quarta-feira, 7 de abril de 2010

O TEMPO DE SER NATURISTA

O TEMPO DE SER NATURISTA


Algum tempo atrás andei sem estímulo para escrever sobre qualquer assunto. Até disse para um amigo que iria parar porque as pessoas não gostam de ler, então para quem estaria eu me dirigindo? Será que iria mudar alguma coisa ou alguém? Sabendo que resistências às mudanças são grandes até mesmo no trabalho diário dos indivíduos. De que adianta ficar expondo idéias? E ainda tem os questionadores que nada sabem sobre naturismo fazendo oposições e críticas, enquanto fico aqui horas estudando sobre o assunto. Esse amigo me disse que todo escritor escreve para ele próprio, se atingir alguém, ótimo, missão cumprida, senão... quem sabe algum dia!

Aceitei os argumentos e aqui estou eu juntando as palavras para expor pensamentos. Se algum dia alguém quiser conhecer tudo aquilo que defendo como valores humanos a serem alcançados, que leiam os meus textos por aí publicados. Descobri que o significado de escrever é mais do que intuição, é iluminação, porque quando nos iluminamos, todo o universo se ilumina. Fiquei mais animado com esse propósito, só tenho que ser autêntico e não responsável por transformações e nem ficar preocupado com o tempo que me dedico para escrever, depende da luz que consigo irradiar. Essa responsabilidade não é minha.

Perguntaram ao Dalai Lama:

- O que mais te surpreende na humanidade?

E ele respondeu:

- Os homens... Porque perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem dinheiro para recuperar a saúde... E por pensarem ansiosamente no futuro esquecem-se do presente, de tal forma, que acabam por não viver nem o presente nem o futuro... E vivem como se nunca fossem morrer... E morrem como se nunca tivessem vivido.

Tempo! Com toda a tecnologia desenvolvida nos últimos anos como algo que nos traz facilidade na vida moderna, ainda não temos tempo. Até mesmo o Dalai-Lama diz que não tem tempo suficiente para meditar e refletir. Mas mesmo assim ele encontrou a paz. Não deveríamos seguir o exemplo? Muitos sentem prazer em agredir com palavras, ações. Não seria mais bem aproveitado o tempo para conhecer a si mesmo e buscar a paz no meio do caos? Quando aprendermos as lições do Dalai-Lama, Chico Xavier, Madre Tereza, Gandhi e tantos outros aqui não citados, saberemos parar o tempo e pensar em nosso próprio SER, saberemos encontrar a paz e união entre os povos.

Diversas vezes fui questionado sobre o que era SER um Naturista. Eu digo sempre que é a pessoa integrada com a natureza de forma harmoniosa, ou seja, em paz consigo mesma. Desse modo, os padrões de beleza ditados de fora não importam, como também não importam as nossas diferenças de idade, cor, sexo, credos. Não temos que julgar nada porque os preconceitos é uma superficialidade da vida. A natureza não está nem aí com os preconceitos, simplesmente ela é e pronto, não há mais nada depois disso.

O resultado ao enxergar a natureza da vida é que nos tornamos mais humanos, menos arrogantes e menos agressores com todos os seres vivos. Passamos a reconhecer os nossos defeitos e que todos podem igualmente cometerem erros. A vida surge em lugares menos esperado, no meio das pedras ou no fundo do oceano, nada pode controlar. Abaixamos nossas cabeças fazendo reverências à própria vida. Humildemente reconhecemos que a Natureza guarda sabedoria que nós desconhecemos.

Paradoxalmente, o tempo de ser naturista é reconhecer a não existência do tempo e sim a consciência da nossa natureza, é preciso transcender os valores ditos morais e trilhar o caminho da liberdade e purificação da mente. Felizmente ou não, o reconhecimento desses valores não depende do que escrevo e nem é responsabilidade minha também. Só depende da própria pessoa e de mais ninguém.

Dentro da nossa concepção, a vida não tem lógica, e, portanto, repito, não cabe julgamento algum. Mas a busca da nossa verdadeira identidade deve ser uma constante, questionando a nossa essência, tornaremos conscientes que somos parte de uma natureza viva, da natureza nua, da natureza que exige dignidade para com todos os seres vivos.

A nudez humana está inserida neste contexto, ela somente é considerada agressiva quando não se tem o respeito pelo seu lado natural. Quando os valores sociais sobrepõem os valores naturais, a liberdade fica mais distante, e será muito difícil encontrar o tempo para ser um naturista de verdade.

E qual o tempo certo? É quando encontramos a consciência do que somos diante do Universo. Uma poeira, um cisco, um quase nada, e ainda assim criamos bloqueios diante de nossos corpos como se fosse algo diferente, como se o sexo fosse um fim a ser alcançado. Quanta prepotência de nossa parte! Somos somente seres Espirituais tendo experiências corporais. Somos seres Naturais.


Evandro Telles
05/04/10

obre o tema, revendo a histmo u algu

2 comentários:

João Soares disse...

Olá Evandro,
Já adicionei teu blogue e te sigo!
Boas postagens.
Abraços

Funny disse...

Muito bom, o texto, especialmente a segunda parte onde é feita a ligação entre o naturismo e a nossa essência enquanto pessoas :)