segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Nudez filosófico em Londrina: direto do diretor

Escrevemos ontem sobre o nudez de alunos em apresentação de conclusão de curso no Universidade Estadual de Londrina. Usamos precedente indiano para sustentar que a nudez, a falta de roupa, pode sim expressar ideias, e até expressar filosofia consistente. E que este performance poderia ter, mesmo, um sentido, mas que as matérias da imprensa não informavam.

Domingo a tarde, fiz outra busca sobre o assunto, e encontrei matéria de Pedro Willmersdorf no jornal Extra, onde este reportagem consta como um dos mais lidos. Ele encontrou a página do autor do trabalho de final de curso, Aguinaldo Moreira de Souza, que é também Professor de Artes Cênicas na mesma universidade onde ele cursa filosofia. Pedro colou fotos do trabalho no jornal - e também uma explicação do aluno/professor:

Em seu perfil no Facebook, o professor explicou o conceito da apresentação: "É um trabalho de filosofia política que aborda o holocausto nazista. Os atores estão peladões porque acabaram de sair da câmara de gás, para onde foram enviados achando que era um banho coletivo. Uma página horrível da História para ser discutida, e as pessoas só veem genitália".

Em seguida, comenta sobre a reação dos atores: "Todos os presentes ficaram com um nó na garganta, por lembrar da chacina do Carandiru, evento recente no Brasil, sobre o qual nós quisemos falar. A nudez é a retirada da dignidade de homens em situação de humilhação. Ver "peladões" na cena, ou ainda tecer comentários sem tê-la visto, é falta de percepção. Mas é comum. Os comentários "sem noção" estão mostrando uma falta de percepção, só isso. Falamos de morte e de violência, não de sexo.

Vimos, então, que havia na peça um sentido, e que o análise do professor foi igual ao nosso aqui: criticando a tendência dos desinformados a "só veem genitália".

Um pouco de pequisa sobre o professor encontra que ele é autor do livro "O Corpo Ator". Vimos que isso não é a primeira vez que ele apresenta espetáculo que foge do convencional, pois em 2009 os atores formados usaram "técnicas corporais de teatro e dança; técnicas de esportes verticais" que, pela foto, quer dizer que descerem de rappel pelo prédio.

Apresentou um análise de um festival de teatro que comprove que ele esteja perfeitamente capaz de produzir o convencional e esperado:

“Tradição e modernidade sempre estarão em diálogo e existe também um futuro líquido que se anuncia num tipo de leitura do presente.

Os espetáculos que fizeram parte do Fentepira 2015 trataram de explicitar essa assertiva.

No último link há uma foto do professor, que apesar de ter uma poesia tatuada no pescoço, não parece louco.

O jornalista Pedro ainda cita uns dos comentários que as fotos provocaram no Facebook, começando com a pérola ao lado. "Não sou obrigada a ver alguém pelado": bem, menina, vira a cabeça ou feche os olhos. Ou ao argumento de sempre: "temos crianças, idosos lá". A vulnerabilidade de idosos ao que já deveriam ter visto nunca entendi.

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Filosofia e nudismo: Onde começar?

Alunos sem roupa no campus da UEL
 (Foto: WhatsAPP/Sérgio Luiz de Souza)
Trinta alunos do curso de filosofia da Universidade Estadual de Londrina ficaram pelados num trabalho de conclusão de curso, ou para julgar dos comentários no internet, no fim da picada. O que nudez tem a ver com filosofia?

Este evento de UEL é um gancho conveniente para o assunto, em que penso desde o morte do Justiça Scalia do Supremo Corte dos EUA. Muitos obituários elogiaram o uso pela Scalia do inglês, e não do juridiquês, nas decisões que escreveu no corte. Uma das mais citadas era de uma lei do estado de Ohio contra o nudez público. Scalia estava ao favor da lei, avaliando que o nudez em si não era expressão. Discordo. Mas é preciso começar no começo.

De nada

A roupa, sem dúvida, comunica. Bikini fala uma coisa, hábito de freira, outra. Em anos recentes há lugares querendo proibir o hijab, roupa tradicional de mulheres muçulmanas. Mas não pedem para banir a roupa tradicional de freira, ainda que esconde tanto: a revolta não é contra a roupa, mas contra a mensagem que comunica.

Roupa transmite recado, mas o nudez não é roupa. É falta de roupa. É, então, falta de recado? O que a nada poderia comunicar, a não ser nada?

Uma explicação, bastante divertida, pode ser encontrado na Enciclopédia de Filosofia, que tem uma matéria maravilhosa sobre Nada.

