segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Reflexões sobre texto “O Naturismo” de Adriano Facioli.

No blog "Inquilinos do Além" existe uma postagem muito interessante sobro "O Naturismo" http://inquilinosdoalem.blogspot.com/ de Adriano Facioli.

O texto relata a experiência do autor com o naturismo e apresenta algumas reflexões. Alguns dos seus comentários e reflexões suscitaram comentários de membros da lista de discussão "Peladistas Unidos", principalmente quanto à sexualidade e o comportamento em publico. Em um trecho o autor comenta:



E os naturistas, obviamente, também têm seus tabus. A maioria jamais reconhecerá que a excitação sexual existe e desempenha papel relevante em sua prática.
...
Eu não deixava de perguntar: "O fato de estar sem roupa em meio a tantas pessoas sem roupa não lhe desperta qualquer tipo de excitação sexual? Ver pessoas sem roupa, e muitas, possuidoras de atrativos sexuais, também não é prazeroso?". A maioria das respostas era negativa. Gostavam de ressaltar que este componente praticamente inexistia. Salientavam a liberdade e o prazer de sentir a água do mar, o sol e o vento no corpo todo. Não tenho dúvidas, isso também pode ser muito prazeroso. Mas aí me surgia uma outra pergunta: "Então por que não fazer isso somente em meio a pessoas íntimas ou em uma praia deserta, por exemplo? Se você fosse cego, viria aqui expor-se nu em meio a estranhos? Não há prazer em ver e mostrar os genitais publicamente? E este prazer, o qual vocês relatam, não possui qualquer componente sexual?". Alguns sofisticavam sua argumentação, outros nem disso eram capazes. Os primeiros iam além: "Há uma sensação muito grande de liberdade, de natureza, e por que não dividir isso com outras pessoas, mesmo desconhecidas, que se sentem da mesma forma?". E aí reside uma concepção muito comum ao senso comum: a de que a natureza é sempre boa, suave e saudável. Havia algumas pessoas que portavam uma pulseira, promocional da praia, na qual era bem legível: 100% natural. Mas se fosse tudo natural, não haveria problema algum com ereções explícitas, masturbações, ou seja, qualquer ato sexual ostensivo e público, além das atividades fisiológicas que devem ser feitas junto ao vaso sanitário.
Claro que isso causo alguns comentários. Gostaria de destacar um desse comentário do no querido Carlos Sena ( um dos co-autores desse blog)


Adriano, meus avós andavam nús pela terra junto com outras pessoas de sua comunidade. E pelo que sei, não viviam tendo ereções, nem se masturbavam em público, nem se entregavam a surubas por causa da sua nudez. Eles eram índios da Amazônia.


Isso que você argumenta também se aplica à eles ou só aos civilizados? 
Carlos Sena 
Um indio-descendente naturista, em busca da nudez perdida



A resposta Adriano Facioli foi muito interessante:




Isso se aplica a todos nós, pois onde há cultura humana, há regras, normas. Logo, não existe a possibilidade do naturismo estimular o caos social. Pelo contrário. Os naturistas possuem um rígido e sólido código de ética. Voltar ao mítico estado de natureza, por outro lado, nem mesmos sociedades indígenas, primitivas, são capazes. Sendo humanos, somos seres da cultura. Logo, regrados, compromissados uns com os outros: humanos.


Um grande abraço...
Espero estar contribuindo positivamente para as reflexões naturistas...



Só um comentário final ao caro Adriano, a maiorias das praias naturistas permitidas ou toleradas não são de fácil acesso e isoladas do grande publico. As comunidades e clubes naturistas são fechados ao publico em geral. A maioria dos naturistas detesta a sensação de estar na "National Geografic" como pingüins, focas ou baleias a serem observados por câmeras, binóculos e filmadoras. Sem falar daquelas figuras malucas que ficam nas pedras da praia do pinho.



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