas estão subdivididas em algumas características grupais”. Ou seja, acredita-se que há uma diversidade de estruturas lógicas da mente que dependem das características de uma nação, grupo ou do corpo. (ver em http://mauricioserafim.com.br/polilogismo/) Nesse link existe um vídeo com uma aula muito interessante, em espanhol, de Jesús Huerta de Soto, prof. de economia da Universidade Rey Juan Carlos, em Madrid.
Outro local que apresenta um texto interessante sobre o tema sob o titulo: “A Falácia do Polilogismo” está em http://rodrigoconstantino.blogspot.com.br/2008/07/falcia-do-polilogismo.html.

Mas qual a razão dessa lembrança? Além do absurdo dessa falácia (do polilogismo) ela tem um forte cunho ideológico. Foram usadas por marxistas e nazistas. Se não concorda com a ideia é por que você “não presta”, “é pedófilo”, “um ser racional que mostras todo seu totalitarismo, um burguês, por não aceitar essa ideologia”. Fato? Isso é coisa de “burguês”. Não precisamos de fatos, logica ou deduções. O simples fato de ser contra a tese já mostra a sua origem. Se for vitima e pobre “tem que negar o fato ocorrido, afinal é pobre e pobre deve mentir por causa disso” e estamos todos em paz com essas falácias. 

O ataque “ad hominen” (em outras palavras, xingamento) "quem defende, é pedófilo" é antigo. Em vários casos nos EUA, como na caça às bruxas de Wenatchee, a polícia simplesmente indiciava qualquer um que defendia os acusados. Tinha gente de fibra, mas sem dúvida tinha outros entenderam o recado e desistiram. A comunidade a onde ocorreu o caso sempre usou o portão, o "estatuto" e os "conselhos" contra quem defendia os acusados. Afinal, umas das boas variações polilogismo é usar um pouco mais de ataque “ad hominen”.

No caso de "rede de pedofilia", o ataque ad hominen tem um vantagem oficial. Alguém fala 'não há rede de pedofilia', os acusadores logo dirão: “pegamos mais um! A rede é maior do que pensávamos!" É um jogo “ganha-ganha”, win-win.

Outra coisa bacana desse tipo de acusação: "as vítimas negam; logo foram então ameaçadas ou subornadas; é mais uma prova do tamanho e poder da conspiração" é uma variação deste ataque.  Sem falar, que nesse tipo de “logica”, a “pobre sempre mente e sempre se vende”. Isso serve, por exemplo, como justificativa para colocar por quase um ano um "grampo" num telefone sem achar nada.

“Mas alguém “dirá” foram naturistas que denunciaram naturistas”. Com isso querendo mostras superioridade moral dos naturistas em relação aos outros. Mas alguém já se perguntou qual a razão disso?

Qual a razão que no inicio, foi divulgado, que o Sr. Louderback era “figura desconhecida” da comunidade? Afinal era membro ativo e tinha sido presidente da comunidade. Ah, isso não importa, o que importa é a superioridade moral dos “naturistas” de lá. Não concorda? Lembre-se da ideologia reinante e o polilogismo. Isso já fala muito sobre você, se não concordar com essa tese.

Qual a razão, de apesar de sempre cumprir as regras mutantes impostas pela comunidade, acusaram as vitimas de não seguirem as regras? Para confirmarem a sua superioridade moral em defesa dos “pobres que devem mentir, é claro, por serem pobres”. Ou “usavam “ o portão, o estatuto e a comunidade para acusar de” mais um membro da rede de pedofilia”?

Uai, não vai aparecer nenhum ONG ou grupo para defender os menores desse tipo de afirmação absurda (“que pobre mente”)? Claro que não, isso vai contra; e racionalidade é coisa absurda, é coisa de burguês. Qual a razão de sempre afirmarem que eram meninos os envolvidos? Está mais parecendo uma falsa acusação que precisa de uma “mãozinha” de grupos e ONGs em prol dos direitos do LGBS.

Teve casos de pais, que foram acusados criminalmente, por não concordarem com a tese que seus filhos “mentiam”. Além de tudo, teriam que confirmar, que seus filhos, agiam como garotos de programas (por serem pobres e pobres se vendem fácil, por qualquer coisa segundo essa ideologia). Claro que tinha que ser acusado, não acusar é ir contra a ideologia! Não vai aparecer nenhuma organização de “diretos humanos” para ajudar os pais? Obvio que não! E a lista segue...