Ou, para quem prefere as exatas, vamos examinar o nada em matemática. Grande avanço na matemática foi a ideia do zero, que representa algo bastante diverso do que nada. A Scientific American num história do zero, afirma que a ideia surgiu na Índia, cinco séculos antes de Cristo.

Sanscrito

O indianos inventaram, de nada, o zero. Originou no mesmo tempo o monasticismo Jain, que uns séculos depois - a data é bem definida, 367 aC - houve uma cisma em duas alas, os Shvetambaras e Digambaras. Das diferenças podemos ler que (ênfase nosso):

Os Digambaras também são chamados Digvasanas. O nome Digambara significa literalmente "vestida com os quadrantes do céu", e eles são chamados de "vestidos de atmosfera" ou "vestidos de céu." A nudez é a principal diferença doutrinal entre os Svetambaras e os Digambaras. Aparência exterior é visto pelos Digambaras como um índice de compreensão adequada da doutrina. A visão Digambara da nudez ascético foi colocada pelo Aparajita no século VIII. O verdadeiro monge deveria ser completamente nu; até mesmo uma tanga compromete. Ele deve abandonar todas as posses e já não estar sujeita a considerações sociais de orgulho e vergonha. Para obedecer ao voto do ahimsa, não-violência, a roupa suja deve ser evitado, pois atrai criaturas minúsculas que podem ser esmagados. O monge nu deve seguir o exemplo dos Jinas, que estavam nus. Assim sendo, ele não pode usar uma bacia das almas, mas tem que usar suas mãos em concha juntos como uma tigela. Ele pode comer apenas uma vez por dia. No entanto, freiras estão autorizados a ser vestida como caso contrário, poderia causar ruptura social - ainda que há uma tradição de yoginis femininas nuas no hinduísmo.

Vimos que para os Digambara, a nudez faz parte de uma teologia completa e consistente: o monge não deveria ter posses, nem roupa. O monge deveria se livrar de orgulho, e também de vergonha. Da lista de pecados capitais da teologia cristão, vimos neste texto curto a negação da avarícia, do orgulho, e da gula, e de uma maneira extrema. Não podemos dizer que não é religião, pois inclua princípios básicos da teologia ocidental, nem podemos dizer que não é consistente ou seguido à risco.

Ficar nu poderia ser um princípio filosófico? Há filósofo que adora debater o que poderia ou deveria ser, ou que pode ser deduzido logicamento. Vou seguir uma linha mais moderna: ficar nu é um princípio de uma religião que existe desde 365 anos antes de Cristo. Pode ser um princípio filosófico, porque já é, e tem sido por um belo tempo. O que é, pode ser, e ponto.

Contexto

Vi faz uns poucos anos, vídeo de indianos querendo agredir estrangeiros tirando fotos de monges Digambara indo se banhar no rio num dia de festival. O nudez dos monges faz parte de uma filosofia consistente. Os turistas não sabiam e não se importavam com o significado filosófico e religioso. Enxergaram os monges sem contexto, como homens nus. O sentido do nudez estava nos monges, mas não chegou aos turistas.

De volta a Londrina

Voltando aos alunos de Londrina, nossa visão deles é como dos turistas dos monges Digambara. Sem saber do contexto, enxergamos homens nus. É possível de o trabalho de conclusão do curso do aluno, tenha um todo um contexto, em que o nudez dos alunos faz parte de uma visão consistente e até admirável do mundo: há poucos mais pacíficos do que os Jain, que evitam tirar qualquer vida.

Sem saber mais do contexto, e os jornalistas que cobriram o caso não se importaram em perguntar, seria um erro filosófico presumir que o resultado da milenar contemplação interior indiana, for igualado no interior de Paraná.

Há uma diferença entre o nada e o zero, e não sabemos do qual se trata em Londrina. Mas que a ausência de roupa pode ter peso filosófico, em tese, pode.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Huck e Jim e liberdade e censura

Ernest Hemingway definiu o lugar na literatura americano de Huckleberry Finn quando disse, "Antes não havia. Depois não havia melhor."

A aventura do adolescente vadia Huckleberry Finn e do escravo fugido Jim acontece, fisicamente, numa balsa descendo o Rio Mississippi, maior do país, entre floresta nos margens e debaixo do céu. Livres, buscam escapar de um estado em que Jim é escravo, para um onde a escravatura é banida.

