sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Reflexões sobre “A MULHER NUDISTA/NATURISTA”

O texto abaixo é uma reflexão sobre "A PÁGINA DA MULHER NUDISTA/NATURISTA" de Florencia Brenner, tradução para português de Jorge Bandeira, publicada nesse Blog.

Por Ariana Boss

Achei o texto muito interessante. Penso que seja bastante importante que textos como este, que remetem aos diferentes possíveis motivos pelos quais a mulher se apresenta em número reduzido, circulem pelas comunidades virtuais naturistas.

Nesse texto, em particular, percebo que na visão da autora, a mulher reconhece seu poder, mas por absorver tanta coisa negativa que vem de fora dela (desde criança quando lhe impõem que deve obedecer, ser comportada, brincar de boneca, de casinha, costurar, lavar, limpar, ser organizada,etc), apresenta-se sempre mais fraca diante do sexo oposto. E o sexo oposto também envolvido pelo que vem de fora acredita que é aquele que tem por obrigação defender a frágil donzela.


Na minha opinião a mulher tem um poder enorme nas mãos. E para abordar esse poder não precisamos nem voltar muito no tempo. Vejamos que hoje, esse poder está presente quando em nossa sociedade, por exemplo, a mulher tem a possibilidade de passar mais tempo com a criança nos seus primeiros anos de formação (0-11 anos). Falo não apenas de mães, falo de avós, tias, empregadas, babás, professoras, enfermeiras e demais profissionais ligadas a cuidar e/ou educar crianças. Percebo que elas acabam reproduzindo com as crianças que cuidam, a educação que receberam. Nada mais justo porque é a que sabem. Mas não percebo que elas se questionem se a educação que receberam ontem é a mais adequada para as crianças que cuidam hoje. Não percebo também, que essas crianças estejam sendo ouvidas. Só para ilustrar: a criança é colocada num curso de qualquer coisa. Só que muitas vezes não se observou se ela gosta de tal atividade, sei que ela é criança e está sob responsabilidade dos pais, mas ela também é pessoa que deve ser ouvida, percebida, compreendida. Porque percebo que muitas vezes a pessoa responsável, na ânsia de acertar e mostrar para os outros como ela sabe educar, acaba passando como um trator pelas vontades da pessoa da criança.


Acho que a mulher tem nas mãos não só o poder de ter em suas mãos o diamante a ser lapidado, mas também o poder de lapidar o diamante. E lapidar o diamante significa trazer a tona o que ele tem de mais belo. Então que tal essas mulheres começarem a fazer o que é melhor pra si? Que tal nós mulheres começarmos a valorizar todas as cores quando da chegada dos bebês? Que tal nós mulheres deixarmos as meninas brincarem de carrinho ou de boneca? De bola ou de casinha? Permitir que subam em árvores, que apostem corrida? Que andem de skate e empinem pipa? Que tal nós mulheres libertarem as meninas da obrigação de ser organizada já que permitimos que os meninos possam ter um quarto imundo e horroroso? Que tal nós mulheres vencermos o olhar clichê sob outras mulheres: o de que mulher tem que ser assim, tem que ser assado? Não estou dizendo que as mulheres devam se tornar agressivas, cruéis, tenebrosas, estou dizendo, ou melhor sugerindo, que aproveitem toda a peculiaridade, a intuição aguçada que tem a alma feminina (que não é nem anta nem de pamonha de piracicaba), toda a estrutura que seu organismo tem de diferente do masculino, em seu favor, e não pra reforçar estruturas que a prejudiquem.


Acredito no poder e na ação das mulheres que se aprenderem a olhar as crianças como pessoas e não como meninos e meninas que devam se enquadrar em latinhas pré-fabricadas, em breve teremos uma quantidade maior de pessoas do sexo feminino no naturismo ou no peladismo ou no nudismo. E você pensam que isso é fácil? E vocês pensam que já venci todas as barreiras e que sou a perfeita? A resposta é não, não ,não. Eu também me estudo dia após dia.


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