E ai tem uma pequena “bobagem”, uma coisa trivial, mas comum: “os ciúmes”. Em poucos anos o ex-presidente da FBRN acusado pela comunidade naturista de lá, fez muito mais que os presidentes anteriores. Claro, isso gera uma “dor de cotovelo” básica. E como ficam os “piposos”, maravilhosos, seres moralmente superiores desse local? Aqueles que afirmam que são pessoas ilibadas, que suspeitas contar a sua hora é crime “Lessa majestade”?

Até escutei de um desses ilustres seres iluminados, que quando aparece alguém doente no barco, o capitão deve jogar o mesmo pela mureta afora. Pena que não gravei brilhante declaração.

Os naturistas afirmam que são seres superiores moralmente, contudo abandonaram alguns dos seus membros, quando em caso de necessidade, a sua própria sorte. Nem perguntaram se precisava de uma ajuda, uma indicação de um bom advogado. Você acha, que em casos mais simples irão ajudar a você?

“Por fim gostaria de deixar os comentários de Mises sobre o “Polilogismo”: “..não é uma filosofia ou uma teoria epistemológica. Ele é uma atitude de fanáticos limitados, que não conseguem imaginar que alguém pode ser mais razoável ou inteligente que eles mesmos. O polilogismo também não é científico. Ele é a substituição da razão e da ciência por superstições. Ele é a mentalidade característica de uma era do caos”.
Parafrasearia o conceito da superioridade moral de um grupo de “naturistas” como sendo outro caso de polilogismo... Negar a figura de “Luz del Fuego” para o naturismo nacional, no mínimo, é ridículo.


Qualquer semelhança com a realidade você esta sofrendo de um caso agudo de polilogismo...

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Morre ambientalista e naturista Augusto Carneiro

Morreu dia 7 o ambientalista e naturista gaúcho Augusto Carneiro. Entre as lutas de Augusto, O naturismo é mencionado em poucos obituários, não saindo por exemplo na Folha de S. Paulo hoje. Uma construção na Colina do Sol foi batizado com seu nome, anos atrás.

Não o conheci, e seu falecimento não foi reconhecido pela FBrN, Colina do Sol, etc., então reproduzo obituário de ONG ambientalista.


http://www.oeco.org.br/noticias/28188-morre-aos-91-anos-o-ambientalista-augusto-carneiro

Morre aos 91 anos o ambientalista Augusto Carneiro

Carneiro1Augusto Carneiro comemora seus 90 anos com seus amigos da Agapan. Foto: Arquivo Agapan.
Na madrugada desta segunda-feira (07) a comunidade ambiental perdeu Augusto Cesar Cunha Carneiro, um dos fundadores da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), considerada uma das primeiras associações ecológicas do Brasil. Carneiro Porto Alegre e, 31 de dezembro de 1922 e estava com 91 anos. Em fevereiro, foi internado no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre. Segundo a imprensa local, a causa da morte foi falência múltipla dos órgãos.
Em 2005, aos 82 anos, Carneiro recebeu a reportagem de ((o))eco em seu apartamento para falar sobre a história que ajudou a construir. Na ocasião, reclamou do jeito como a imprensa trata o ambientalismo. "Os jornais abandonaram a nossa causa depois da redemocratização", queixa-se. "Nosso último grande momento foi na Eco 92, de lá para cá entramos em declínio".

Senhor da memória

Era a memória viva do começo do ambientalismo no Brasil e dela se valeu para escrever o livro História do Ambientalismo, publicado pela editora Sagra-Luzzatto em 2003.
Ano passado, teve sua biografia publicada pela jornalista e escritora Lilian Dreyer. A obra “Augusto Carneiro – depois de tudo – um ecologista” demorou 2 anos para ficar pronta.
Nunca deixou de militar pela causa. Entre suas lutas, está o incentivo a criação dos Parque Estadual de Itapuã e do Parque Estadual da Guarita. Além da fundação da Sociedade Brasileira para a Conservação da Fauna e a Pangea - Associação Ambientalista Internacional. Foi agraciado, em 2004, com o Prêmio Ecologista do Ano José Lutzenberger da Câmara de Porto Alegre.

NUDISMO/NATURISMO - UMA MISSÃO IMPOSSÍVEL



Missão impossível é um filme dos Estados Unidos dirigido por Brian de Palma, com Tom Cruise, Jon Voight, Emmanuelle Béart e outros. Parece-me que a missão não foi tão impossível assim, já que no final ela foi cumprida.