Muitos são os símbolos da liberdade do par no livro. Um é de ser livres de roupa. Na tradução de Monteiro Lobato, no capítulo XIX:

Eu preferia andar nu, sempre que os mosquitos deixavam, pois as roupas que me dera a família de Buck eram demasiado boas para serem cômodas; ademais, sempre gostei de andar à frescata.

Como qualquer grande obra de arte, Huckleberry Finn continua a provocar. Provoca mentes grandes para mostrar sua grandeza, e mentes pequenas a mostrar suas limitações.

A "palavra N"

O exemplo mais comum nas últimas décadas é o uso pelo Mark Twain de o que vou aqui chamar (para não provocar a censura automatizada de Blogger) "a palavra 'N'", que provoca em gringo a mesma histeria que "macaco" provoca em brasileiro.

O livro é profundamente anti-racista. Huck, num certo momento, veja a possibilidade de ganhar uma grana e cair nas graças da sociedade, entregando o escravo fugido Jim em troca de uma recompensa. Escreve uma carta apontando onde encontrar Jim e "pela primeira vez na minha vida senti-me limpo de pecados e vi que já poderia orar." Mas depois um longo debate interna, resolve: " 'Pois assim seja: irei para o inferno!' e rasguei o papel."

Mas há quem não consegue enxergar além da 'palavra N'".

E a nudez

Apesar do nudez de Huck e Jim estar explicito no texto (ainda que Lobato refere somente ao Huck, no original ambos são "quase sempre pelados"), nas edições ilustradas, inclusive publicadas sob o batuca do próprio Twain, eles parecem vestidos. A palavra tem mais liberdade do que a imagem.

O museu Whitney está abrindo um prédio novo no sul do Manhattan. Encomendou de Charles Ray uma escultura para a praça que fica ao lado de uma entrada ao High Line, um espécie de Minhocão que virou parque linear para pedestres. A proposta em tamanho maior que o real, três metros, é de Huck e Jim, na foto acima.

O Whitney andou para trás.

Uma matéria explica que o diretor e curador gostaram a escultura mas "... ficaram preocupados que a imagem de um negro pelado junto com um menino branco pelado, não importando a inocência ou histórico, ofenderia que passava, que poderia nem saber nem se importar com o contexto." Arriscado colocar genitália masculina onde poderia ser visto por quem estava de passagem, que não era "público de museu". Queriam colocar dentro do museu. Ray acho importante não somente que Huck e Jim estava sem roupa, mas que estava de céu aberto. Procurou outro lar para a escultura.

No meados do ano passado, a escultura preliminar - ainda não o final de aço pintado - estava no Art Instituto of Chicago até outubro do ano passado. Mas, de novo, dentro do museu, com o par com as costas para a janela, preservando quem esteja no lado de fora da visão de genitália.

Há uma excelente matéria sobre Charley Ray, e a dificuldade em encontrar um lar para a escultura, no New Yorker no ano passado.

Raça

Importante para entender a dificuldade de aceitar a escultura num lugar público, é o peso de raça no mente norte-americano (desde sempre) e o papel de sexo (faz umas décadas). É importante para americano que a escultura representa um adolescente branco e um adulto negro. Se os dois fossem da mesma raça, ou as raças invertidas, incomodaria menos. É difícil acreditar e impossível explicar, mas é verdade.

Há várias fotos da escultura online. A mais comum, que escolhi aqui, esconde a genitália de Huck (ainda sem pentelhos), mas mostra a de Jim, bem dotado por sinal, que talvez faz parte da dificuldade americano com a escultura. Procurei uma foto mais equilibrada, mas aí notei que nesta foto, não somente observamos Jim, mas estamos enfrentando o olhar dele. Não há maneira, a não ser de se agachar, que permite ver o cara de Huck.

Esculpidos em aço

Versões preliminares da escultura foram feitas em fibro de vidra. O final será em aço esculpido por máquina computorizada, técnica recente, diferente de fundição.

Esculturas fabricadas com a ajuda de maquinas e assistentes, usando técnicas que não são os tradicionais, são arte? Um dos destaques da autobiografia de Benvenuto Cellini é quando ele conta da fundição da sua Perseus com a Cabeça de Medusa. Houve uso amplo de assistentes, e quando o metal ameaçava coagular, Cellini jogou todos os pratos de estanho de casa dentro. A inovação na fabricação sempre foi parte do trabalho do artista. E Cellini também fez modelos preliminares.

Sexo

Das citações acima, e da própria trajetória da escultura, inegável que há controvérsia, e que isso foca no nudez; no nudez sendo masculino; e que se trata de homem negro com menino branco; e há quem implica com o tamanho do pinto de Jim. Nossos leitores presumo por ser naturistas encarem o nudez simples sem drama, e por estar lendo em português, estão livres do histórico racial do norte-americano.

Para muitos que visualizem a escultura, há um elemento sexual no par. As vezes isso vem do observador - um crítico escreveu do bairro do novo Whitney, e reclamou do novo-chique do bairro, lembrando em detalhe dos antigos redutos gay da região.

Procurar um elemento sexual na amizade entre Huck e Jim é uma coisa do momento, o momento sendo a consolidação de conquista de direitos pela comunidade gay. Cinquenta anos atrás apoiar tais direitos carregava riscos e exigia coragem; hoje não aderir é o que leva risco. Não há ortodoxia mas rígida do que a que ontem foi heresia. Enxerga-se a consciência gay onde nem existe, então. E aqui não existe.

Huck é ainda pre-adolescente. No Tom Sawyer ele e os amigos consideram um carreira como piratas, inclusive sequestrando mulheres, mas a atitude deles para com as mulheres falta qualquer elemento sexual. Twain termina aquele livro dizendo:

Assim termina este conto. Sendo estritamente a história de um menino, precisa terminar por aqui; a história não poderia ir muito além sem ficar a história de um homem. Quando a gente escreve um romance sobre gente grande, sabe exatamente onde parar - quer dizer, com um casamento; mas quando escreve de jovens, precisa parar onde melhor puder.

Para Huck ainda não chegaram as preocupações de amor. Do lado de Jim – e parte do que incomoda da escultura é que o lado de Jim importa sim, só com esforço enxergamos a cara do Huck – seu sonho é ficar livre, e trabalhar para poder comprar a liberdade da sua esposa e filhos, de quem foi vendido separadamente. A heterossexualidade de Jim é explícito.

Ray, que vive em nossa época não na de Twain ou do livro, antecipava que havia quem faria esta leitura, e perguntou no catálogo da exibição em Chicago, "O observador consegue navegar a política sexual?" Ele já teve outras esculturas banidos de lugares, ou tirados de lugares, porque alguém não gostava. E parece que, para ele, faz parte de fazer arte.

Se o arte mexe com os sentimentos de alguém, é porque é arte. Se alguém enxerga no arte seus próprios desejos, ou seus próprios temores, é porque é arte. Arte é para provocar, mesmo.

Obviamente, há quem prefere não ser provocado. Pelo arte, ou por argumentos ou dados que refutam as teorias que já adotou. Há nos EUA atualmente um respeito exagerado ao quem se sente ofendido, e o argumento de "pensar nas crianças" é usado para inibir qualquer manifestação de pensamento que não seja do mais comum, ou do mais fraco. Se o museu não pode hoje colocar na porta o que alguém poder interpretar mal, não confio que amanha poderia exibir no lado de dentro o que provoca.

Estrelas

Ray não disse que a significada da escultura esteja somente no mente do observador, posição que sempre achei babaca: se a obra não tem significada própria, o que preciso com barulho? O título já refere ao livro de Twain. Ainda, ele oferece que a postura dos dois reflete um parágrafo específico, que segue o parágrafo com que começamos o postagem, falando do nudez. O que o Huck da escultura tem na mão é ovos de rã:

Por vezes éramos únicos senhores do rio, durante grande parte da noite. Ao longe destacavam-se ilhotas e bancos de areia. Era freqüente lobrigarmos uma ou outra luz - lâmpada a arder por trás da janela de uma casinhola, ou lanterna de uma balsa ou lancha - ou escutarmos os acordes de um violino, ou as cantilenas provindas dessas embarcações. Como é delicioso viver em balsa, sob um céu tauxiado de estrelas! Deitávamo-nos de costas e punhamo-nos a debater se elas tinham sido feitas ou não. Jim era de parecer que as estrelas haviam sido feitas, e eu, que não. Imagine-se o tempo necessário para fazer tantas estrelas, uma por uma! Jim também achava possível que a lua tivesse "posto" as estrelas, o que era mais razoável, pois eu já vira uma rã pôr centenas de ovos. Também gostávamos de ver as estrelas caírem. Segundo Jim, eram estrelas goradas, que a lua jogava fora do ninho.

Umas das obras mais antigas do homem, como Stonehenge, foram feitos para entender as estrelas. A curiosidade é eterno, como é o desejo de liberdade — e como, infelizmente, o desejo de restringir a liberdade do próximo, e impor em todos os próprios mores e costumes. Huckeberry Finn faz parte do psique americano, e faria até durar o amor à liberdade. A preocupação como certas palavras é passageira, como a obsessão atual de enxergar tudo pelo ótica pedófila.