 Mas não é sobre o filme que quero tecer comentários e sim dizer que a filosofia nudista/naturista jamais conseguirá modificar as inversões de valores sociais. Viegas Fernandes da Costa em seu artigo “Sobre a Nudez Social” fez o seguinte relato: Ao iniciar estas breves reflexões a respeito da minha experiência com a nudez social, ocorre-me à lembrança uma matéria da revista Veja do final da década de 1990, que tratava da guerra civil na Libéria. Chamou-me especial atenção uma fotografia que exibia o cadáver de um homem nu que havia sido linchado pelos guerrilheiros e abandonado à rua. Podia-se ver todo o corpo, suas feridas, a expressão de dor na face inerte e as lanhuras nos braços e pernas. Sobre o pênis, entretanto, uma espécie de tarja. Fiquei me perguntando o que seria mais obsceno: se a guerra civil e toda sorte de dor e destruição que esta provoca, onde cadáveres humanos são abandonados insepultos em meio à população que desesperadamente tenta sobreviver; ou se a exposição de um pênis aos olhos de leitores pudicos que poderiam se escandalizar, dando uma conotação sexual doentia a uma parte de um corpo humano barbaramente torturado e morto. Encaramos com naturalidade a guerra, o genocídio, a desestruturação social e a tortura, mas a nudez que nos cobre desde nosso nascimento é desnaturalizada ao ponto de um pênis supostamente chocar mais que a própria barbárie da guerra. Há aqui, certamente, uma inversão de valores sobre a qual devemos nos questionar e incomodar.

No entanto existem inversões mais sutis, de modo despercebido pela maioria das pessoas do nosso convívio, do tipo: “Coloque pelo menos uma cuequinha, fica mais bonitinho”. Por que tal afirmativa é uma inversão de valores? Tentarei esclarecer em poucas linhas já que longas explicações jamais serão lidas.

Não existe senão um único templo no Universo, e é o Corpo do Homem.
              Nada é mais sagrado do que esta elevada forma.

Curvar-se diante do homem é um ato de reverência feito diante desta
        Revelação da Carne. Tocamos o céu quando colocamos nossas mãos num
                corpo humano.

Novalis (pseudônimo de autor de Frederich Von Hardenberg, 1772. Citado em Miscellaneous Essays, vol II, de Thomas Carlyle).
  
Tanto a pele quanto o sistema nervoso originam-se da mais externa das três camadas de células embrionárias, a ectoderme, logo, o sistema nervoso é uma parte escondida da pele ou, ao contrário, a pele pode ser considerada como a porção exposta do sistema nervoso (1). Isto é muito significativo uma vez que a pele possuindo uma conexão com o sistema nervoso central ou interno, é também responsável pelas nossas percepções do mundo externo em que vivemos.

Muitos estudos têm sido feitos a partir da década de 70 com resultados surpreendentes e admiráveis com funções variadas: a) base dos receptores sensoriais; b) mediadora de sensações; c) barreira contra materiais tóxicos; d) responsável por um papel de destaque na regulação da pressão e do fluxo de sangue; e) órgão implicado no metabolismo e armazenamento de gordura são alguns poucos exemplos que cito. Até mesmo o autor do livro “Tocar” Ashley Montagu fica intrigado dos motivos da poesia se mostre tão desapontadamente estéril. Diz ele:

Foram escritos poemas para celebrar praticamente todas as partes do corpo, mas a pele, inexplicavelmente, parece ter sido negligenciada, como se não existisse. Num artigo intitulado “Hugging Humans” (Humanos Abraçando) ele se queixa do fato de muitos dos mais prezados poetas ingleses permanecerem encapsulados em seus intelectos, mantendo com alta freqüência um relacionamento muito precário com o seu corpo físico.

Para sentir a beleza de todo o corpo humano, é fundamental entender com o que estamos lidando, com uma fronteira cujo funcionamento ainda não totalmente explicável em nossas pesquisas científicas. E se mesmo assim uma simples “cuequinha” for mais bonita que a pele que nos cobre só mesmo chamando Tom Cruise para mais uma missão impossível de resgate, só que não será de uma pessoa e sim da própria identidade de todos nós.

(1)   Ashley Montagu; Tocar

Evandro Telles
03/04/14

terça-feira, 8 de abril de 2014

NUDISMO/NATURISMO - UM PASSO PARA A AUTOACEITAÇÃO



Muitas pessoas as quais convido para conhecer mais de perto o Naturismo me dizem que primeiro teriam que emagrecer e tornar seus corpos esbeltos, mas isso nunca acontece, seja como for, não se aceitam do jeito que elas são, estão sempre se comparando com alguém. Fatalmente é uma perseguição ilusória, uma desculpa para esconder suas frustrações.

Uma pesquisa realizada pela organização sem fins lucrativos Action of Happiness – em colaboração com a Do Something Different – desafiou 5 mil pessoas a fazerem um ranking de 1 a 10 com os hábitos que mais consideravam “chaves para a felicidade”. Todos os 10 hábitos colocados como opções desta pesquisa estavam estreitamente relacionados com a satisfação geral das pessoas com a vida. Mas, segundo os cientistas, a “autoaceitação” é o fator mais fortemente ligado a esse sentimento. E que, curiosamente, foi o hábito menos relacionado entre os entrevistados, revelando que é algo que as pessoas praticam muito pouco ou quase nada. Por quê? Porque o nosso maior hábito de todos é procurar a felicidade do lado de fora quando, na verdade, ela está dentro de nós mesmos. (1)

Para a professora Karen Pine, psicóloga da Universidade de Hertfordshire e cofundadora da Do Something Different, a pesquisa mostra é que praticar a autoaceitação é o que mais pode fazer diferença no nível de felicidade de uma pessoa. Segundo o Dr. Mark Williamson, diretor da Action of Happiness, “nossa sociedade coloca uma enorme pressão sobre nós para sermos bem sucedidos e nos compararmos constantemente com os outros. E isso causa uma grande quantidade de infelicidade e ansiedade”. (1)

Essa semana uma integrante do Grupo Naturismo Capixaba me informou que irá fazer um depoimento num jornal local (Vitória-ES) relatando como o Nudismo/Naturismo a tirou do seu estado depressivo. Não é incomum acontecer tal transformação, Viegas Fernandes da Costa em seu artigo “Sobre a Nudez Social” cita: “Assim, ao despir-me, na Praia do Pinho, reconheci a “graça” em mim, o “cuidado de si” não para atender às necessidades estéticas do outro, mas para a minha conciliação comigo mesmo, em um processo de reconhecimento da minha integralidade.”

O praticante do Nudismo/Naturismo encontra-se a um passo para sua autoaceitação na medida em que se tem o reconhecimento que as diferenças corporais constitui na impossibilidade da existência de um padrão a ser seguido. Marcelo Gleiser em seu livro “Criação Imperfeita” faz a observação de que deveríamos ter outra noção de beleza a partir das nossas imperfeições, pois “são essas diferenças que tornam a vida interessante. A mensagem que a física de partículas e a cosmologia moderna nos ensinam é clara. Somos produtos de imperfeições da Natureza”. (2) (3)

Na natureza um casulo quando se rompe sai a mariposa. Com o homem parece ocorrer justamente ao contrário, ele nasce uma mariposa e logo entra no casulo, é enjaulado e aprisionado, seu ser espontâneo sofre, e não pode sair disso. Por isso há tanta patologia. (4) As dificuldades de deixar o corpo livre por causa dos seus condicionamentos sociais tornam-se também problemas psíquicos e não é difícil encontrar psicólogos consultando com outros psicólogos, não é estranho isso?

Mas a vida é mesmo estranha. Aqui às vezes os reis são mendigos e os mendigos são reis. Não se deixe enganar pelas aparências. Olhe para dentro. O coração é rico quando palpita com alegria, o coração é rico quando está em harmonia com a natureza, com a lei fundamental da vida. O coração é rico quando você está em harmonia com o todo; essa é a única riqueza que existe. Do contrário, um dia você vai chorar e dizer: “É tarde demais...” (4)

Essa integralidade com a natureza há muito vem sido defendido pelos nudistas/naturistas como uma porta para a autoaceitação, um meio de realizar uma cisão de que a felicidade depende de um corpo perfeito. Infelizmente mal compreendidos pela sociedade e não é por acaso que somos minorias.


(2)   Marcelo Gleiser; Criação Imperfeita
(3)   Dr. Amit Goswami; O Médico Quântico
(4)   Osho; Fama, Fortuna e Ambição


Evandro Telles
14/03/14