A política sexual de hoje teria sido incompreensível para o homem de ontem, e será visto como divertida pelo homem de amanha, que nem a elevação política de palavra sobre realidade. O livro de Twain aguentará a turbulência atual de censura, e descerá o rio de tempo até águas mais calmas. A Huck e Jim de Charles Ray também aguentará, e encontrará um lugar debaixo do céu, a frescata.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

SOS Tambaba: o projeto imobiliária anda!

O projeto imobiliária "Reserva Garaú" que pretende tomar a Praia de Tambaba toda, está andando de novo. "O terreno limite-se ... a Leste com o Oceano Atlântico," informa a proposta. Enquanto, como todos sabem, a aréia até a preamar de 1831 é público, e depois vem a Faixa da Marinha que é da União, a pretensão é de "[c]olocar placa de sinalização em todos os lados da poligonal da área do empreendimento, indicando propriedade privada e proibindo a entrada de estranhos", e "[f]azer o isolamento da área com barreiras de proteção de contato, recomendando-se o uso de tapumes de madeira nos limites de maior visibilidade," até terminar a obra.

Tomando não somente o terreno que é do empreendimento, mas sinalizando o terreno público como "propriedade particular", e tornando o público, "estranhos", cuja entrada é proibida.

Durante um bom tempo, o processo sumiu: era para estar na Comissão Estadual de Gerenciamento Costeiro, mas "e o processo não se encontra nesta COMEG". E assim ficou, de janeiro de 2014, até o fim de setembro de 2015, quando repareceu, e foi para a Coordenaria de Estudos Ambientais. Seis semanas depois, foi chamado pelo Superintende da Sudema. E mandado, em 28/01/2016, para o setor de Estudos de Impacto Ambiental.

O que está para acontecer? "As devidas providências com doc. em anexo prot. 313/16." Indicado seria algum frequentador da Praia de Tambaba, que prefere continuar frequentador da praia, em vez de virar "estranho" ao "propriedade particular", ir lá para João Pessoa verificar. SUDEMA fica na Av. Monsenhor Walfredo Leal, 181 - Tambiá - João Pessoa-PB.

Para rastrear o andamento do processo, é ir para a página http://sudema.pb.gov.br/servicos/servicos-ao-publico/consulta-de-processos, e usar o número "2010-005462". E tem mais! Os dados que aparecem são registros "[1 a 15 de 19]", e não há botão para ver "[16 a 19]", os registros mais recentes. A saída é clicar na flecha ao lado de Data Hora, para ver de mais recente para mais antigo: Assim, vimos que semana passada caiu nas mãos da coordenidora da comissão que avalia estudos EIA/RIMA:

ProcessoOrigemDestino
Status Data HoraFuncionárioSetorComentárioFuncionárioSetor
Encaminhado para a área28/01/2016 12:21:53Nahya Maria Lyra CajúEstudos de Impacto AmbientalPara a técnica da Comissão de EIA/RIMA, Simone Porfírio.SIMONE PORFIRIO DE SOUZACoordenadoria de Estudos Ambientais
Encaminhado para a área27/01/2016 10:37:12Carmem Dolores Araújo CondeSuperintendênciaSEGUE PARA AS DEVIDAS PROVIDENCIAS COM DOC EM ANEXO PROT 313/16Nahya Maria Lyra CajúEstudos de Impacto Ambiental
Encaminhado para a área06/11/2015 08:57:24SIMONE PORFIRIO DE SOUZACoordenadoria de Estudos AmbientaisEncaminhado à DS, a pedido do Superintendente.Superintendente da SUDEMASuperintendência
Encaminhado para a área22/09/2015 12:14:16Nahya Maria Lyra CajúEstudos de Impacto AmbientalPara a técnica Simone Porfírio (EIA/RIMA).SIMONE PORFIRIO DE SOUZACoordenadoria de Estudos Ambientais
Encaminhado para a área16/01/2014 15:25:23Maria Betania Matos de CarvalhoComissão Estadual de Gerenciamento CosteiroRetorno informando que o processo não se encontra nesta COMEGNahya Maria Lyra CajúEstudos de Impacto Ambiental

No Diário Oficial de 22/03/2015 vimos as últimos duas que estavam com o processo são membros da comissão de estudo de EIA/RIMA, Nahya Maria Lyra Cajú, arquiteta, e Simone Porfiro de Souza, bióloga e coordenidora comissão